Leia sua última entrevista. Inédita e imperdível.
Faleceu
a 11 de outubro de 2013, o mais antigo prisioneiro da Segunda Guerra
Mundial, o alemão Erich Priebke. Perseguido implacavelmente por
aquela comunidade movida a um ódio insano, Priebke nunca se retratou
por aquilo que foi acusado ou amenizou sua participação no regime
nacional-socialista. Uma fortaleza de retidão e honra na defesa dos
valores de seu povo.
Sr.
Priebke, há alguns anos você disse que não iria negar seu passado.
Aos 100 anos, você ainda pensa desta forma?
Sim.
O
que você quer dizer exatamente com isso?
Eu
decidi ser fiel a mim mesmo.
Então
você se sente ainda hoje como um nacional-socialista?
A
lealdade ao seu próprio passado é algo que tem a ver com nossas
convicções. É o meu jeito de ver o mundo, meu ideal, aquilo que
foi a cosmovisão para nós, alemães, e que ainda está ligado ao
amor próprio e ao sentimento de honra. A política é uma outra
coisa. O Nacional-Socialismo caiu com a derrota e hoje não tem para
ele qualquer perspectiva de se estabelecer.
Essa
cosmovisão, a qual você se refere, compreende também o
antissemitismo?
Se
você quiser realmente reconhecer a verdade com sua pergunta, é
necessário abrir mão de alguns clichês próprios e preconceitos:
criticar não significa que você queira destruir alguém. Desde o
início do século XX, na Alemanha, o comportamento dos judeus era
criticado abertamente. O fato dos judeus terem angariado para si um
enorme e crescente poder econômico e, consequentemente, o poder
político, enquanto perfaziam apenas uma pequena parcela da população
mundial, foi considerado uma grande injustiça. Ainda hoje é um fato
que se tomarmos as mil pessoas mais ricas e poderosas do mundo, nós
teremos que reconhecer que uma significativa parcela deles são
judeus, banqueiros ou acionários de multinacionais. Principalmente
após a derrota na Primeira Guerra Mundial e sob o julgo do Tratado
de Versalhes, a imigração judaica proveniente do leste europeu
levou a uma situação catastrófica na Alemanha, precipitada por um
enorme acúmulo de capital dentro de poucos anos, enquanto neste
período, na República de Weimar, a grande maioria dos alemães
vivia na penúria. Neste ambiente os agiotas multiplicaram seu
patrimônio e cresceu o sentimento de frustração contra os judeus.
É
uma velha história, segundo a qual é permitido aos judeus a prática
da usura, enquanto esta é proibida aos cristãos. Qual é verdade
para você?
Certamente
não é minha ideia. Basta ler Shakespeare ou Dostoievski para
reconhecer que de fato havia um problema semelhante com os judeus
dentro da perspectiva histórica, de Veneza até São Petersburgo.
Isso não significa que naquela época os judeus eram os únicos
agiotas. Eu compartilho uma citação do poeta Ezra Pound: “Eu não
vejo qualquer diferença entre um agiota judeu e um agiota ariano.”
Por
causa de tudo isso você acha justificável o antissemitismo?
Não,
veja que isso não significa que não exista entre os judeus, pessoas
decentes. Eu repito, antissemitismo significa ódio, ódio
indiscriminado. Mesmo também nos últimos dias de minha perseguição,
como idoso e privado da liberdade, eu sempre evitei o ódio. Eu nunca
quis odiar, nem mesmo aqueles que me odiaram. Eu falo apenas do
direito à crítica, e tento explicar os motivos. Eu ainda que lhe
dizer mais uma coisa: você deve refletir que uma grande parcela dos
judeus, devido à sua particular concepção religiosa, se consideram
superiores e melhores que todas as outas pessoas. Eles se identificam
com o “povo escolhido por Deus” da Bíblia.
Hitler
também falava da superioridade da raça ariana.
Sim,
Hitler também caiu na ideia da superioridade. Isso foi a razão para
erros, de onde não há mais volta. Todavia, você deve considerar
que o racismo era algo normal naquela época. E não foi apenas uma
questão da vontade popular, mas era parte integrante de governos e
até mesmo do ordenamento jurídico.
