domingo, 5 de janeiro de 2014

Quando a humanidade perdeu

O Mito de “Boa Guerra” da Segunda Guerra Mundial

                 

A Segunda Guerra Mundial não somente foi o maior conflito militar na história, ela foi também a mais importante guerra da América [NT: EUA] no século vinte. Ela trouxe profundas e permanentes mudanças social, governamental e cultural nos Estados Unidos, e tem tido um grande impacto sobre como os americanos consideram a si próprios e ao lugar de seu país no mundo.

Este confronto global – com os Estados Unidos e os outros “Aliados” de um lado, e a Alemanha Nazi, Japão imperial e outros países do “Eixo” do outro lado – é rotineiramente retratado nos EUA como a “boa guerra”, um conflito moralmente nítido entre o Bem e o Mal. [1]

Na visão do autor e historiador britânico Paul Addison, “a guerra serviu a uma geração de britânicos e americanos como um mito que consagrou sua pureza essencial, uma parábola do bem e o mal.” [2] Dwight Eisenhower, comandante supremo das forças americanas na Europa durante a guerra, e mais tarde presidente dos EUA por oito anos, chamou a guerra contra a Alemanha Nazi de “a Grande Cruzada”. [3] E o presidente Bill Clinton disse que na Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos “salvaram o mundo da tirania”. [4] Dizem aos americanos que esta foi uma guerra inevitável e necessária, a qual os EUA tiveram que travar para evitar ser escravizado por ditadores cruéis e implacáveis.

Seja qual forem as dúvidas ou desconfianças que os americanos possam ter tido sobre o papel de seu país no Iraque, Vietnam, ou outros conflitos no exterior, a maioria aceita que os sacrifícios feitos pelo EUA na Segunda Guerra Mundial, especialmente em derrotar a Alemanha de Hitler, foram inteiramente justificados e válidos.

Por mais de 60 anos, esta visão foi reforçada em incontáveis filmes, na televisão, por professores, em livros escolares, e por líderes políticos. A forma reverencial que o papel dos EUA na guerra foi retratado moveu Bruce Russett, professor de ciência política na Universidade de Yale, a escrever: [5]

“A participação na guerra contra Hitler permanece quase totalmente sacrossanta, próxima ao reino da teologia… Qualquer que sejam as críticas que se apresente à política americana no século vinte, a participação dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial permanece quase inteiramente imune. De acordo com nossa mitologia nacional, aquela foi uma “boa guerra”, uma das poucas que os benefícios claramente compensavam os custos. Exceto por alguns poucos livros publicados logo após a guerra e rapidamente esquecidos, esta ortodoxia permanece essencialmente inconteste”.

Quão preciso é este santo retrato do papel da América na Segunda Guerra Mundial? Como nós veremos, ele não se mantém sob um exame minucioso.

Primeiro, um olhar no eclodir da guerra na Europa.

Quando os líderes da Inglaterra e França declararam guerra contra a Alemanha em 3 de setembro de 1939, eles anunciaram que eles estavam fazendo isso porque as forças militares alemãs tinham atacado a Polônia, portanto, ameaçando a independência polonesa. Ao ir a guerra contra a Alemanha, os líderes ingleses e franceses transformaram o que era um conflito geograficamente limitado, de dois dias entre Alemanha e Polônia, em um conflito à escala européia, continental.

Logo se tornou óbvio que a justificativa franco-britânica para ir a guerra não era sincera. Quando as forças russas soviéticas atacaram a Polônia pelo leste, duas semanas depois, por fim tomando ainda mais território polonês do que fez a Alemanha, os líderes da Inglaterra e França não declararam guerra contra a União Soviética. E apesar de a Inglaterra e França irem a guerra para supostamente proteger a independência polonesa, ao fim da luta em 1945 – após cinco anos e meio de horrível luta, morte e sofrimento – a Polônia ainda não estava livre, ao contrário, estava inteiramente sob o governo brutal da Rússia Soviética.

Sir Basil Liddel Hart, um notável historiador militar britânico do século vinte, colocou desta forma: [6]

“Os Aliados ocidentais entraram na guerra com um objetivo duplo. O propósito imediato era cumprir sua promessa de preservar a independência da Polônia. O propósito último era remover uma ameaça potencial a eles mesmos, e assim garantir sua própria segurança. No resultado, eles falharam em ambos os propósitos. Não apenas eles falharam em prevenir que a Polônia fosse subjugada em primeiro lugar, e particionada entre a Alemanha e Rússia, mas após seis anos de guerra, que terminou em aparente vitória, eles foram forçados a reconhecer a dominação russa da Polônia – abandonando as promessas aos poloneses que tinham lutado ao seu lado”.

Em 1940, pouco após ele ser nomeado primeiro ministro, Winston Churchill explicitou, em dois discursos muitas vezes citados, suas razões para continuar a guerra da Inglaterra contra a Alemanha. Em seu famoso discurso “Sangue, suor e lágrimas”, o grande líder britânico durante a guerra disse que a menos que a Alemanha fosse derrotada, não haveria “sobrevivência para o império britânico, nenhuma sobrevivência para tudo aquilo que o império britânico representava…” Algumas poucas semanas depois, em seu discurso “Melhor Hora”, Churchill disse: “Sobre esta batalha depende a sobrevivência da civilização cristã. Sobre ela depende nossa própria vida britânica e a longa continuidade de nossas instituições e nosso império”. [7]

Quão estranhas aquelas palavras soam hoje. Mesmo que supostamente a Inglaterra “ganhou” ou, ao menos estava do lado vencedor na guerra, o outrora poderoso império britânico desapareceu na história. Nenhum líder britânico hoje ousaria defender o registro, muitas vezes brutal, do imperialismo britânico, incluindo assassinatos e bombardeios, a fim de manter o domínio colonial explorador sobre milhões na Ásia e África. Nem líder britânico algum ousaria hoje justificar o assassinato de pessoas a fim de defender a “civilização cristã”, não menos por medo de ofender a população não cristã, que ampla e rapidamente cresce, na Inglaterra.

