A
falácia da desmilitarização da polícia.
No
País em que latrocidas e estupradores são chamados de
“reeducandos”, o governo federal quer que o policial que mata um
sequestrador para salvar o refém seja chamado de “homicida”.
JOSÉ
MARIA E SILVA
Criar
um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a
PM de sua farda – eis as propostas que prometem revolucionar a
segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os
acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez
mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da
Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2
de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções
para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por
iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a
comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem
como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT).
“O
sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido”
– com essa declaração, proferida numa audiência pública
realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques
resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos
quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais
militares colocando em descrédito a própria corporação a que
pertencem. É o caso do livro O Guardião da Cidade (Editora
Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de
Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em
Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de
Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político
Celso Lafer.
Nesse
trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel
da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de
direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como
forma de combater a tortura. Em artigo anterior, procurei demonstrar
que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é
praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é
impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos
direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de
todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta,
nos direitos da pessoa humana. (ideologia anticristã da NOM)
Sobrevivendo
na Gestapo brasileira.
Em
vários momentos do livro, influenciado por pensadores de esquerda,
que vêm na polícia um braço armado do sistema capitalista, Paes de
Souza, de modo quase indisfarçável, compara a Polícia Militar
brasileira com a Gestapo (Pessoal desinformado ou mal intencionado. Por que não comparam com a KGB que foi bem pior?) de Adolf Hitler. Chega a descrever o produto
das ações da PM como um novo campo de concentração nazista (Deveriam ver os verdadeiros campos de extermínio comunistas na Ucrância/Holodomor). Com
base em artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de
Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência,
Massacre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita
como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os
493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação
Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos
– todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o
faz em sua tese.
Para
a psicóloga Maria Auxiliadora Arantes, citada no livro O Guardião
da Cidade, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado
que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o
montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora
literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte
frase: “De fato, Auschwitz (Não conhece os gulags comunistas e os campos de extermínio de alemães do "democrático" Eisenhower ) faz-se presente”. Reparem: Paes de
Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar – instituição
em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel – com a
violência das forças nazistas nos campos de concentração de
Hitler. Justamente num momento em que a PM está sob o fogo cerrado
dos formadores de opinião. (ou deformadores)
O
cientista político Celso Lafer , responsável pela dissertação de
mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma
pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho:
“Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia
Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos
atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?”
Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar,
apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra
universitária, o tenente-coronel deveria ter respondido para si
mesmo essa pergunta. Na condição de tenente-coronel da Gestapo
brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza
foi cúmplice do holocausto (Por que não citam o Holodomor e o genocídio cometido pelos democráticos americanos contra indefesos, feridos, grávidas, crianças, civis alemães em geral, depois da guerra já ter terminado ?) que denuncia ou foi omisso diante dessa
carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria refletir
com mais profundidade sobre o assunto, antes de se arvorar a defender
tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para
a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas
universidades.
Não
é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e
dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em
seu livro, citando o economista Albert Hirschman, Paes de Souza fala
que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la
quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da
Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se
esconde numa carreira burocrática, evitando o confronto das ruas e,
com isso, pode pontificar sobre direitos humanos sem correr riscos. O
tenente-coronel sobreviveu ao horror que denuncia foi por essa
terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias
sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.
Depoimentos
de PM homicidas.
Para
exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza
colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por
homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo
jornalista Bruno Paes Manso, do jornal O Estado de S. Paulo. Em junho
de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da
USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São
Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos
da escolha homicida e das carreiras no crime”. Essa tese de Manso
já havia lhe rendido o livro O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma
do Assassino em São Paulo (Editora Record, 2005), no qual o
tenente-coronel buscou os dois depoimentos.
Os
policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve”
e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas.
O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um
homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti
que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo
da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”,
afirma o policial. De origem nordestina, ele contou que seu pai era
PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do
jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão.
Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na
polícia, por meio de concurso público.
“Fui
designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na
periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que
não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas
de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa
revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal,
prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar
com a criminalidade na região (Ninguém fala da OAB e do Judiciário). O PM conta que, numa ocasião,
prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um
supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os
abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado (Não existem leis para punir exemplarmente a corrupção que grassa pelo país), inclusive
deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.
“Nesse
momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais
da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”,
afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos
em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade (Alguém produz esta impunidade. Ela não acontece sozinha) dos
bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda:
“Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um
matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a
morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua
mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos
e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam
estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam
delatados, em virtude de outras ocorrências.
