O
Satélite de Coleta de Dados 1, SCD-1, lançado em um foguete PEGASUS
da Orbital Science Corporation, desde um B-52 voando a grande
altitude.
Júlio Ottoboni
Um pequeno objeto que se tornou um grande ícone do polo aeroespacial de São José dos Campos. Pesando pouco mais de 100 quilos, em formato octogonal, o Satélite de Coletas de Dados (SCD-1), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), completou mais de 120 mil voltas em torno da Terra desde quando foi lançado, em fevereiro de 1993. E um feito único, o primeiro satélite brasileiro completou neste mês 20 anos e meio no espaço ainda em funcionamento, 20 vezes mais que o previsto para funcionar.
A expectativa é que ele complete sua ‘maioridade’ em fevereiro de 2014, sem um dos raríssimos casos de larga sobrevida no espaço acima do projetado.
O número de órbitas é mais um dos resultados impressionantes do aparelho de tecnologia simples, que remete a Terra informações ambientais recolhidas em sua passagem sobre o território nacional. O esforço da indústria brasileira, particularmente a de São José dos Campos, para construir e colocar no espaço o artefato é comemorado de maneira entusiasmada pelos cientistas a cada ano que o satélite consegue permanecer em órbita.
O SCD-1tinha expectativa de apenas um ano de vida útil quando foi lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, num dos maiores marcos da história espacial brasileira e também pioneira na América do Sul.
Projetado, construído e operado pelo INPE, o equipamento já teve variações de órbita, falhas em sistemas por degeneração, mas continua retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento do nível de água dos rios e represas,por exemplo.
“Após este longo tempo em órbita, o SCD-1continua em operação e se prova um projeto de reconhecido sucesso, um verdadeiro tributo à competência da engenharia espacial brasileira. O lançamento do SCD-1 colocou o INPE entre as instituições que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita”, afirmou o diretor geral do INPE, Leonel Perondi.
Além de cumprir sua missão de coleta de dados, o SCD-1 foi a porta de entrada para o Brasil estabelecer programas de cooperação espacial com outros países. Na década de 1990, o país se valeu da bem sucedida experiência para conseguir se aproximar de países como a França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos.
O chefe do Centro de Rastreio e Controle do INPE, Pawell Rozenfeld, comentou que a ação pioneira do Brasil foi crucial para o desenvolvimento de programas espaciais tanto da Argentina como da China. No caso argentino, que alguns anos mais tarde lançaria seu primeiro satélite, o SCD-1 ajudou a calibrar a Estação Terrena de Córdoba e no segundo caso, a Estação Terrena de Nanning, na China.
“Nós fazíamos a previsão da passagem do SCD-1 pela China e os chineses utilizavam essas informações para aperfeiçoar seu próprio sistema de determinação em órbita, pois eles ainda iriam lançar satélite na banda S. Para a Argentina, que não tinha nenhum satélite na época, o SCD-1 foi ainda mais importante para determinar os parâmetros da sua estação”, relembrou o pesquisador.
O satélite capta e retransmite os sinais das Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.
A situação do SCD-1 é tão inusitada no meio espacial que nem mesmo seu engenheiros e projetistas conseguem avaliar o quanto ainda lhe resta de vida útil. Ele pode funcionar por mais alguns dias ou ainda por vários anos, até perder altitude - que é de 750 km da superfície terrestre, por variações em seu comportamento, como oscilações em sua rotação ou falência de seus baterias alimentadas por painéis solares, e reingressar na atmosfera. Isto levaria a sua desintegração.
DefesaNet
Júlio Ottoboni
Um pequeno objeto que se tornou um grande ícone do polo aeroespacial de São José dos Campos. Pesando pouco mais de 100 quilos, em formato octogonal, o Satélite de Coletas de Dados (SCD-1), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), completou mais de 120 mil voltas em torno da Terra desde quando foi lançado, em fevereiro de 1993. E um feito único, o primeiro satélite brasileiro completou neste mês 20 anos e meio no espaço ainda em funcionamento, 20 vezes mais que o previsto para funcionar.
A expectativa é que ele complete sua ‘maioridade’ em fevereiro de 2014, sem um dos raríssimos casos de larga sobrevida no espaço acima do projetado.
O número de órbitas é mais um dos resultados impressionantes do aparelho de tecnologia simples, que remete a Terra informações ambientais recolhidas em sua passagem sobre o território nacional. O esforço da indústria brasileira, particularmente a de São José dos Campos, para construir e colocar no espaço o artefato é comemorado de maneira entusiasmada pelos cientistas a cada ano que o satélite consegue permanecer em órbita.
O SCD-1tinha expectativa de apenas um ano de vida útil quando foi lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, num dos maiores marcos da história espacial brasileira e também pioneira na América do Sul.
Projetado, construído e operado pelo INPE, o equipamento já teve variações de órbita, falhas em sistemas por degeneração, mas continua retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento do nível de água dos rios e represas,por exemplo.
“Após este longo tempo em órbita, o SCD-1continua em operação e se prova um projeto de reconhecido sucesso, um verdadeiro tributo à competência da engenharia espacial brasileira. O lançamento do SCD-1 colocou o INPE entre as instituições que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita”, afirmou o diretor geral do INPE, Leonel Perondi.
Além de cumprir sua missão de coleta de dados, o SCD-1 foi a porta de entrada para o Brasil estabelecer programas de cooperação espacial com outros países. Na década de 1990, o país se valeu da bem sucedida experiência para conseguir se aproximar de países como a França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos.
O chefe do Centro de Rastreio e Controle do INPE, Pawell Rozenfeld, comentou que a ação pioneira do Brasil foi crucial para o desenvolvimento de programas espaciais tanto da Argentina como da China. No caso argentino, que alguns anos mais tarde lançaria seu primeiro satélite, o SCD-1 ajudou a calibrar a Estação Terrena de Córdoba e no segundo caso, a Estação Terrena de Nanning, na China.
“Nós fazíamos a previsão da passagem do SCD-1 pela China e os chineses utilizavam essas informações para aperfeiçoar seu próprio sistema de determinação em órbita, pois eles ainda iriam lançar satélite na banda S. Para a Argentina, que não tinha nenhum satélite na época, o SCD-1 foi ainda mais importante para determinar os parâmetros da sua estação”, relembrou o pesquisador.
O satélite capta e retransmite os sinais das Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.
A situação do SCD-1 é tão inusitada no meio espacial que nem mesmo seu engenheiros e projetistas conseguem avaliar o quanto ainda lhe resta de vida útil. Ele pode funcionar por mais alguns dias ou ainda por vários anos, até perder altitude - que é de 750 km da superfície terrestre, por variações em seu comportamento, como oscilações em sua rotação ou falência de seus baterias alimentadas por painéis solares, e reingressar na atmosfera. Isto levaria a sua desintegração.
DefesaNet
Fonte : http://brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br/2013/10/scd-1-satelite-brasileiro-vive-20-vezes.html
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