Americanos gostam de acreditar que “mocinhos” vencem, e “vilões” perdem, e, em assuntos internacionais, que “bons” países vencem guerras, e “maus” países as perdem. Ao manter isto em vista, americanos são encorajados a acreditar que o papel dos EUA ao derrotar a Alemanha e Japão demonstrou a justiça do “American Way” e a superioridade da sociedade e forma de governo de nosso país.

Mas, se há alguma validade neste ponto de vista, seria mais preciso dizer que o resultado da guerra mostrou a justiça do “Soviet Way” e a superioridade do governo e forma de sociedade comunista soviética. De fato, por décadas era isto o que os líderes de Moscou proclamavam orgulhosos. Como um livro de história soviético oficial, publicado na década de 1970, pôs:

“A guerra demonstrou a superioridade do sistema de estado e social socialista Soviético… A guerra, além disso, demonstrou a unidade política e social do povo soviético… Uma vez mais ele sublinhou o significado da função organizada e de guia do partido comunista na sociedade socialista. O partido comunista consolidou milhões de pessoas em sua luta contra os agressores fascistas… a dedicação altruísta demonstrada pelo partido comunista durante os anos de guerra solidificou ainda mais a confiança, respeito e amor que ele goza entre o povo soviético”. [8]

De fato, a Alemanha de Hitler foi derrotada, primeiro e principalmente, pela União Soviética. Cerca 70-80 por cento das forças de combate alemã foram destruídas pelos militares soviéticos na frente oriental [N.T.: Vale aqui ressaltar que a União Soviética não colapsou diante da máquina de guerra alemã apenas devido à ajuda em material bélico e víveres que o democrático Roosevelt lhe forneceu]. O desembarque do Dia-D na França pelas forças americanas e britânicas, que é sempre retratado nos Estados Unidos como um golpe militar criticamente importante contra a Alemanha Nazi, foi lançado em junho de 1944 – isto é, menos de um ano antes do fim da guerra na Europa, e meses depois das grandes vitórias militares soviéticas em Stalingrado e Kursk, que foram decisivas na derrota da Alemanha. [9]

Quais foram os objetivos americanos na Segunda Guerra Mundial, e o quão bem sucedido foram os EUA em alcançá-los?

“Em 1941, o presidente Franklin Roosevelt, junto com o primeiro ministro inglês Winston Churchill, emitiu uma declaração formal dos objetivos de guerra Aliados, a muito divulgada “Carta do Atlântico”. Nela, os Estados Unidos e a Inglaterra declaram que eles não buscavam “mudanças territoriais que não fossem de acordo com os livres desejos dos povos envolvidos”, que eles “respeitariam o direito de todos os povos de escolher a forma de governo sob o qual eles viverão”, e que eles lutariam “para ver direitos soberanos e autogoverno restaurados àqueles que foram privados forçadamente deles”.

Logo ficou aparente, entretanto, que este solene empenho por liberdade e autogoverno para “todos os povos” era pouco mais do que propaganda vazia. [10] Isto não surpreende, dado que os dois maiores aliados da América na guerra foram a Grã Bretanha e a União Soviética – isto é, a mais importante potência imperialista do mundo, e a tirania mais cruel do mundo.

No eclodir da guerra em 1939, a Inglaterra governava sobre o maior império colonial da história, mantendo mais milhões de pessoas contra sua vontade que qualquer regime antes ou depois. Este vasto império incluía o que agora é a Índia, Paquistão, Bangladesh, Malásia, Nigéria, Gana, Quênia, Uganda, Tanzânia e África do Sul.

Outro grande aliado de guerra da América, a União Soviética, era, por qualquer medida objetiva, o regime mais tirânico ou opressor de seu tempo, e um despotismo muito mais cruel do que a Alemanha de Hitler. Como historiadores reconhecem, as vítimas do ditador soviético Stalin superam em grande número aqueles que pereceram como um resultado das políticas de Hitler. Robert Conquest, um proeminente estudioso da história russa do século vinte, estima o número daquelas que perderam sua vida como conseqüência das políticas de Stalin como “não menos que 20 milhões”. [11]

Durante a guerra os Estados Unidos ajudou substancialmente a manter a tirania de Stalin, e a ajudar a União Soviética a oprimir, adicionalmente, milhões de europeus, enquanto que também ajudando a Inglaterra a manter ou restabelecer seu governo imperial sobre muitos milhões na Ásia e África. [12]

Paul Fussell, um professor na Universidade da Pensilvânia, que serviu na Segunda Guerra Mundial como um tenente no exército dos EUA, escreveu em seu aclamado livro Wartime que “a guerra Aliada têm sido higienizada e romantizada quase que além do reconhecimento pelo sentimental, pelo patriota tolo, pelo ignorante e pelo sanguinário”. [13] 

Uma importante característica desta visão “higienizada” é que a crença que ao passo que o regime alemão Nazi foi responsável por muitos crimes de guerra e atrocidades, os Aliados, e especialmente os Estados Unidos, travaram uma guerra humana. Na verdade, o registro dos crimes Aliados é longo, e inclui o bombardeio anglo-americano de cidades alemãs, uma campanha terrorista que tomou a vida de mais de meio milhão de civis, a genocida “limpeza étnica” de milhões de civis na Europa central e oriental, e o mau-trato em larga escala no pós-guerra de prisioneiros alemães. [14] 