Mesmo depois que os
norte-americanos haviam se tornado mercadores de escravos e tinham
deportados os povos africanos, eles permaneceram racistas e
mantiveram um comportamento discriminatório frente aos negros. As
primeiras leis raciais de Hitler não restringiram mais os direitos
dos judeus do que as restrições legais impostas aos ex-escravos
africanos em muitos estados dos EUA. O mesmo pode ser dito de grupos
populacionais da Índia discriminados pelos britânicos, e também os
franceses não se comportaram de forma diferente frente a seus
súditos das colônias. Sem mencionar do tratamento das minorias
étnicas na antiga União Soviética da época.
E
segundo sua opinião, como você acha então que a situação se
escalou na Alemanha?
O
conflito se radicalizou, cada vez mais foi se aguçando. Os judeus
alemães, os americanos, os britânicos e o judaísmo internacional
de um lado, contra a Alemanha do outro. Naturalmente os judeus
alemães se encontravam numa situação cada vez mais difícil. A
decisão resultante, aplicar leis mais duras na Alemanha, tornou a
vida dos judeus cada vez mais difícil. Então, em novembro de 1938,
um judeu, um tal de Grünspan, assassinou, em protesto contra a
Alemanha, um funcionário da embaixada na França, chamado Ernst von
Rath. Sucedeu a famosa “Noite de Cristal do Reich”. Grupos de
demonstrantes quebraram por todo o Reich janelas das lojas de judeus.
A partir de então os judeus foram vistos apenas como inimigos. Após
conquistar o poder, Hitler tentou encorajar os judeus a deixarem a
Alemanha. Em seguida, diante de um clima de desconfiança crescente
frente aos judeus alemães, causado pela guerra, boicote e conflito
aberto com as mais importantes organizações judaicas mundo afora,
eles foram confinados em campos de concentração como um inimigo
normal. Naturalmente isso foi catastrófico para muitas famílias
inocentes.
Então,
para você, tudo o que os judeus sofreram, foi culpa própria deles?
Culpa
existe um pouco em ambos os lados. Também do lado dos aliados que
declaram a guerra contra a Alemanha, após a entrada das tropas na
Polônia. Um território onde um grande número de descendentes de
alemães estava sob constante ataque, e foi colocado sob o controle
do recém-criado Estado polonês concebido em Versalhes. Contra a
Rússia de Stalin e sua invasão no restante da Polônia, ninguém
mexeu um dedo. Ao contrário, ao final do conflito, para defender a
independência da Polônia contra os alemães, toda a Europa
Oriental, incluindo a própria Polônia, foi dada a Stalin.
Excetuando
a questão política, então você se simpatiza com as teorias do
revisionismo histórico?
Eu
não entendo muito bem o que se quer dizer com Revisionismo. Quando
conversamos sobre o Processo de Nuremberg de 1945, posso lhe dizer
que se tratou de um processo inacreditável, um grande circo com o
único propósito de estampar o povo alemão e seus líderes, diante
da opinião pública mundial, como desumanos e desprezíveis. Para
humilhar os vencidos que não estava mais
em condições de se defender.
Onde
você baseia esta afirmação?
O
que dizer de um tribunal que se autodeterminou, que condena apenas os
crimes dos vencidos e não dos vencedores; onde os vencedores são
simultaneamente os acusadores, os juízes e a parte prejudicada, e
leis especiais são criadas a posteriori para o processo, apenas para
conseguir uma condenação? Até mesmo o presidente dos EUA, Kennedy,
condenou este processo como “repugnante”, pois ele “feria os
princípios da constituição norte-americana, (e foi feito) para
punir um adversário derrotado”.
Também
quando você afirma que o delito “crime contra a humanidade”, que
foi aplicado em Nuremberg, não existia anteriormente, mas sim foi
criado para este tribunal internacional, temos que admitir que as
acusações se referiam a crimes horríveis.
Em
Nuremberg, os alemães foram culpados pelo massacre de Katyn, mas em
1990 Gorbachow admitiu que foram os próprios russos acusadores que
tinham assassinado vinte mil oficiais poloneses na floresta de Katyn
com um tiro na nuca. Em 1992, o presidente Jeltzin apresentou o
documento original da ordem assinada por Stalin.
Os alemães foram
também acusados de terem feito sabão de judeus. Exemplares destes
sabões foram parar até em museus nos EUA, Israel e outros países.
Somente em 1990, um professor da universidade de Jerusalém teve que
admitir que se tratava de um engodo.
Sim,
mas os campos de concentração não são invenções dos juízes de
Nuremberg.
