Recordações de Gaza
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Amal tinha sete anos de idade. Vivia em Beit Hanun, Palestina Ocupada. Encontrou a escola fechada pelas tropas de Israel. Na volta para casa foi abatida por um tiro disparado por um colono adolescente judeu que acompanhava as tropas invasoras do Estado sionista. Amal, cujo sorriso iluminava as manhãs sombrias, virou estatística. Ela tornou-se a décima sexta criança palestina assassinada em dois dias.
Hanan, oito anos de idade, foi esmagada por um tanque israelense, também em Beit Hanun. Havia ido comprar pão quando viu as tropas judaicas se aproximando. Com medo, correu para casa. Não conseguiu chegar. E se chegasse não iria encontrar a casa - demolida pelos buldozers. Seu avô Mahmud, de 75 anos, morreu sob os escombros. Os soldados justificaram sua morte dizendo que eles gritaram para que ele saísse. Mahmud, o avô de Hanan, era surdo.
O soldado Itzhak faz parte das tropas de elite do exército de Israel. Ele é um franco-atirador conhecido pelo apelido de dentista, porque gosta de acertar a boca de suas vítimas. Não costuma errar o alvo, seja de que tamanho for. Como ele há muitos outros que se postam em pontos estratégicos para assassinar palestinos, principalmente em Gaza. Ele está mirando neste momento em Amira, de seis anos de idade que está na porta do que restou de sua casa. Izak é paciente e não vai atirar enquanto ela não sorrir. Um minuto depois, um sorriso, um estampido e um corpo vai ao chão. A boca de Amira está desfigurada. O tiro arrancou seus dentes e sua vida.
O pequeno Yussef tem sete anos e chora sobre o corpo de seus pais. Seus três irmãos também estão mortos. Eles faziam parte de uma família de nove pessoas, todas assassinadas pelas tropas de Israel enquanto dormiam. Dizem que Yussef sobreviveu por milagre. De longe ele observa o que restou do corpo de sua avó Muna. Ela preparava o café da manhã quando o projétil lançado por um helicóptero não poupou ninguém.
Israel não passa de um posto militar a serviço de um sistema decadente que insulta a humanidade com sua brutalidade, arrogância e ferocidade. É o único “país” do mundo onde qualquer informação precisa passar antes pelo crivo das forças armadas. Nunca conheci jornalista estrangeiro sério que aceitasse trabalhar ali.
É impressionante o malabarismo que a mídia pilantra realiza para deturpar os fatos. Chama de “incursão” a invasão de um país, e de “defesa preventiva” o massacre de um povo. O Líbano e o Iraque foram arrasados e esses canalhas insistem na palavra incursão; os palestinos são trucidados e chamam isso de defesa preventiva.
Jornalista que aceita ser correspondente em Israel, queira ou não, acaba se tornando cúmplice. Por isso não vejo porque ele também não possa ser julgado por crimes contra a humanidade.
Ghazi Hamad, porta-voz do governo da Autoridade Nacional Palestina, indignado com os massacres e o genocídio do povo palestino, afirmou que "os governantes de Israel e os sionistas não são seres humanos, e sim animais”.
Premido pela dor e pela amargura, o sr Hamad não se deu conta que sua manifestação é uma ofensa aos animais.
Fonte : http://blogdobourdoukan.blogspot.com.br/2014/01/recordacoes-de-gaza.html
Abraços
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