Após “quarenta meses de dever na guerra e cinco grandes batalhas” nas quais Edgar L. Jones serviu como “um motorista de ambulância, um marinheiro mercante, um historiador do Exército, e um correspondente de guerra”, ele escreveu um artigo dissipando alguns mitos sobre o papel da América na guerra. “Que tipo de guerra os civis supõem que nós lutamos, afinal?”, ele contou aos leitores do mensal The Atlantic. “Nós atiramos em prisioneiros a sangue frio, dizimamos hospitais, matamos ou maltratamos civis inimigos, eliminamos o inimigo ferido, lançamos o moribundo em um buraco junto com o morto, e no Pacífico, cozinhamos e tiramos a carne do crânio do inimigo para fazer ornamentos de mesa para namoradas, ou esculpimos seus ossos como abridores de carta.” [15]

Pouco depois do fim da guerra, as potências vitoriosas colocaram os líderes alemães do tempo de guerra em julgamento por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Ao fazê-lo, os EUA e seus aliados mantiveram os líderes alemães a um padrão que eles próprios não respeitavam.

O juiz da Suprema Corte dos EUA, Robert Jackson, não foi o único oficial americano de alta patente a reconhecer, ao menos em privado, que o clamor de justiça única dos Aliados era mera pretensão. Em uma carta para o presidente, escrita enquanto ele estava servindo como o promotor-chefe dos EUA no grande tribunal de Nuremberg de 1945-1946, Jackson reconheceu que os Aliados “tinham feito ou estão fazendo algumas das mesmas coisas que nós estávamos processando os alemães. Os franceses estão violando tanto a Convenção de Genebra no tratamento dos prisioneiros de guerra [alemães] que nosso comando está tomando de volta prisioneiros enviados a eles [para trabalho forçado na França]. Nós estamos processando por pilhagem e nossos Aliados estão praticando-a. Nós dizemos que guerra agressiva é um crime e um de nossos aliados declara soberania sobre os Estados Bálticos baseado em nenhum outro direito a não ser a conquista.” [16]

À conclusão do julgamento de Nuremberg de 1945-1946, o respeitado semanário inglês The Economist citou crimes soviéticos, e então adicionou, “Nem deveria o mundo ocidental consolar-se que só os russos permaneçam condenados no tribunal da própria justiça dos Aliados.” O editorial do The Economist prosseguiu:

“… Entre os crimes contra a humanidade está a ofensa do bombardeio indiscriminado de populações civis. Podem os americanos, que jogaram a bomba atômica, e os britânicos, que destruíram as cidades da Alemanha ocidental, pleitear ser ‘não culpados’ a conta disso? Crimes contra a humanidade também inclui a expulsão em massa de populações. Podem os líderes anglo-saxões, que em Potsdam toleraram a expulsão de milhões de alemães de suas casas, manterem-se completamente inocentes?… As nações sentadas em julgamento [em Nuremberg] se proclamaram tão claramente isentas da lei que elas próprias administraram.” [17]

Outra suposição americana popular é que os inimigos deste país na Segunda Guerra Mundial eram todos ditaduras não democráticas. Na verdade, em cada lado havia regimes que eram repressivos ou ditatoriais, tanto quanto governos que tinham amplo apoio público. Muitos dos países aliados com os EUA eram chefiados por governos que eram opressivos, ditatoriais, ou de outro modo não democráticos. [18] A Finlândia, uma república democrática, foi um importante parceiro do tempo de guerra da Alemanha de Hitler.

Em crassa violação de seus próprios princípios solenemente proclamados, os estadistas americano, inglês e soviético deslocaram dezenas de milhões de pessoas sem levar em conta seus desejos. A mentira e o cinismo dos líderes Aliados foram talvez mais ruidosos no infame “acordo de porcentagens” britânico-soviético para dividir o sudeste da Europa. Em uma reunião com Stalin em 1944, Churchill propôs que na Romênia, os soviéticos deveriam ter 90 por cento de influência ou autoridade, e 75 por cento na Bulgária, e que a Inglaterra deveria ter 90 por cento de influência ou controle na Grécia. Na Hungria e Iugoslávia, o líder britânico sugeriu que cada um deveria ter 50 por cento. Churchill escreveu tudo isso em um pedaço de papel, que ele empurrou para Stalin, que fez uma marca de verificação e devolveu-o. Churchill então disse, “Não podem pensar ser muito cínico se parecer que nós dispomos destas questões, tão fatais para milhões de pessoas, de forma tão improvisada? Vamos queimar o papel.” “Não, mantenha-o”, replicou Stalin. [19]

Para solidificar a coalizão Aliada do tempo de guerra – que foi formalmente conhecida como “Nações Unidas” – presidente Roosevelt, primeiro ministro britânico Churchill e o premier soviético Stalin se encontraram em duas ocasiões: em novembro de 1943 em Teerã, no Irã ocupado, e em fevereiro de 1945 em Yalta, na Criméia soviética. Os três líderes Aliados realizaram o que eles acusavam os líderes do Eixo da Alemanha Itália e Japão de conspirar para alcançar: dominação mundial.

Durante uma reunião de 1942 em Washington, o presidente Roosevelt candidamente contou ao ministro do exterior soviético que “os Estados Unidos, Inglaterra e Rússia, e talvez China, deveriam policiar o mundo e forçar desarmamento [de todos os outros] por inspeção”. [20]

Para segurar o domínio global das potências vitoriosas após a guerra, os “Três Grandes” líderes Aliados estabeleceram a organização das Nações Unidas para servir como uma força policial mundial permanente. Uma vez Alemanha e Japão fossem derrotados, então, os EUA e a União Soviética brigaram um contra o outro, o que impossibilitou a ONU de funcionar como o presidente Roosevelt havia desejado. Enquanto os EUA e a União Soviética procuraram por décadas para assegurar hegemonia em sua esfera de influência, as duas “superpotências” eram também rivais em um esforço de décadas pela supremacia global.