Um
dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na
dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se
via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o
problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito
horas regulamentares pagas pelo Estado somadas às oito em que
combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse
policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em
filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de
quatro anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais
militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento,
achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma
monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de
Souza.
Mais
confrontos, mais mortes.
Esse
é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares
condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no
combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3)
justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e
transferência da culpa para a corporação militar. O livro Sangue
Azul (Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um
soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel,
também segue esse padrão. E, de acordo com as entrevistas
concedidas pelo autor, parece que o recém-lançado Como Nascem os
Monstros (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial
carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também
não foge à regra.
Um
sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica
que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano
perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que
“se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que
parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem
contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais
armada (E dá-lhe campanha de desarmamento do cidadão comum) e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa
forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais
reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O
tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica
essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais
criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais
mortes.
Ora,
simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos
de experiência como policial, deixa-se seduzir pela inútil retórica
da academia e utiliza esses depoimentos para corroborar teses
injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma
máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. Quando atribuem
à Polícia Militar o suposto “genocídio da juventude negra”,
calúnia que já foi corroborada até por membros do Poder
Judiciário, os acadêmicos escondem dois detalhes cruciais:
primeiro, muitos jovens negros das periferias são recrutados pelo
narcotráfico e matar ou morrer são verbos que conjugam diariamente;
segundo, a Polícia Militar emprega muito mais negros do que as
universidades que a criticam. Então, a ser verdade o que diz a
academia, esses policiais não seriam genocidas, mas suicidas:
estariam matando deliberadamente seus próprios familiares.
O
tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre
segurança pública acreditam que basta perorar sobre direitos
humanos no ouvido de um soldado para que ele saia à rua com flores
na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças
no colo, até que surja um marginal armado e esse policial,
consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da
Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos,
para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado
com dignidade. É óbvio que a terrível complexidade da segurança
pública não se rende a golpes de retórica sobre direitos humanos.
Policial
só se equipara a médico.
Uma
análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM
revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer
tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é
como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será
capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação,
do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por
isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas
tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação
os transformou em violentos. O potencial de violência já estava
presente neles ou não teriam sonhado em ser policial, uma profissão
que, em algum momento, há de exigir violência para que as leis
sejam cumpridas. Afinal, se bandido ouvisse conselho, não entraria
no crime.
Polícia
não é assistência – é contenção. Ela é chamada justamente
quando as normas da cultura e os mandamentos da lei já não são
suficientes para manter o indivíduo no bom caminho e alguém precisa
contê-lo. Por isso, a polícia tem de ser viril. A testosterona que
faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Daí a
importância de se separar ontologicamente o policial do criminoso.
Ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que
tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho – por maior que
seja – não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a
natureza mais profunda de ambos e o ambiente em que vivem se
alimentam da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90%
dos crimes violentos em qualquer cultura humana em todos os tempos.
O
policial de rua, obrigado a enfrentar o crime de arma em punho e não
de uma sala refrigerada da USP, é como um médico num campo de
refugiados ou em meio a uma epidemia letal: se trabalhar só pelo
dinheiro, ele voltará para casa na hora, pois não há salário que
pague sua própria vida, permanentemente em risco. Para compensar os
riscos da profissão, o policial precisa ser tratado como herói.
Especialmente num País como o Brasil em que a criminalidade soma
cerca de 63 mil homicídios por ano (de acordo com estudos do Ipea).
O policial precisa ter a certeza de que, ao tombar no campo de
batalha, sua morte não será em vão: a sociedade irá cultuá-lo
como herói diante de sua família enlutada e o bandido que o matou
será severamente punido.
No
Brasil, ocorre justamente o contrário: enquanto a morte de bandidos
é cercada de atenção pelas ONGs dos direitos humanos e gera
violentos protestos de rua em São Paulo e Rio, a morte de um
policial não passa de uma efêmera nota de rodapé no noticiário e,
em muitos casos, sua família não recebe nem mesmo a visita das
autoridades da própria segurança pública, temerosas do que possam
pensar os formadores de opinião. Já em países como os Estados
Unidos, um bandido reluta em matar um policial, pois sabe que o
assassinato será motivo de comoção pública e a pena que o aguarda
será à altura dessa indignação cívica com a morte de um agente
da lei.
Completa
inversão de valores.
Mas
não basta tratar como herói o policial – também é preciso
tratar o bandido como bandido. O ser humano é um ser relativo e não
consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação.
