sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Grande Oriente dos horrores

COMO UMA TROPA DE ANIMAIS CARNICEIROS, OS MAÇONS SE ESPALHARAM POR TODA A SUPERFÍCIE DO MUNDO, E ENCHERAM A TERRA COM HORRORES E CRIMES DESCONHECIDOS ATÉ ENTÃO

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A maior parte dos acontecimentos que aconteceram no mundo desde os últimos anos do reinado de Luís XV, e a maior parte daqueles cujos somos nesse momento as infelizes testemunhas, só podem ser explicados de um modo satisfatório pela ação contínua das sociedades secretas. [...]

Os leitores que desejarem nos seguir com algum interesse, não tardarão em ver que a Maçonaria não é tão inofensiva quanto se costuma supor. Uma vez mais, eles poderão se convencer da sabedoria da Igreja que soube, desde o princípio, se dar conta rigorosamente das tendências inconfessáveis e vergonhosas desta vasta associação e alertar os poderes estabelecidos.

Mas, antes de abordar os diversos pontos que acabamos de indicar, relataremos tão brevemente quanto possível as origens da Maçonaria. Essas origens são obscuras, tanto que os próprios iniciados estão divididos sobre esse ponto. Assim sendo, nosso papel se limitará àquele de um simples relator.

Noções preliminares

A Maçonaria antes da Revolução de 1789

A primeira sociedade maçônica estabelecida na França não remonta além de 1723. Foi somente por volta dessa época que Derwent-Vaters fundou uma loja em Paris. Em pouco tempo essa loja reunia mais de seiscentos membros. Com o número de maçons em constante crescimento, novas lojas não tardaram a se formar. De acordo com Derwent-Vaters, lorde de Harnouester, ele foi o grande mestre dessa loja. O duque d’Antin lhe sucedeu em 1738.

A Maçonaria pode ser dividida em três classes: a Maçonaria hermética, a Maçonaria cabalista e a Maçonaria eclética.

Cada um desses ramos se distingue do outro por um ensino particular, ainda que sua finalidade seja absolutamente a mesma.

A doutrina dos maçons herméticos está contida completamente nesta passagem de Hermes Trismegisto:

“Tudo é parte de Deus; se tudo é parte de Deus, tudo é Deus. Assim, tudo o que se fez por si mesmo jamais cessará de agir; pois este agente não pode descansar. E como Deus não tem fim, da mesma forma sua obra não tem nem começo nem fim”.

Eis o panteísmo com todas as suas consequências religiosas e sociais.

Os Maçons cabalistas tomaram emprestado de Manes seu princípio bom e mau, circundados respectivamente por bons e maus gênios que habitam os planetas e daí exercem sobre os humanos uma influência conforme sua natureza. Os Maçons Rosa-Cruz e os Martinistas pertencem, em geral, aos Maçons da Cabala.

Os maçons ecléticos são aqueles que, após terem passado por todos os graus, não se fixaram em nenhum sistema religioso, mas compuseram para si uma crença particular composta por diversos erros, tomados emprestados um pouco por toda parte e reunidos em um corpo de doutrina.

O príncipe de Conti, tendo sido iniciado, eles lhe conferiram o título de grão-mestre, a fim de se subtraírem da ira de Luís XV, que não via com bons olhos essas novidades perigosas. Seu papel, aliás, sempre foi limitado àquele de para-raios, o único que os Maçons podiam lhe confiar sem imprudência.

Entre os sofistas que foram os primeiros a entrar nas lojas, devemos citar Condorcet, Lalande, Menou, Lafayette, Chapellier, Mirabeau, Dupui, Banneville, Volney, Fouchet, Bailly, Guillotin, Sieyès, etc..

A aristocracia, não sei por qual obstinação fatal, se deixou conduzir a essa nova corrente. Esses infelizes filhos da velha e cavalariça nobreza da França viam na Maçonaria uma primeira experiência de mutualidade, ou, no máximo, uma sociedade de livres pensadores saída da Regência.

O Grande Oriente, espécie de escritório central de onde emanavam todas as ordens que os líderes tinham de transmitir às lojas provinciais, era a alma da sociedade. O Grande Oriente formava, além do mais, uma espécie de corte suprema onde eram julgadas as contendas da seita. Todo semestre, enviavam para lá as diversas coletas dos irmãos, coletas por meio das quais os afiliados conseguiram reunir somas consideráveis.