Em seu livro, A People’s History of the United States, o historiador Howard Zinn escreveu: [21]

“Os vitoriosos foram a União Soviética e os Estados Unidos (também Inglaterra, França e a China Nacionalista, mas eles eram fracos). Ambos estes países foram, agora, trabalhar – sem suásticas, passo-de-ganso, ou racismo oficialmente declarado, mas sob a cobertura do ‘socialismo’ de um lado e ‘democracia’ do outro, para esculpir seus próprios impérios de influência. Eles procederam para compartilhar e contestar um ao outro a dominação do mundo, para construir máquinas militares muito maiores do que os países fascistas construíram, para controlar os destinos de muitos países mais do que Hitler, Mussolini e Japão haviam sido capaz de controlar. Eles também atuaram para controlar suas próprias populações, cada país com suas próprias técnicas – bruta na União Soviética, sofisticada nos Estados Unidos – para tornar seu domínio seguro”.

Os Estados Unidos entraram oficialmente na Segunda Guerra Mundial após o ataque japonês na base naval americana em Pearl Harbor no Havaí em 7 de dezembro de 1941. Até então, os EUA era oficialmente um país neutro, e muitos americanos queriam se manter fora da guerra que estava então no auge na Europa e Ásia. Apesar do status de país neutro, presidente Roosevelt e sua administração, juntos com muito da mídia americana, incitou o povo americano a apoiar a guerra contra a Alemanha. Uma campanha de propaganda em larga escala foi montada para persuadir os americanos que Hitler e seus “capangas” ou “hordas” estavam fazendo tudo ao seu alcance para tomar e “escravizar” o mundo inteiro, e que guerrear com a Alemanha de Hitler era inevitável.

Como parte deste esforço, o presidente e outros oficiais americanos de alta patente transmitiram mentiras fantásticas sobre supostos planos de Hitler e seu governo para atacar os Estados Unidos e impor uma ditadura global. [22]

O registro das mentiras do presidente Roosevelt é reconhecido até mesmo pelos seus admiradores. Entre aqueles que procuraram justificar sua política está o eminente historiador Americano Thomas A. Bailey, que escreveu: [23]

“Franklin Roosevelt repetidamente enganou o povo americano durante o período antes de Pearl Harbor… Ele era como o médico que deve contar mentiras ao paciente para o próprio bem do paciente… O país era esmagadoramente não intervencionista até o dia de Pearl Harbor e a evidente tentativa de levar o povo a guerra teria resultado em fracasso certo e a uma quase certa destituição de Roosevelt em 1940, com uma derrota completa de seus objetivos últimos”.

Professor Bailey continuou a oferecer uma visão cínica da democracia americana:

“Um presidente que não pode confiar no povo com a verdade revela uma certa falta de fé nos princípios básicos da democracia. Mas porque as massas são notoriamente míopes e geralmente não podem ver o perigo até ele estar em suas gargantas, nossos estadistas são forçados a enganá-las na consciência de seus interesses de longo prazo. É claramente isto que Roosevelt teve que fazer, e quem dirá que a posteridade não o agradecerá por isso?”


O cemitério militar em Lommel (Bélgica) é o maior cemitério militar alemão da 2ªGM na Europa Ocidental. Deitado de uma área total de 16 hectares e 542 vítimas da Primeira Guerra Mundial e 39.110 vítimas da Segunda Guerra Mundial. Para cada dois caídos, uma cruz foi definida. Seus dados são gravados em placas de metal que foram anexadas a ambos os lados da cruz. (http://www.zecherle.de/2008_2009_Abschlussfahrt_9c.htm)

Como parte da campanha do governo dos EUA para incitar a guerra, presidente Roosevelt em 1941 ordenou que a marinha americana ajudasse as forças inglesas ao atacar embarcações alemãs no Atlântico. Isto foi reforçado por uma ordem presidencial de “atirar à vista” a marinha americana contra navios alemães e italianos. O objetivo de Roosevelt era provocar um “incidente” que forneceria um pretexto para uma guerra aberta. Hitler, de sua parte, estava ansioso para evitar um conflito com os Estados Unidos. O líder alemão respondeu às provocações flagrantemente ilegais do governo americano ordenando seus comandantes navais a evitar confrontos com navios americanos. [24]

Também em crassa violação da lei internacional, o governo dos EUA, oficialmente neutro, forneceu maciças ajudas “Lend Lease” [concessão de empréstimos] para os inimigos da Alemanha, especialmente Inglaterra e seu império, tanto quanto a Rússia Soviética.

Dois eminentes historiadores americanos, Allan Nevins e Henry Steele Commager, notaram que:

“Esta medida [“Lend Lease” de 1941] foi claramente não neutra, mas os Estados Unidos, comprometidos agora em derrotar a Alemanha, não era para ter permanecido [neutro] pelas sutilezas da lei internacional. Outros atos igualmente não neutros seguiram – a apreensão de remessas do Eixo, o congelamento de fundos do Eixo, a transferência de petroleiros para a Inglaterra, a ocupação da Groenlândia e, mais tarde, da Islândia, a extensão de empréstimos de arrendamento para os novos aliados, Rússia, e… ordem presidencial para ‘atirar à vista’ qualquer submarino inimigo”. [25]

Na visão do historiador britânico J.F.C. Fuller, o presidente Roosevelt “não deixou pedra sobre pedra para provocar Hitler a declarar guerra ao mesmo povo a quem ele tão ardentemente prometera paz. Ele proveu a Grã Bretanha com destróieres americanos, ele desembarcou tropas americanas na Islândia, e ele partiu para patrulhar as rotas marinhas do Atlântico a fim de guardar os comboios britânicos; todos os quais eram atos de guerra… Apesar das diversas declarações para manter os Estados Unidos fora da guerra, ele estava determinado a provocar algum incidente que o traria a ela”. [26]


Cemitério com soldados mortos na  2GMdomingo (27), em Manila, nas Filipinas. O cemitério abriga pelo menos 17.000 sepulturas de combatentes americanos e filipinos.