Nos terríveis anos da guerra, tratava-se de uma necessidade natural, prender a população civil que representava uma ameaça para a segurança nacional. Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto os russos, como também os EUA fizeram isso. Principalmente este último prendeu nos campos os norte-americanos de origem asiática.
Nos terríveis anos da guerra, tratava-se de uma necessidade natural, prender a população civil que representava uma ameaça para a segurança nacional. Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto os russos, como também os EUA fizeram isso. Principalmente este último prendeu nos campos os norte-americanos de origem asiática.
Mas
na América não havia câmara de gás nos campos de concentração
para os japoneses.
Como
eu já disse, muitas acusações foram inventadas pelos acusadores.
No que concerne à existência de câmaras de gás nos campos de
concentração, nós ainda estamos esperando pelas provas. Nos
campos, os detentos eram obrigados a trabalhar. Muitos deixavam o
campo durante o dia e retornavam à noite. A necessidade de força de
trabalho durante uma guerra é incompatível com a acusação de que
simultaneamente pessoas estavam em fila em algum lugar do campo, para
encontrar a morte nas câmaras de gás. O funcionamento de uma câmara
de gás interfere no seu arredor, é extremamente perigoso também
para o exterior, mortal. A ideia em mandar para a morte milhões de
pessoas desta forma é loucura, e isso no mesmo local onde outras
pessoas vivem e trabalham, sem que saibam. E difícil de colocar em
prática.
Quando
você ouviu pela primeira vez sobre o plano de extermínio dos judeus
e as câmaras de gás?
Quando
eu ouvi essas coisas pela primeira vez, eu me encontrava como
prisioneiro em um campo de concentração inglês, juntamente com
Walter Rauff. Nós dois estávamos chocados. Nós não podíamos
acreditar em tais coisas: câmara de gás para exterminar homens,
mulheres e crianças. Durante todo o dia nós conversamos com o
coronel Rauff e outros detentos. Todos nós fazíamos parte da SS,
cada um em seu nível com uma determinada posição no regime NS, mas
ninguém nunca havia ouvido algo assim.
Pense
apenas que eu soube anos depois, que meu amigo e superior Walter
Rauff, que compartilhou comigo no cativeiro alguns pedaços de pão
duro, foi acusado de ser o inventor deste misterioso carro a gás.
Algo assim somente poderia sair da cabeça de alguém que nunca
conheceu Walter Rauff.
E
todos os testemunhos sobre a existência das câmaras de gás?
Nunca
foi encontrada câmara de gás nos campos, exceto aquela que foi
construída depois da guerra pelos norte-americanos em Dachau. Provas
de câmaras de gás que possam ser confiáveis no sentido jurídico e
histórico, não existem; da mesma forma não são confiáveis os
depoimentos do último comandante de Auschwitz, Rudolf Höß.
Independente das grandes contradições de seus relatos, ele foi
torturado antes de seu testemunho em Nuremberg e posteriormente
enforcado a mando dos russos com a boca cheia. Para estas testemunhas
consideradas extremamente importantes pelos vencedores, foram
inúmeros os caso de uso do terror físico e psíquico caso houvesse
pouca cooperação; as ameaças se estendiam também à familiares.
Eu sei de experiência própria durante minha prisão e também por
parte de meus colegas, como os depoimentos dos detentos obtidos pelos
vencedores foram forçados, os quais nem dominavam o idioma inglês.
O tratamento dos prisioneiros nos campos russos da Sibéria já é de
domínio público, ele deveria apenas assinar qualquer tipo de
declaração, mais nada.
Então
para você os milhões de mortos são apenas uma invenção?
Eu
vi e conheci pessoalmente os campos. A última vez eu estive em
Mauthausen, em maio de 1944, para interrogar, por ordem de Himmler,
Mario, o filho de Badoglio. Eu permaneci por dois dias no campo.
Havia ali uma imensa cozinha para os detentos e até um bordel para
saciar suas necessidades. Nenhuma câmara de gás.
Infelizmente
muitas pessoas morreram nos campos, mas não por vontade de matar. A
guerra, as duras condições de vida, a fome, a falta de cuidados
adequados foram responsáveis pelas mortes. Mas essa tragédia dos
civis não aconteceu apenas nos campos, mas se estendeu por toda
Alemanha, principalmente por causa do bombardeamento indiscriminado
das cidades alemãs.
Então
você ameniza a tragédia dos judeus, o holocausto?