Por isso, ao mesmo tempo em que se enaltece o policial corajoso e
honesto, é preciso punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a
diferença entre ambos. O policial se revolta ao proteger de
linchamento o estuprador de uma criança ou ao levar para o hospital
o bandido ferido que tentou matá-lo porque sabe que seu trabalho
heroico e humanitário foi inútil: logo, esses bandidos serão
postos na rua para cometer novos homicídios e estupros.(E depois se vingar do policial que o prendeu que se encontra cada vez mais desassistido pela sociedade, Estado e leis. Parece sabotagem.)
Mesmo
o estuprador de uma criança ou o homicida que queima viva sua vítima
têm direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas
de direitos humanos. Até criminosos que matam ou estupram mulheres
gozam de benefícios absurdos, como a famigerada visita íntima. A
Resolução CNPCP Nº 4, de 29 de junho de 2011, do Conselho Nacional
de Política Criminal e Penitenciária, instituiu de vez a visita
íntima como um direito do preso qualquer que seja a gravidade do seu
crime. No seu artigo 4º, a resolução deixa claro que “a visita
íntima não deve ser proibida ou suspensa a título de sanção
disciplinar”; ou seja, mesmo se o preso promover rebeliões e
mortes na cadeia, a visita íntima continuará sendo assegurada a ele
como um direito sagrado, à custa da segurança da sociedade. É
óbvio que a mulher que se presta a lhe servir de repasto sexual
também há de lhe fazer outros favores associados diretamente ao
crime, como passar recados para seus comparsas que estão fora das
grades.(Veja esta reportagem : http://jornaldehoje.com.br/era-so-o-que-faltava-dia-do-encarcerado/ Este pessoal não é sério)
É
por isso que quando uma patrulha da PM leva um criminoso ferido para
o hospital, muitas vezes junto com um policial também ferido na
troca de tiros, os policias que assim agem precisam ser tratados como
heróis. É sua única recompensa. Não há salário que pague esse
gesto. Não é fácil para nenhum ser humano salvar a vida de seu
próprio algoz sabendo que aquele criminoso que tentou matá-lo não
será punido como merece, pois, na cadeia, continuará comandando o
crime, com direito a saídas temporárias, visitas íntimas e outras
regalias. A legislação penal é tão moralmente hedionda que um dos
assassinos do jornalista Tim Lopes, depois de preso, jogou água
quente em sua companheira dentro da própria cela. E esse novo crime
bárbaro só foi possível porque o Estado brasileiro – cúmplice
contumaz de bandidos – garante a famigerada visita íntima até
para um monstro dessa espécie. (http://www.conjur.com.br/2012-jan-29/lei-diretrizes-socioeducativas-assegura-visita-intima-menor-infrator)
Feministas
contra a polícia.
Mas,
por incrível que pareça, até as feministas – que criticam
violentamente a polícia – defendem as visitas íntimas para
presos, consideradas uma extensão dos direitos humanos e
classificadas como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é
como o direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas
não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la. O preso não pode
ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer
solitariamente sua libido. Mas isso não significa que ele tem o
direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja
com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode
ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a
visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a
visita – e sempre usa – para transmitir recados aos comparsas
fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o
crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC
são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso
inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.
O
mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida
morrer de fome e sede na cadeia é garantir-lhe um direito humano
básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de
rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios
brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas.
Hoje, até o criminoso que queima sua vítima viva tem direito a
remissão de pena não por dias trabalhados, por horas de estudo e,
pasmem, até pela simples leitura de romances na cadeia. Ou seja, o
que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade,
privilégios civis, que deveriam ser privativos do cidadão que
respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por
isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua
pena.
Hoje,
a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das
políticas públicas do governo federal, o policial militar se tornou
o inimigo público número um, enquanto se concede ao criminoso o
monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de
dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência
da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário (https://joselitomuller.wordpress.com/2013/11/28/maria-do-rosario-propoe-desmilitarizacao-do-exercito-brasileiro/),
estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em
confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros
oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência
seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção
policial”.
A
alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de
resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso
ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser
praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer
crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um
auto de resistência levante suspeitas, a não ser que as autoridades
responsáveis pelo controle externo da polícia se omitam. Prova
disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da
corporação em todo o País. Classificar esse tipo de ocorrência
como “resistência seguida de morte” é uma questão de respeito
com o policial. É um absurdo que, após uma troca de tiros com
assaltantes de bancos armados de fuzil, o policial tenha de descrever
a morte de um dos bandidos como “homicídio decorrente de
intervenção policial”.
Criminoso
é “reeducando”, policial é “homicida”.