As políticas da administração de Roosevelt eram tão beligerantes e ilegais que o Almirante Harold R. Stark, chefe das operações navais americanas, reconheceu em um memorando confidencial de setembro de 1941 para o presidente: “Ele [Hitler] tem todas as desculpas no mundo para declarar guerra a nós agora, se ele fosse de uma mente para tal.” [27]

Através da Europa e Ásia, a Segunda Guerra Mundial trouxe destruição em massa, morte a dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças, e grande sofrimento a muitos mais. Americanos, entretanto, foram poupados dos horrores do bombardeamento em larga escala, lutar o combate pela sua terra natal, ou ocupação por exércitos estrangeiros.

Ao fim da guerra, os Estados Unidos foi a maior nação não destruída pelo conflito. Ela emergiu como uma proeminente potência econômica, militar e financeira mundial. Para os EUA, a metade do século de 1945 até meados de 1990 foi uma era de espetacular crescimento econômico e incomparável estatura global.

Lewis H. Lapham, autor e por dois anos editor da revista Harper, colocou desta forma:

“Em 1945, os Estados Unidos herdaram a terra… Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o que sobrou da civilização ocidental passou para a conta americana. A guerra também impeliu o país a inventar uma miraculosa máquina econômica que parecia conceder tantos desejos quantos fossem pedidos dela. O continental Estados Unidos escapou à praga da guerra, e então foi fácil o suficiente para os herdeiros acreditarem que eles tinham sido ungidos por Deus”. [28]

Mas realmente estariam os americanos melhor se eles tivessem ficado fora da Segunda Guerra? Entre aqueles que não pensado assim está o Prof. Bruce Russett, que escreveu: [29]

“A participação Americana na Segunda Guerra Mundial teve muito pouco efeito sobre a estrutura essencial das políticas internacionais subseqüentemente, e provavelmente fez pouco para avançar a prosperidade material da maioria dos americanos ou para fazer a nação segura de ameaças militares estrangeiras… De fato, a maioria dos americanos provavelmente não estaria pior, e provavelmente um pouco melhor, se os Estados Unidos nunca tivessem se tornado um beligerante…”

“Eu pessoalmente acho difícil de desenvolver alguma preferência categórica pela Rússia stalinista do que pela Alemanha hitlerista… Em termos realistas a sangue-frio, o nazismo como uma ideologia era quase que certamente menos perigoso para os Estados Unidos do que é o comunismo.”

Apesar da Alemanha do Terceiro Reich e do Japão imperial terem sido destruídos, os Estados Unidos e a Inglaterra falharam em alcançar os objetivos políticos proclamados por seus líderes. Em agosto de 1945, o prestigiado semanário britânico, The Economist, anotou: “Ao fim de uma poderosa guerra travada para derrotar o hitlerismo, os Aliados estão fazendo uma paz hitlerista. Esta é a real medida de sua falha.” [30]

Entre aqueles que não estavam felizes sobre o resultado da guerra estava o historiador inglês Basil Liddell Hart, que escreveu:

“… Todo o esforço que foi posto na destruição da Alemanha hitlerista resultou em uma Europa tão devastada e enfraquecida no processo que seu poder de resistência foi muito reduzido em face de uma ameaça nova e maior – e Inglaterra, em comum com seus vizinhos europeus, se tornou uma pobre dependente dos Estados Unidos. Estes são duros fatos por baixo da vitória que foi tão esperançosamente perseguida e tão dolorosamente alcançada – após o peso colossal de ambas Rússia e América ter sido arrastado para a balança contra a Alemanha. O resultado dissipou a persistente ilusão popular de que a ‘vitória’ significava paz. Isto confirmou o aviso da experiência passada que vitória é uma ‘miragem no deserto’ – o deserto que uma longa guerra cria, quando travada com armas modernas e métodos ilimitados.” [31]

Mesmo Winston Churchill teve apreensão sobre o resultado da guerra. Três anos após o fim da luta, ele escreveu:

“A tragédia humana [da guerra] alcança seu clímax no fato que após todos os esforços e sacrifícios de centenas de milhões de pessoas e das vitórias da Justa Causa, nós ainda não encontramos Paz ou Segurança, e que nós nos encontramos no aperto de perigos ainda piores do que aqueles que nós superamos.” [32]

Ao fim da guerra, a Europa, pela primeira vez em sua história, não era mais mestra de seu próprio destino, mas estava, ao contrário, sob a dominação de duas grandes potências exteriores, os Estados Unidos e a União Soviética, que por razões política e ideológica não tinham nenhum interesse especial, ou preocupação, pela cultura européia ou a civilização ocidental. [33]

Na visão de Charles A. Lindbergh, o mundialmente famoso autor e aviador, a guerra foi um revés para o Ocidente. Vinte e cinco anos após o fim do conflito, ele escreveu: [34]

“Nós ganhamos a guerra em um senso militar; mas em um senso mais amplo me parece que nós a perdemos, pois nossa civilização Ocidental é menos respeitada e segura do que ela era antes. A fim de derrotar a Alemanha e Japão, nós apoiamos as ameaças ainda maiores da Rússia e China – que agora nos confronta em uma era de arma-nuclear. Polônia não foi salva… Muito de nossa cultura Ocidental foi destruído. Nós perdemos a hereditariedade genética formada através da eternidade em muitos milhões de vidas… É alarmantemente possível que a Segunda Guerra Mundial marque o início do colapso de nossa civilização Ocidental, como ela também marca o colapso do maior império já construído pelo homem.”