Há
pouco para amenizar: uma tragédia é uma tragédia. Aqui trata-se
mais da problemática da verdade histórica.
O interesse dos
vencedores da Segunda Guerra era de não ser responsabilizados pelos
seus crimes. Eles destruíram por completo algumas cidades na
Alemanha, onde não havia qualquer soldado, apenas para matar
mulheres, crianças e idosos e com isso tentar quebrar o espírito de
luta de combater o adversário. Este destino foi compartilhado por
Hamburg, Lübeck, Berlim, Dresden e outras cidades. Eles aproveitaram
a superioridade de seus bombardeios para matar impunemente a
população civil, em um louco descaso sem precedente. Então isso
atingiu os habitantes de Tóquio, e finalmente a insanidade alcançou
com as bombas atômicas os civis de Nagasaki e Hiroshima.
Por
isso foi necessário inventar crimes horrorosos que teriam sido
cometidos pela Alemanha, e assim apresentar os alemães como
criaturas do mal e todas as outras idiotices: como figuras de
romances de horror, dos quais centenas foram filmados em Hollywood.
Fora
isso, os métodos dos vencedores da Segunda Guerra não se alteraram
tanto assim: segundo sua visão, eles exportaram sua democracia com
as chamadas missões de paz contra a escória; para isso inventaram o
inimigo terrorista que está sempre a fazer coisas cada vez mais
monstruosas. Mas na prática eles atacam, principalmente com sua
força aérea, todos aqueles que não se curvam. Eles aniquilam
soldados e população civil, os quais não possuem os meios para se
defender. E assim, ao final de cada intervenção, aparece nos
diferentes países um governo marionete que defende seus interesses
econômicos e políticos.
Mas
como você explica algumas provas inquestionáveis como vídeos e
fotografias dos campos de concentração?
Estes
filmes são mais uma clara prova da falsificação: eles provêm
quase que exclusivamente do campo de Bergen-Belsen, Este campo era
para onde as autoridades transferiam os detentos de outros campos,
que eram inaptos ou incapazes para o trabalho. Dentro do campo
encontrava-se uma estação para convalescência. Apenas isso já
deveria dar o que falar sobre a intenção assassina dos alemães.
Parece estranho que se construa em tempos de guerra uma estrutura
como essa para aqueles que deveriam ser gaseados. Os ataques a bomba
dos aliados, em 1945, deixaram o campo sem suprimento, água e
medicamentos. Espalhou-se uma epidemia de tifo, que causou a morte de
milhares. Os filmes são originários desta época, de abril de 1945,
onde o campo de Bergen-Belsen era devastado por uma epidemia e já se
encontrava nas mãos dos aliados. As gravações foram filmadas
especialmente para fins de propaganda pelo diretor britânico e
mestre dos horrores, Alfred Hitchcock. O cinismo e a falta de
humanidade com os quais ainda hoje se especula em torno destes
filmes, é assustador. Hás anos eles são projetados nas telas, com
impressionantes músicas de fundo, o público foi enganado sem
qualquer escrúpulo através da ligação destas imagens com as
câmaras de gás, onde não há qualquer relação. Tudo falso!
O
sentido para todos estes engodos não seria tirar o foco dos crimes
dos aliados?
No
início foi. O mesmo cenário do processo de Nuremberg também foi
inventado pelo general MacArthur, no Japão, com o processo de
Tóquio. Neste caso pensou-se em outra história e em outros crimes,
que levaram à morte todos os acusados por enforcamento. E para
incriminar os japoneses que tinham acabado de sofrer o impacto das
bombas atômicas, inventou-se até acusações de canibalismo.
Por
que somente no início?
Por
que a literatura posterior sobre o holocausto veio a servir
especialmente ao Estado de israel, por dois bons motivos. O primeiro
é bem explicado pelo escritor Norman Finkelstein, filho de judeus
deportados. Em seu livro, “A indústria do holocausto”, ele
explica como este negócio se traduziu no pagamento de indenizações
e reparações na casa dos milhões para instituições judaicas e o
Estado de israel. Ele escreve sobre uma “ordeira chantagem
organizada”. O segundo motivo é explicado pelo escritor Sergio
Romano, que certamente não pode ser considerado um revisionista.
Após a guerra do Líbano, israel reconheceu que uma expansão e
dramatização da literatura do holocausto traria vantagem em sua
disputa territorial com os árabes e levaria a “uma arte de
imunidade meio-diplomática”.