A
sociedade honesta e trabalhadora, que não se acumplicia com
bandidos, não pode aceitar essa calúnia legalizada contra a
polícia, tachando previamente de “homicida” o policial que mata
para proteger a sociedade, cumprindo seu dever constitucional. Se
numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que
não houve confronto, mas execução, então que o policial seja
punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja
antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar
para proteger vidas. Na prática, é essa a mancha que o policial
terá de carregar em sua imagem, caso seja obrigado a registrar a
morte de um bandido em confronto como “homicídio”. Isso é ainda
mais grave quando se compara o tratamento de “homicida” que
querem dar ao policial com o tratamento de “reeducando” que a
Justiça dá a latrocidas e estupradores nas cadeias.(http://mujahdincucaracha.blogspot.com.br/2013/12/ricardo-boechat-e-identificacao-do.html)
Atentem
para esta fórmula de inversão dos valores: policial que mata um
sequestrador é “homicida”, até que prove o contrário; já o
sequestrador que mata o refém vira “reeducando” quando é preso
e condenado pela Justiça. Como se pode notar, há uma completa
inversão dos valores morais: o policial é culpado até que prove
sua inocência; já o bandido é inocente como uma criança de escola
(“reeducando”), justamente quando sua culpa foi provada e
sentenciada nos tribunais. Esses fatos mostram que os acadêmicos que
criticam a Polícia Militar não estão preocupados com a segurança
da população honesta e trabalhadora – querem é atacar a
sociedade capitalista, como se não fossem justamente os mais pobres
os que mais perdem com o enfraquecimento da polícia? Os ricos podem
contratar segurança privada. E os pobres? E a classe média? O que
será deles sem a polícia?
A
grande verdade é que a Polícia Militar não é necessariamente pior
do que as demais instituições humanas. Convém relembrar uma máxima
do economista Albert Hirschman não aproveitada na tese do
tenente-coronel Paes de Souza: “Sob qualquer sistema econômico,
social ou político, indivíduos, firmas e organizações, em geral
estão sujeitas a falhas de eficiência, racionalidade, legalidade,
ética ou outros tipos de comportamento funcional. Não importa quão
bem estabelecidas as instituições básicas de uma sociedade; alguns
agentes, ao tentarem assumir o comportamento que deles se espera,
estão fadados ao fracasso, ainda que por razões acidentais de
quaisquer tipos”.
Ou
seja, todas as demais instituições indispensáveis à Justiça,
como o Judiciário, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Federal
e a Polícia Civil, para citar as principais, estão sujeitas a
gravíssimas falhas por parte de seus membros. Um juiz que mata um
inofensivo e desarmado vigilante de supermercado, como já ocorreu no
Brasil, é infinitamente mais criminoso do que um policial
desesperado, que, depois de escapar por pouco das balas de um
assaltante, resolve terminar de matá-lo ao se dar conta de que ele
está ferido. É errada essa atitude do policial? Sem dúvida. Mas é
compreensível, tanto que a maioria da população, equivocadamente,
a aprova. E a única forma de inibir essa justiça vicária feita com
a própria farda é dar ao policial a certeza de que ele pode
entregar o bandido aos tribunais, que a sociedade será vingada mesmo
assim – sem visitas íntimas, sem saídas temporárias, sem
indultos de Natal, sem celulares na prisão, sem regime semiaberto,
sem remissão de pena e sem as demais regalias dadas ao criminoso.
É
bom lembrar que leis mais duras serviriam inclusive para punir os
maus policiais, que também existem, mas, hoje, acabam ingressando no
crime organizado ao serem expulsos da corporação. Se os maus
elementos de cada instituição humana fossem enforcados nas tripas
dos maus elementos das outras, não sobrariam condenados nem tripas.
A maldade humana está relativamente bem distribuída em todas as
instituições (instituições laicas, ou seja, avessas a Deus). Por isso, é tolice creditar os problemas da
segurança pública à Polícia Militar, como insistem em fazer os
acadêmicos e até policiais influenciados por eles. Tortura,
corrupção e truculência não são privativas da PM. E a injustiça
com a PM é ainda mais grave quando se leva em conta o contexto em
que a corporação atua – a miséria moral dos mais ferozes
criminosos, que não têm o menor respeito pela vida humana. Por
isso, é tolice achar que, desmilitarizando a PM, se resolvem todos
os problemas da segurança pública. Mesmo se isso fosse verdade,
seria um desatino desmilitarizar a polícia justamente quando os
bandidos andam com fuzis nas ruas e transformaram até as cadeias em
quartéis crime.