O resultado do papel dos EUA e da Inglaterra na guerra moveu o historiador britânico J.F.C. Fuller a escrever: [35]

“O que os persuadiu [Roosevelt e Churchill] a adotar uma política tão fatal? Nós nos arriscamos a responder – ódio cego! Seus corações estavam distantes de suas cabeças e suas emoções obscureceram sua razão. Para eles a guerra não era um conflito político no sentido normal das palavras, ela era um contexto maniqueísta entre Bem e Mal, e para levar seu povo junto, eles desencadearam uma propaganda sulfúrica contra o diabo que eles tinham invocado.”

Mesmo após a passagem de tantos anos, este ódio permaneceu. Escolas americanas, a mídia de massa dos EUA, agências do governo e líderes políticos tem levado por décadas uma campanha emotivamente carregada, de um lado da história, para manter a mitologia nacional da Segunda Guerra Mundial.

Como uma nação vê o passado não é um exercício meramente acadêmico. Nossa perspectiva sobre história molda profundamente nossas ações no presente, sempre com graves conseqüências para o futuro. Ao tirar conclusões de nosso entendimento do passado, nós fazemos ou apoiamos políticas que impactam grandemente muitas vidas.

O retrato familiar americano da Segunda Guerra, e a mitologia do papel americano na “boa guerra”, não é meramente má história. Isto ajudou grandemente a apoiar e justificar uma série de arrogantes aventuras na política externa americana, com conseqüências prejudiciais para o mundo e a América, ambos.

“A Segunda Guerra Mundial deformou nossa visão de como nós vemos as coisas hoje”, disse o contra-almirante da marinha americana Gene R. LaRoque, que serviu em 13 grandes batalhas durante a guerra. “Nós vemos as coisas nos termos daquela guerra, que em um senso foi uma boa guerra. Mas a memória deformada dela encoraja os homens de minha geração a querer, quase ansiosamente, usar força militar em todo lugar no mundo”. [36] 

Desde 1945, presidentes americanos procuram repetidamente justificar ações militares americanas em países estrangeiros ao recordar a “boa guerra” e, em particular, o papel americano em derrotar a Alemanha. Durante os anos 60, presidente Lyndon Johnson procurou ganhar apoio para sua política de guerra no Vietnam com falsas representações históricas da Segunda Guerra e a Alemanha de Hitler. [37]

Isto levou o historiador Murray Rothbard a escrever em 1968: [38]

“… A Segunda Guerra Mundial é o último mito de guerra que sobrou, o mito ao que a Velha Esquerda se apega em puro desespero: o mito que aqui, ao menos, foi uma boa guerra, aqui era uma guerra em que a América estava certa. A Segunda Guerra Mundial é a guerra jogada em nossas faces pelo establishment criador de guerras, quando ele tenta, em cada guerra que nós enfrentamos, cobrir-se com o manto da boa e justa Segunda Guerra Mundial.”

Em anos recentes, os líderes políticos americanos tentaram ganhar apoio para a guerra contra o Iraque e Irã ao esboçar paralelos históricos entre Hitler e os líderes daqueles dois países do Oriente Médio.

Muitos americanos estão compreensivelmente ultrajados pelos enganos e falsidades do presidente George W. Bush e sua administração em buscar apoio público para a invasão americana do Iraque em 2003. Mas como nós temos visto, mentira presidencial para justificar guerra não começou com ele. Americanos que expressam admiração pelo papel da América na Segunda Guerra, e pela liderança presidencial de Franklin Roosevelt, tem pouco direito moral para reclamar quando presidentes seguem seu exemplo e levam o país à guerra ao quebrar a lei, subvertendo a constituição e mentindo para o povo.

Se a história de guerra e conflito nos ensina algo, é o perigo da arrogância e excesso de confiança – isto é, o perigo de ir à guerra porque os líderes de uma nação estão convencidos de sua própria justiça, ou ter persuadido a si próprios e ao público que um país estrangeiro deve ser atacado porque seu governo ou sociedade não é meramente estrangeiro, hostil ou ameaçador, mas “mau”.

Este é talvez o legado mais prejudicial da mitologia nacional da América acerca da Segunda Guerra Mundial – a noção que guerras justificáveis ou que valem a pena serem travadas contra países chefiados por supostos regimes “malignos”. E é esta mesma perspectiva que moveu George W. Bush a se referir à sua “guerra contra o terrorismo” como uma “cruzada”, e, em um grande discurso, a proclamar uma política externa americana dedicada a “acabar com a tirania no mundo”. [39]

Uma nação deve ir à guerra somente após consideração prudente, após cuidadosamente pesar as possíveis conseqüências, e somente pelas razões mais obrigatórias, após todas as outras alternativas terem sido esgotadas, e como um último recurso. Isto é especialmente verdadeiro dado o incrível poder destrutivo do armamento moderno, e porque – como a Segunda Guerra Mundial, a “Boa Guerra”, tão tragicamente atesta – guerras raramente saem da maneira como alguém espera.

Mark Weber

Sobre o autor: Mark Weber é diretor do Institute for Historical Review. Ele estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), na University de Munique, Portland State University e Indiana University (M.A., 1977). Este artigo foi apresentado como uma palestra no encontro do IHR em Costa Mesa, Califórnia, em 24 de maio de 2008.

Fonte: www.ihr.org/news/weber_ww2_may08.html

Tradução livre e adaptação por Viktor Weiß

Notas

[1] Studs Terkel, “The Good War” (New York: Pantheon, 1984), p. vi.