Por
todo o mundo o holocausto é sinônimo de extermínio. Você tem
dúvidas sobre isso ou até mesmo nega?
Os
meios de propaganda, daqueles que têm hoje o poder global nas mãos,
é imensurável. Através de uma subcultura histórica, criada em
casa em disseminada através da televisão e cinema, a consciência
foi manipulada através da influência das emoções. Principalmente
as novas gerações, já ao iniciar a vida escolar, foram submetidas
a uma lavagem cerebral, com uma horrível história para reprimir a
liberdade de opinião.
Como
eu já disse, nós aguardamos há quase 70 anos pelas provas do crime
que é imputado ao povo alemão. Historiadores não encontraram um
único documento que reporte sobre as câmaras de gás. Nem uma ordem
escrita, um relatório ou uma declaração de um órgão alemão, uma
notícia de algum funcionário. Nada.
Diante
desta falta de documentos, os juízes de Nuremberg assumiram que o
programa da “Solução final da questão judaica”, que avaliava
as possibilidades de deportação dos judeus da Alemanha e
posteriormente dos territórios ocupados, incluindo um possível
reassentamento em Madagascar, era um codinome secreto que significava
seu extermínio. Isso é um absurdo! Em pleno cenário de guerra,
quando nós ainda éramos considerados vencedores tanto na África
quanto também na Rússia, os judeus, que no início foram apenas
encorajados, foram então convocados intensivamente até 1941 a
deixar espontaneamente a Alemanha. Somente após estes dois anos
desde o início da guerra é que começaram as medidas para
restringir sua liberdade.
Imaginemos
apenas uma vez que as provas, às quais você se refere, sejam
descobertas. Eu falo de um documento que tenha sido assinado por
Hitler ou algum outro abaixo na hierarquia. Como você reagiria
diante disso?
Neste
caso eu sou a favor de uma condenação rigorosa de tais atos. Todas
as medidas de violência gratuita contra grupos sem consideração da
responsabilidade individual, são inaceitáveis e absolutamente
condenáveis. Isso aconteceu com os índios nas Américas, com os
kulaks na Rússia, as vítimas italianas na Ístria, os armênios na
Turquia, os prisioneiros alemães nos campos de concentração
norte-americanos na Alemanha e França assim como os russos, que
pereceram por vontade de Eisenhower e Stalin. Ambos chefes de Estado
ignoraram conscientemente a convenção de Genebra, para conduzir a
tragédia até seu ápice. Todos estes episódios devem ser
condenados com toda veemência, inclusive a perseguição dos judeus
pelos alemães, que sem dúvida alguma aconteceu. A verdadeira, não
essa inventada pela propaganda de guerra.
Você
então reconhece que existe a possibilidade de alguma prova do
extermínio por parte dos alemães ter escapado ao final do conflito
e apareça talvez um dia?
Eu
acabei de dizer que determinados atos devem ser condenados. Assumamos
apenas uma vez que absurdamente encontre-se um dia uma prova da
existência das câmaras de gás. A condenação daqueles que
planejaram e executaram o assassinato em massa, é inquestionável e
claro. Veja, eu aprendi que surpresas nesta área nunca acabam.
Todavia, neste caso eu creio poder excluir com certeza, porque já
faz mais de sessenta anos que documentos alemães, confiscados pelos
vencedores, são investigados e analisados pode centenas de
pesquisadores; até hoje nunca foi apresentada uma única prova e no
futuro provavelmente nada será apresentado.
Eu
considero também muito improvável por outro motivo: já durante a
guerra, nossos adversários começaram a disseminar suspeitas sobre
os assassinatos nos campos. Eu falo da declaração dos aliados de
dezembro de 1942, onde se falava generalidades sobre os bárbaros
crimes contra os judeus na Alemanha e pleiteava uma punição aos
culpados. Então, ao final de 1943, eu soube que não se tratava de
uma mera propaganda de guerra, mas sim que nossos inimigos até
planejavam a fabricação de falsas provas para estes crimes. A
primeira notícia sobre isso, eu recebi de um amigo, o capitão Paul
Reinicke, que trabalhava junto ao número dois do governo do Reich, o
Reichsmarschall Göring: ele era chefe de sua segurança. A última
vez que o vi, ele me contou do plano das falsificações. Göring
estava indignado, pois ele considerava difamatória tais
falsificações diante dos olhos de todo o mundo. Göring, antes de
cometer suicídio, condenou severamente este tipo de produção de
falsas provas diante do tribunal de Nuremberg.