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Antônio
Fernando Galasso fez o seguinte comentário no blog fonte do artigo,
que achei oportuno replicar aqui :
Prezados
amigos
Robusta
e convincente a publicação do sociólogo J. M. e Silva.
Parabenizo-o pela coragem e atitude impar, diferenciada e equilibrado
sobre um assunto que quase sempre serve de "ataques e bravatas"
contra a Instituição secular Polícia Militar. Esquecem-se os
incautos ou "oportunistas" que n'um universo de 45 milhões
de paulistas, dinâmicos, agitados e até stressados, a PM atende +
de 150 mil chamados pelo 190, qual seja, mais de 50 milhões de
atendimentos/ano, sendo certo, que aproximadamente 60% desses
atendimentos, revestem-se de caráter social, ante as deficiências
gerais do Estado. Lá está a PM, como clínico geral a suprir as
falhas nos diversos setores do Estado especialmente na área da
saúde. Mas, lamentavelmente isso tudo de nada serve àqueles que se
posicionam radicalmente contra a Instituição PM, mesmo sem
conhecê-la plenamente. São contra, simplesmente porque viram algo
ou ouviram algo sobre erros e abusos, como se isso fosse algo inédito
ou inexistente dentro das inúmeras atividades sociais, no universo
que falamos.
Além
disso, queremos dizer que diferentemente do 1º mundo, nosso país
ainda é, desculpem-me a sinceridade, um país mal educado, com
milhões de apedeutas. Ainda que refutem, mas recai sobre nossa
sociedade o grave problema de ordem CULTURAL, no que seria necessário
algumas laudas de explicação, a começar pela famosa e pérfida
"lei do Gerson".
Falando
nisso, a desmilitarização da PM, sob a nossa experiência de mais de
30 anos de serviço nas ruas de São Paulo, Campinas e outras
cidades, seria um perigo imenso quanto à estabilidade e
tranquilidade social que ela - a estética e a investidura militar -
representa interna e externamente. Internamente, pela administração,
organização, harmonia, sincronização, respeito mútuo, fiel
dedicação e amor às responsabilidades profissionais, onde o
cidadão é o maior e mais importante objetivo dessa atividade
policial militar, no que se refere à sua segurança, pessoal-física
e patrimonial, além da integridade psicológica e moral quanto a sua
liberdade de ir e vir com segurança num ambiente de tranquilidade e
paz social.
Nessa
estrutura como falamos, não de militarismo, mas revestida de uma
estética militar, em nada prejudica as atividades policiais, como
acima falamos. Ela poderia ser, quem sabe, desnecessária, em um país
onde a violência e o desrespeito humano não fosse tão grave,
acintoso e banalizado como no Brasil, onde as causas da violência e
criminalidade são facilmente detectadas nos fatores
sócio-educacionais e estruturais esquecidos e menosprezados pelos
nossos governantes. São eles os grandes responsáveis pela situação
que se nos apresenta no momento atual. Mesmo assim, várias polícias
do 1º mundo, ostentam hoje, sem acanhamento, preconceitos ou ranços,
a sua estrutura militarizada-fardada, como forma e base de controle,
eficiência policial e a manutenção da ordem pública estabelecida.
Concluímos
portanto, que a desmilitarização é uma "verdadeira cortina de
fumaça" a desviar o foco das verdadeiras causas da violência e
criminalidade que grassam pelo nosso país, tendo como "bode
expiatório" as Polícias Militares, vítima de um preconceito
maléfico e claro revanchismo, justamente de revolucionários que
deveriam ser testemunhas da luta e sustentação do estado
democrático de direito pela PPMM, especialmente a PM de São Paulo,
desde 1932, em razão do seu leal, fiel e histórico apoio à
Revolução Constitucionalista, que permitiu a essas mesmas pessoas
adversas, que hoje, tivessem vez e voz e até galgassem postos chaves
da política brasileira, neste 3º milênio. São fatos refuitados
por eles, mas, por serem serem verdadeiros, não podem ser esquecidos
e, muito menos, serem motivos de vingança e revanchismo, com sério
risco de se instalar o caos na Segurança Pública brasileira. Pelo
repúdio e veto total à PEC 51/2013, em trâmite em Brasília-DF.
Fonte : http://libertatum.blogspot.com.br/2013/11/a-falacia-da-desmilitarizacao-da-policia.html
Para ler mais : http://abordagempolicial.com/
Assim já se matam por causa de uma mera partida de futebol !
Imagine então uma sociedade desta com policiais "desmilitarizados".
Utopia ! Caos !
Lembra um certo lema que diz "Ordo ab Chao."
Abraços
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"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
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