[2] P. Fussell, Wartime (1989), pp. 164-165.Também citado por Fussell é Eric Severeid, um influente jornalista americano e comentarista, que escreveu que a guerra era “absolutamente” uma “competição entre o bem e o mal”.

[3] Declaração de Eisenhower de 6 de junho de 1944, emitida em conexão com a invasão do Dia D.

[4] Segundo discurso inaugural de Clinto, 20 de jan. 1997. Veja: M. Weber, “The Danger of Historical Lies: President Clinton’s Distortion of History,” The Journal of Historical Review , May-June 1997. http://www.ihr.org/jhr/v16/v16n3p-2_Weber.html )

[5] B. M. Russett, No Clear and Present Danger (1972), pp. 12, 17.

[6] Basil H. Liddell Hart, History of the Second World War (New York: G. P. Putnam’s Sons,
1971), p. 3.

[7] Discursos de Churchill de 13 de maio, 1940, e 18 junho, 1940.

[8] K. Gusev, V. Naumov, The USSR: A Short History (Moscow: Progress, 1976), p. 239.

[9] N. Davies, No Simple Victory (2007), pp. 24, 25, 276, 484-485; John Erickson, The Road to Berlin (Yale Univ. Press, 1999), p. ix (preface); As perdas soviéticas na ofensiva de três semanas de Berlim de 16 de abril a 8 de maio, 1945, tem sido estimadas, foram maiores do que o total de americanos mortos na Segunda Guerra, e maior que as perdas dos aliados ocidentais em todo o ano de 1945. H. P. Willmott, The Great Crusade: A New Complete History of the Second World War (New York: 1990), p. 452; Na visão do historiador John Lukacs: “Sua resistência e vitória [dos russos soviéticos] sobre os alemães foi sua maior – não, a única grande – realização durante setenta e quatro anos de comunismo soviético.” J. Lukacs, The End of the Twentieth Century and the End of the Modern Age (New York: 1993), p. 55.

[10] O historiador britânico J. F. C. Fuller chamou a Carta do Atlântico de “propaganda de primeira classe e provavelmente a maior embuste na história”. J. F. C. Fuller, A Military History of the Western World , Vol. 3 (New York: DaCapo, 1987), p. 453.

[11] R. Conquest, The Great Terror: A Reassessment (Oxford Univ. Press, 1990), p. 48. Veja também: N. Davies, No Simple Victory (2007), pp. 64-67

[12] Alguns poucos anos depois do fim da Guerra, o ex-presidente Americano Herbert Hoover lembrou sua visão crítica da política de Roosevelt de ajudar a União Soviética: “Em junho de 1941, quando a Inglaterra estava a salva de uma invasão alemã, devido ao desvio de Hitler de atacar Stalin, eu insisti que a mais gigantesca piada de toda história seria nossa ajuda ao governo soviético. Eu insisti que nós deveríamos permitir àqueles dois ditadores a exaurir um ao outro. E apresentei que o resultado de nossa assistência seria o espalhar do comunismo sobre todo o mundo… As conseqüências provaram que eu estava certo”. Citado por: Scott Horton, “Saving England Wasn’t Worth It,” June 2007. (http://www.antiwar.com/horton/?articleid=11213 )

[13] P. Fussell, Wartime (New York: 1989), p. ix (preface)

[14] Veja, por exemplo: Max Hastings, Bomber Command (New York: 1979); Giles MacDonogh, After the Reich (2007); N. Davies, No Simple Victory (2007), pp. 67-72; Alfred M. de Zayas, The German Expellees: Victims in War and Peace (New York: 1993); Frederick J. P. Veale, Advance to Barbarism (IHR, 1993); Jörg Friedrich, The Fire: The Bombing of Germany, 1940-1945 (Columbia University Press, 2006); Ralph F. Keeling, Gruesome Harvest (Chicago: 1947)

[15] Edgar L. Jones, “One War is Enough,” The Atlantic, Feb. 1946. ( http://tmh.floonet.net/articles/nonatlserv.shtml ). Também citado em P. Fussell, Thank God for the Atom Bomb and Other Essays (New York: 1988), pp. 50-51.

[16] Carta de Jackson para Truman, Oct. 12, 1945. Citado em: Robert E. Conot, Justice at Nuremberg (New York: 1983), p. 68. Veja também: James McMillan, Five Men at Nuremberg (London: 1985), pp. 67, 173-174, 244-245, 380, 414-415.

[17] “O julgamento de Nuremberg,” editorial, The Economist (Londres), Oct. 5, 1946. Citado em: M. Weber, “The Nuremberg Trials and the Holocaust,” The Journal of Historical Review, Verão de 1992, p. 176. (http://www.ihr.org/jhr/v12/v12p167_Webera.html)

[18] Em adição à União Soviética e aos estados fantoches sob o governo colonial britânico, aqueles países incluíam a China, Brasil, Cuba e Egito.

[19] Martin Gilbert, Road to Victory, Winston Churchill 1941-45 , Vol. VII (Houghton Mifflin, 1986), pp. 992-994. Fonte citada: W. Churchill, The Second World War. Vol. 6, Triumph and Tragedy (London, 1954), p. 198.

[20] Warren F. Kimball, The Juggler: Franklin Roosevelt as Wartime Statesman (Princeton Univ. Press, 1991), p. 85 and p. 235 (n. 6). Fonte citada: Foreign Relations of the United States, 1942, vol. III, pp. 573 f.

[21] H. Zinn, A People’s History of the United States (New York: HarperCollins/ Perennial, 2001), pp. 424-425.