A loja da rua Coq-Héron era aquela que, depois do Grande Oriente, tinha maior importância. Sieyès e Condorcet faziam parte dela. O duque de Larochefoucauld era seu presidente. Acontecendo um dia dos olhos do infeliz se abrirem, ele deixou de ir às reuniões. Sieyès e Condorcert tornaram-se então os chefes dessa loja, onde se reuniam todos os Maçons de vanguarda da capital.

“O clube da Propaganda, diz Girtaner[1], é muito diferente do clube chamado dos Jacobinos, ainda que ambos se misturem frequentemente. Aquele dos Jacobinos é o grande motor da Assembleia nacional. O da Propagada quer ser o motor do gênero humano. Esse último já existia em 1786″.

O grande objetivo do clube propagandista é estabelecer uma ordem filosófica dominante sobre a opinião do gênero humano. Para ser admitido nessa sociedade, é preciso ser partidário da filosofia da moda, ou seja, do ateísmo dogmático, ou ambicioso, ou descontente com o governo. A primeira coisa requerida, quando da iniciação, é a promessa do mais profundo segredo. Diz-se em seguida que o número de adeptos é imenso; que eles estão espalhados por toda a terra; que todos estão continuamente ocupados em descobrir os falsos irmãos para se livrarem deles e se desfazerem daqueles que traíram o segredo. O aspirante deve prometer não ocultar nada dos seus irmãos, defender sempre o povo contra o governo, opor-se constantemente contra toda ordem arbitrária, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para introduzir uma tolerância geral por toda religião.

Há nessa sociedade dois tipos de membros: os contribuintes e os não pagantes. Os primeiros fornecem pelo menos três luís (moeda antiga) de ouro por ano, e os ricos dobram a contribuição. O número dos pagantes é de aproximadamente cinco mil: todos os demais se comprometem a propagar por toda parte os princípios da sociedade e sempre levar a cabo seu objetivo. Esses últimos são pelo menos cinquenta mil.

Em 1790, havia, no caixa da Ordem, vinte milhões de libras, em espécie; segundo as atas, deveria haver dois milhões a mais antes do fim de 1791.

Não se poderia negar, dizem os adeptos, que a opressão sob a qual vivem os homens não seja terrivelmente bárbara. Cabe à luz filosófica despertar os espíritos, soar o alarme contra os opressores. Isso uma vez feito, basta apenas esperar o momento favorável, aquele onde os espíritos estarão geralmente dispostos a abraçar o novo sistema, que eles deverão, então, pregar ao mesmo tempo por toda Europa. Se houver opositores, será preciso ganhá-los ou pela convicção ou pela necessidade. Se eles se mantiverem em sua oposição, será preciso tratá-los como eles tratam os judeus, e lhes recusar por toda parte o direito de burguesia.

Eles organizaram algum tempo antes da Revolução uma loja maçônica cujos membros se deram o nome de Amigos dos Negros. Sob pretexto de trabalhar pela abolição da escravidão, os líderes desse novo conciliábulo procuraram organizar o movimento insurrecional que eles cogitavam. Para conseguir isso mais seguramente, eles chamaram para junto de si todos os descontentes da época. Nem sempre sua escolha foi um sucesso, e, entre os homens que eles se associaram, houve aqueles que recusaram aceitar seus princípios. Decisão errada, pois os maçons não pararam de persegui-los em sua vingança. O marquês Beaupoil de Saint-Aulaire nos deixou, sobre esse assunto, alguns detalhes muito instrutivos:

“Sei, escreve ele, que depois da minha abdicação, a sessão girou sobre os meios de me punir pelo o que eles chamaram de traição. Os conselhos eram violentos; Mirabeau só consentiu com os meios de me desacreditar pela calúnia, de me apresentar como um homem perigoso, e alguém cujo não se pode confiar. Carra e Gorsas se encarregaram da comissão; suas penas temperaram as calúnias com os ataques mais violentos contra mim. Quando o tempo das proscrições chegou, meu nome se encontrava no topo de todas as listas das pessoas a serem massacradas”.

