sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A evolução da infidelidade

A Evolução da Infidelidade
Carolina Cristina Careta, psicóloga clínica e escritora.

                

Ao longo dos anos percebemos que a sociedade vem se modificando, principalmente diante dos aspectos entre o masculino e o feminino, ou seja, a luta frequente entre homens e mulheres.

Cada vez mais visíveis, a quebra de paradigmas entre as mulheres, vem deixando os homens intimidados nos aspectos pessoais, relacionados a família: sustento da casa, organização e limpeza, a criação dos filhos, assim como o próprio respeito e fidelidade.

Assunto que acompanha gerações, e cada vez mais tem sido alvo de destruição familiar. Em alguns casos, o ponto principal de crises de identidade com possíveis transtornos psicológicos, e principalmente quando se tem filhos. Esses que acompanham toda a rota devastadora das relações entre os pais e são alvos da clínica psicológica, neurológica e psicopedagógicas atuais.

Muitos leitores podem considerar um absurdo, mas partindo do pressuposto básico do que vem a ser a fidelidade, podemos entrar num consenso comum de embasamento no respeito mútuo, companheirismo, diálogo e não apenas evitando relações paralelas. Isso à partir do momento em que é decidido por ambos constituir uma relação sólida, iniciada no namoro e obviamente não mantendo outras relações às escondidas.

Mas atualmente, no contexto banalizado da história, é possível viver um “amor verdadeiro” e ser fiel a uma pessoa?

Assunto muito extenso, que abrange diversos conceitos éticos, morais, psicológicos, sentimentais, espirituais , entre outros. Embora poderemos resumidamente pincelar algumas falhas humanas no quesito personalidade e constituição do caráter.

Iniciando que em épocas remotas, era muito comum homens manter relações paralelas com as empregadas, por exemplo, desde as épocas feudais. Atualmente foram substituídas pelas secretárias ou colegas de trabalho, quando não por membros da própria família.

O ato em si também se transformou ao longo dos tempos, as relações mantidas em meio ao matagal, plantações ou becos escuros foram substituídos por almoços executivos com direito a alimentação e filmes pornográficos para deixar os sentidos ainda mais a flor da pele. Sem contar as casas de swingues, boates e a prostituição nas ruas , que acabam por deixar até mesmo a orientação sexual confusa de mais, para saber diferenciar o que lhes da mais prazer...

E como toda a “boa” evolução , percebemos que inconscientemente as mulheres vem se rebelado gradativamente com todos esses critérios e resolveram se libertar.

Lá atrás, de acordo até com estudos de Freud, os cigarros que se limitavam aos homens, passaram a serem utilizados pelas mulheres, que representando o “falo” lhes deram a sensação de poder e independência. Posteriormente vindos os movimentos feministas e a luta pelo direito da liberdade de expressão, do voto e do trabalho digno.

Muito bem... Todos os parâmetros alcançados: mulheres no poder, inclusive como presidente da república, ou mesmo responsáveis por departamentos, chefes de família em alguns casos, mães solteiras, também bebem, fumam e inclusive devolvem aos homens tudo aquilo que lhes fizeram referentes a fidelidade, mas com alguns critérios a mais: corpos expostos, sexys e insinuantes conforme as colunas da revista NOVA e dos livros laboriosos de: como ser uma mulher poderosa e conquistadora.

                 

E com todo o progresso, a população masculina reestruturou seus parâmetros de mulher ideal. Agora aquela que lava, passa, cozinha e cuida dos filhos é chamada empregada doméstica e babá. Contudo, a mulher atual deve ser bem cuidada, ter seu próprio dinheiro, inteligente e boa de cama.

E a fidelidade citada inicialmente?

Com tantos corpos atraentes, diversidades de pessoas expostas e os hormônios a flor da pele, percebemos que hoje em dia são poucas as pessoas que pensam no relacionamento verdadeiro, no companheirismo e respeito, e quando isso ocorre acaba por cair nas garras da infidelidade. Conceitos que ao longo dos tempos foram perdidos uns pelos outros e apenas o que restam são os filmes e livros românticos que ficaram na posição da fantasia...

Afinal de contas, o lobo mal não dá mais medo e é preferência nacional... Pois ele te ouve melhor, não perde um detalhe com seus olhos grandes e ainda te come... (Provérbio do século XXI)...

Mas contudo, prefiro finalizar com a esperança de que o ponto de equilíbrio social seja encontrado e ao menos alguns conteúdos que “sobraram” ao longo dos tempos possam voltar a serem reais, como as palavras tão almejadas e que tornam nossa existência muito mais feliz...

“Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor”...

William Shakespeare

Fonte : http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?codigo=AOP0322

Abraços

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