[22] Em seu discurso transmitido nacionalmente de 29 de Dez. 1940, presidente Roosevelt disse aos americanos que “os mestres nazi da Alemanha” estavam procurando “escravizar a Europa inteira, e então usar os recursos da Europa para dominar o resto do mundo”. Em seu discruso de 27 de maio de 1941, Roosevelt disse que “os nazis” procuravam a “dominação mundial”. Em 25 de out. de 1941, o assistente da Secretária de Estado Americana, Adolph Berle disse aos americanos que Hitler e os Nazis “planejavam conquistar o mundo inteiro”. Dois dias depois, o presidente emitiu seu clamor, talvez o mais extravagante, de supostos planos nazistas para tomar todo o mundo. Veja: M. Weber, “Roosevelt’s ‘Secret Map’ Speech,” The Journal of Historical Review , Primavera de 1985. Veja também: Thomas A. Bailey and P. Ryan, Hitler vs. Roosevelt (1979), esp. pp. 199-203; Ted Morgan, FDR: A Biography (Nova York: 1985), pp. 602-603; “Dos arquivos alemães capturados, não evidência para apoiar os clamores do president de que Hitler contemplava qualquer ofensiva contra o hemisfério ocidental, e até a América entrar na guerra, há evidencia abundante que isto era a coisa que ele desejava evitar.” J. F. C. Fuller, A Military History of the Western World , Vol. 3 (New York: DaCapo, 1987), p. 629.

[23] T. A. Bailey, The Man in the Street (1948), pp. 11-13. Citado em: W. H. Chamberlin, America’s Second Crusade, p. 123. See also: Joseph P. Lash, Roosevelt and Churchill, 1939-1941 (New York: 1976), pp. 9, 10, 420, 421.

[24] C. Tansill, Back Door to War (1952), pp. 606-615; Joseph P. Lash, Roosevelt and Churchill, 1939-1941 (New York: 1976), pp. 298, 323, 340, 344, 392, 418, 419, 421; T. A. Bailey and P. B. Ryan, Hitler vs. Roosevelt (1979), pp. 166, 265, 268; Ted Morgan, FDR: A Biography (1985), pp. 589, 601; Frederic R. Sanborn, “Roosevelt is Frustrated in Europe,” in H. E. Barnes, ed., Perpetual War for Perpetual Peace (1993), pp. 219-221; James McMillan, Five Men at Nuremberg (London: 1985), pp. 173-174; W. H. Chamberlin, America’s Second Crusade (1950), pp. 124-147.

[25] Allan Nevins, Henry Steele Commager, A Pocket History of the United States (New York: Washington Square Press, 1986), p. 433.

[26] J. F. C. Fuller, A Military History of the Western World , Vol. 3 (New York: DaCapo, 1987), p. 416

[27] Robert E. Sherwood, Roosevelt and Hopkins: An Intimate History (New York: Harper & Brothers, 1948), p. 380.

[28] Lewis H. Lapham, “America’s Foreign Policy: A Rake’s Progress,” Harper’s , Março de 1979. Citado em: Studs Terkel, “The Good War” (New York: 1984), p. 8.

[29] B. M. Russett, No Clear and Present Danger (1972), pp. 19, 20, 42.

[30] The Economist (London), August 11, 1945. Quoted in: J.F.C. Fuller, A Military History of the Western World , Vol. 3 (New York: DaCapo, 1987), p. 631.

[31] Basil H. Liddell Hart, History of the Second World War (Nova York: G. P. Putnam’s Sons, 1971), p. 3.

[32] W. Churchill, The Gathering Storm (Boston: 1948), pp. iv-v (preface).

[33] H. P. Willmott, The Great Crusade: A New Complete History of the Second World War (New York: The Free Press, 1990), pp. 102-103, 474 , 476; Veja também: F. P. Yockey, Imperium (Noontide Press, 2000).

[34] Charles A. Lindbergh, The Wartime Journals of Charles A. Lindbergh (Nova York: 1970), pp. xiv-xv; Donald Day, por anos um correspondente na Europa Central para o Chicago Tribune, foi ainda mais enfático ao ver a vitória Aliada como catastrófica para a Europa e o Ocidente. “Falando como um americano e como um jornalista de 15 anos de experiência que sabe algo sobre ambos os Estados Unidos e Europa”, ele escreveu no início de 1943, “eu acho que um controle e administração americana da Europa seria tão destrutivo e ruinoso como o controle soviético. Ambos seriam verdadeiros, na verdade, controle judaico”. Donald Day, Onward Christian Soldiers (Noontide Press, 2002), p. 168.

[35] J. F. C. Fuller, A Military History of the Western World, Vol. 3 (Nova York: DaCapo, 1987),
p. 631.

[36] Studs Terkel, “The Good War” (1984), p. 193.

[37] Presidente Johnson repetidamente comparou a liderança norte vietnamita a Hitler para justificar o uso de poder militar americano no sudeste da Ásia. Em uma conferência em 28 de julho de 1965, por exemplo, ele disse que “as lições da história” mostraram que “se render” no Vietnam não traria paz. “Nós aprendemos de Hitler em Munique”, ele disse, “que sucesso somente alimenta o apetite de agressão. A batalha será renovada em um país e então em outro país…”

[38] Murray N. Rothbard, “Harry Elmer Barnes, RIP,” Left and Right , 1968. (http://www.lewrockwell.com/rothbard/rothbard165.html )

[39] George W. Bush, Discurso inaugural, Jan. 20, 2005. “Assim é a política dos Estados Unidos procurar e apoiar o crescimento de instituições e movimentos democráticos em toda nação e cultura, com o objetivo último de terminar a tirania no mundo”.


Abraços  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell

"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano

Desejando, expresse o seu pensamento do assunto exposto no artigo.
Agressões, baixarias, trolls, haters e spam não serão publicados.

Seus comentários poderão levar algum tempo para aparecer e não serão necessariamente respondidos pelo blog.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do autor deste blog.

Agradecido pela compreensão e visita.