Uma
outra evidência eu recebi depois do chefe da polícia, Ernst
Kaltenbrunner, o homem, que substitui Heydrich após sua morte e foi
parar na forca no processo de Nuremberg. Eu o vi antes do final da
guerra para reportar a traição do rei Vittorio Emanuele. Ele
mencionou que as futuras potências vencedoras já estavam
trabalhando na construção de falsas provas de crimes de guerra e
outras atrocidades, que eles teriam inventado para os campos como
provas das atrocidades alemãs. Eles estavam dispostos a chegar a um
consenso sobre os detalhes, como um único julgamento poderia ser
encenado com os perdedores.
Digno
de nota, entretanto, foi o encontro que tive em agosto de 1944, com o
ajudante direto do general Kaltenbrunner, o chefe da Gestapo,
Heinrich Müller. Graças a ele, eu pude entrar na escola de
oficiais. Eu lhe devo muito e ele tinha também muita consideração
por mim. Ele chegou em Roma para encarar um problema particular de
meu comandante, o tenente coronel Herbert Kappler. Naqueles dias, o
quinto exército norte-americano conseguiu furar o bloqueio em
Cassino, os russos avançavam em direção à Alemanha. A guerra
estava irremediavelmente perdida. Nesta noite ele me pediu para
acompanha-lo ao hotel. Devido à existente confiança, eu arrisquei
lhe perguntar detalhes sobre este assunto. Ele me contou que através
do serviço de espionagem havia claros sinais que à vista da vitória
final, o inimigo tentava criar provas para nossos crimes, para
produzir uma encenação espetacular após a derrota que deveria
levar à criminalização da Alemanha. Ele conhecia detalhes exatos e
estava seriamente preocupado. Ele afirmou que não se poderia confiar
nessas pessoas, pois eles não conheciam nem honra nem tinham
escrúpulos. Eu era ainda jovem na época e não dei a devida
importância a suas palavras, mas tudo aconteceu exatamente como o
general Müller havia me dito. Este eram os homens, os líderes que
hoje são acusados de terem planejado e organizado o extermínio dos
judeus em câmaras de gás! Eu iria considerar tudo isso um grande
circo, caso o assunto não fosse tão trágico.
Quando
os norte-americanos atacaram o Iraque em 2003, com a desculpa de que
eles possuíam “armas de destruição em massa”, com ajuda do
falso juramento do secretário de estado Powell diante do Conselho de
Segurança da ONU, justamente aqueles que são os únicos a usar tais
armas nas guerras, eu disse a mim mesmo: nada de novo!
Você,
como cidadão alemão, sabe que segundo certas leis na Alemanha,
Áustria, França, Suíça, existe uma punição para quem negar o
holocausto?
Sim,
as potencias mundiais mais poderosas aprovaram o texto e logo a
Itália vai fazê-lo. O truque reside justamente ali, em fazer as
pessoas acreditarem que aqueles que se opõem ao colonialismo
israelita e sionismo na Palestina, são antissemitas. Aqueles que
ousam criticar os judeus, são e permanecem sempre um antissemita.
Quem ousa a questionar por provas da existência de câmaras de gás
nos campos de concentração, valem automaticamente como defensores
da ideia do extermínio de judeus. É uma manipulação infame.
Justamente estas leis são provas do medo que eles têm, da verdade
se revelar algum dia. Claramente existem receios, que apesar de tal
campanha propagandística emocional, os historiadores partam atrás
das provas e os pesquisadores tornem-se cientes das falsas
representações. Justamente a existência de tais leis abre os olhos
daqueles que ainda acreditam na liberdade do pensamento e da
importância de uma pesquisa histórica independente.
Naturalmente
eu posso ser acusado pelos que acabei de falar, minha situação pode
piorar mais ainda, mas eu tenho que dizer as coisas, pois elas
correspondem à verdade; eu considero esta coragem perante ao que é
correto, como um dever perante meu país, minha contribuição para
comemorar meu centésimo aniversário, para salvação da honra de
meu povo.
(Assinatura)
Na segurança de meus 100 anos!
Na segurança de meus 100 anos!
Erich
Priebke
Altermedia-Deutschland,
11/10/2013.
Abraços
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"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
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