O Comitê regulador ou Amigos dos Negros passava suas deliberações ao Grande Oriente, que as dirigiam, por sua vez, aos veneráveis das Lojas provinciais. As primeiras instruções que esses últimos receberam estavam acompanhadas de uma carta, cuja meus leitores vão gostar de conhecer o texto:

“Assim que tiverdes recebido o pacote em anexo, acusareis sua recepção. Anexe a isso o juramento de executar fielmente e pontualmente todas as ordens que chegarão até vós do mesmo modo, sem se preocupar em saber de onde elas partem nem como elas chegam até vós. Se recusardes esse juramento, ou se faltardes com ele, sereis visto como tendo violado aquele que fizestes em vossa entrada na Ordem dos Irmãos. Lembrai-vos do Aqua Tophana (o mais eficaz dos venenos). Lembrai-vos dos punhais que atingem os traidores”.

Até então os maçons eram recrutados nas classes mais cultas da sociedade. Eles eram, a esse respeito, iniciados como os filósofos.

Mas tinha chegado a hora de considerar o povo. Para assegurar o triunfo do ateísmo e agitar o mundo, não bastam teorias, é preciso, à vontade perversa dos inovadores, braços que a socorram.

Agricultores e artesãos foram alistados pelos adeptos e moldados, no segredo das lojas, para a obra sangrenta que os sofistas meditavam há tanto tempo. Nesse meio tempo, uma nova força veio se unir aos filósofos e à Maçonaria; quero falar dos Iluminados da Alemanha, uma das seitas mais perigosas que o gênio do mal gerou.

Eis o que diz Blumenhagen:

“Um professor, chamado Adam Weisshaupt, fundou, na Baviera, a Ordem dos Iluminados: a luz, na acepção mais completa da palavra, era sua finalidade confessa. Mas o monstro só tinha por inconstante segredo, o egoísmo e a sede de dominação; seu anão maldito era apenas a revolução sob o manto da filosofia. Sem serem Maçons no princípio, os iluminados souberam se apoderar da maioria das Lojas; os maçons mais estimados se orgulhavam do título de Iluminados; até que o governo, com uma sábia severidade, rasgou os véus de seus mistérios, antecipou a execução de seus projetos sinistros e expulsou os adeptos para um país vizinho, onde suas chamas infernais souberam encontrar um alimento para a combustão e uma segurança mais completa. Foi rumo à França que esta expedição dos Argonautas se dirigiu; mas, no lugar de matar um dragão e conquistar o velo de ouro da liberdade espiritual, esses homens, tão orgulhosos por sua celebridade, se entregaram à incubação de uma ninhada de dragões. Como uma tropa de animais carniceiros, seus dignos rebentos se espalharam por toda a superfície do mundo, e encheram a terra com horrores e crimes desconhecidos até então.

Nenhum lugar foi abusado tanto pela Maçonaria quanto esse país. Antes ela estava reduzida, por seus malabarismos grosseiros, ao papel de uma charlatã; seu espírito estava embriagado com trinta e alguns graus de cavaleiros; seu fim era somente a impostura e a cupidez mais sórdida. Mas vimos no jacobinismo e no terrorismo um fratricida Egalité e um Robespierre, bebedores de sangue. Nós os vimos, em altares infames, substituírem o maço (espécie de marreta) do mestre pelo machado do carrasco; nós os ouvimos pregar o regicídio e o ateísmo.

O Cavaleiro do punhal que, no tempo dos Stuarts, era, na Itália e na França, o mais alto grau da Ordem, pôde exercer realmente suas funções execráveis; os Irmãos que nas tinham sido instruídos nas Lojas a transpassar pelo ferro um manequim colocado em uma gruta, mostraram sob a luz do dia o destino que eles optaram, e exterminaram com a submissão de um aluno mórbido[2]“.

La Franc-Maçonnerie, révélations d’un Rose-Croix a propos des événements actuels.

[1] Girtaner era membro desta loja. Suas informações devem ser, portanto, exatas.
[2] Guill. Blumenhagen. La Maçonnerie et l’État.

Fonte : http://catolicosribeiraopreto.wordpress.com/2014/01/09/como-uma-tropa-de-animais-carniceiros-os-macons-se-espalharam-por-toda-a-superficie-do-mundo-e-encheram-a-terra-com-horrores-e-crimes-desconhecidos-ate-entao/

Abraços

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