MASSACRES E DIREITO DE GUERRA
Como eu já disse anteriormente, quando
o Wiesenthal Center soube que podia botar a mão em um dos participantes da
execução de reféns que acontecera na Itália, sabia que era mais uma chance para
reforçar a imagem sinistra do elemento teutônico, que eles estavam empenhados em
construir.
Com a morte do centenário Erich PRIEBKE também buscaram tirar desta o maior proveito possível. A mídia teleguiada fez um último esforço para deixar gravado na opinião pública o pretenso crime de guerra, representado pelo “massacre” que teria ocorrido na localidade italiana chamada Fossas Ardeatinas em 1945.
Desencavaram um vídeo e o dispuseram no youtube, declarando que seria o “testamento” do criminoso, insinuando que era uma confissão do crime e uma manifestação do arrependimento do autor diante do fim que se aproxima. A má-fé que está por trás da divulgação, revela-se pelo fato de que o PRIEBKE, que ali aparece, está ainda longe de completar cem anos de idade. O vídeo, que tem como entrevistador o próprio advogado, data portanto de uma fase processual bem anterior. A duração de poucos minutos sugere que tenha sido retirado de um contexto maior. A participação de PRIEBKE no ato em questão nunca fora negada, portanto não é uma confissão na “hora da morte”. Também o tal arrependimento não passa de redundância. É preciso ser muito insensível para não se arrepender de ter, com ou sem justificativa, causado a morte de alguém.
Como hoje são poucos os que – ao menos no lado ocidental do mundo – sabem o que é uma guerra, todo esse esforço que é feito para difamar o povo alemão, encontra solo fértil. É natural que haja indignação diante da notícia de execução de UM refém, imagine quando se ouve falar em centenas. Numa guerra a vida está por um fio. Até mesmo nós, civis, em uma cidade longe do front, não sabíamos se nos seria dado ver o dia seguinte.
Isso me faz lembrar um aspecto que cabe bem neste contexto e que eu gostaria que fosse analisado por jornalistas e todos os que condenaram e condenam homens como PRIEBKE. Qual é o julgamento que fazem dos homens que constituíam a tripulação de um LANCASTER britânico ou de um B-17 americano? Para estes era um feito rotineiro carregar suas máquinas voadoras com até 10 toneladas (cada uma) de bombas mortíferas, seguir seu plano de voo até uma cidade, longe dos campos de batalha. Quando lá chegavam apertavam um botão ASSASSINANDO centenas ou milhares de seres humanos, homens, mulheres e crianças.
Isto, sim, era MASSACRE. Isto era proibido pela ius belli, pelo droit de guerre. O mesmo direito internacional invocado hoje pelo Barack Obama, quando exige a destruição de armas químicas. Estas e as bacteriológicas, como TAMBÉM as armas de longo alcance que possam atingir civis, são proibidas pela Convenção de Genebra. Esta e os Acordos de Haia vêm sendo atualizados desde 1864.
É este DIREITO DE GUERRA que prevê também a REPRESÁLIA em casos como os da Via Rasella em Roma. Ela foi aplicada em inúmeros casos nesta e em outras guerras. Na Grécia, entre 1941 e 1943 os próprios italianos realizaram execuções de reféns na proporção de 1:100 e na Albânia de 1:200. Relatei no livro O QUE É VERDADE? o caso do general americano Maurice Rose, morto por combatentes, quando os americanos em represália executaram 110 soldados alemães aprisionados. Em My Lai, no Vietnam, os americanos, sob comando do tenente Calley, executaram todos os mais de 500 habitantes desta aldeia. Viktor Suvorov conta em seu livro O GRANDE CULPADO – Editora Amarylis, como os bolchevistas chegaram a agir em seu próprio pais quando procuravam reacionários. Cercavam uma aldeia, detinham 10 homens e progressivamente os executavam enquanto não houvesse denúncia de algum dissidente. Em 1945, terminada a guerra, acontecia com frequência que grupos de alemães eram executados por integrantes das forças de ocupação, sem que se pudesse distinguir se eram simples assassinatos ou execução de reféns.
São relatados ainda casos escabrosos, acontecidos em outras guerras, onde o número de reféns executados chegava a vários milhares e que eu prefiro não publicar. Mas acho que se deve distinguir entre atos orientados pelo ódio e/ou baixos instintos e aqueles determinados pela autodefesa e regras militares. Entre os primeiros podemos citar como exemplo o famoso escritor ERNEST HEMINGWAY que confessou em carta a um amigo, sem qualquer arrependimento, ter matado mais de cem pessoas. Um ERICH PRIEBKE claramente pertence ao segundo grupo.
Então Capitão da SS Erich Priebke em Roma.
Erich Priebke completou 100 anos com lucidez em 29 de julho de 2013.
Abraços
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