terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Perdas travestidas de direitos

         Liz Jones lamenta o fim da era do cavalheirismo.

                 

 por Liz Jones.

Caras mulheres, deixem-me afirmar que a era do cavalheirismo morreu! Ontem, enquanto saia dum parque de estacionamento em ­Kensington, Londres, descobri que a direção-assistida do meu BMW havia deixado de funcionar. O carro pura e simplesmente não se mexia. Felizmente eu encontrava-me num beco sem saída e não numa autoestrada.

Parei e tentei empurrar o carro. . . . Enquanto isso, liguei os quatro-piscas. Perto de mim encontrava-se um edifício cheio de homens com casacos fluorescentes, parados e sem demonstrar o minimo interesse em me ajudar. Eles conseguiam ver o meu apuro quando levantei o capô do carro e olhei para o motor.

Voltei para o carro, peguei no telemóvel e liguei para os serviços de assistência da BMW para resolver o problema do carro. Enquanto isso, eu chorava. Nenhum dos homens se incomodou para me ajudar. Em vez disso, sabem o que o homem Britânico fez? Três taxistas passaram por mim, agitando os seus punhos e praguejando contra mim. Nem se dava o caso de eu estar a bloquear o trânsito ou coisa que se pareça.

Outro condutor saiu do seu carro e encostou o seu punho contra o meu. "Sua vaca!" gritou ele. [ed: em inglês lê-se ‘You f****** cow!’]

No meio disto tudo, um homem, responsável pelo parqueamento, chamou-me a atenção batendo ligeiramente no vidro do passageiro. "Não consigo ouvi-lo," disse eu. "Porque é que você não bateu no vidro do condutor?"  Sabem o que ele disse? "Para fazer isso, eu teria que me colocar na estrada, o que poderia causar a que eu fosse atropelado."

O porteiro que se encontrava à porta do Kensington Close Hotel aproximou-se para ver o que poderia fazer. Ele disse que este tipo de coisas não eram de todo incomuns. O porteiro aparentava ter perto de 70 anos, o que explica muito. São os jovens - até aos 40 anos - que se comportam como palhaços/desajeitados [inglês: "louts"].

Eu dantes pensava que era só o meu ex-marido que deixava que eu colocasse gasolina no carro enquanto ele ficava sentadinho e quentinho, no lugar do passageiro, mas se esta minha experiência pode ser extrapolada, então posso dizer que o comportamento do meu marido é um fenômeno geracional. Tal como disse James May esta semana (Top Gear) os jovens perderam a sua masculinidade ao não serem capazes de consertar nada. E esta perda de bons modos é muito pior.

Jovens trabalhadores britânicos, vocês deveriam ter vergonha! Será que este tipo de homem asneirento venceu-nos a guerra? Nós não precisamos de mais porta-aviões; precisamos sim, de homens que não sejam porcos, ignorantes e rudes.

* * * * * * *

Voz Day acrescenta:

Tenho que admitir, sinto-me encorajado com o comportamento do homem inglês moderno em relação ao sexo igual. No passado, os homens desceriam em massa para ficar com a honra de ter ajudado uma mulher forte e independente em apuros. Atualmente, a geração mais nova nem pestaneja quando vê uma mulher em lágrimas e a agir de maneira desesperada como forma de obter alguém que lhe resolva o problema. Isto é muito inspiracional!

No entanto, quando elas são reduzidas a uma poça frenética devido à sua incapacidade de lidar com um motor de combustão interna, não chega ignorar o sexo igual e, como dito pelo PM Britânico, o sexo mais talentoso. Em tais casos, eu acho que o dever realmente exige que apontemos o dedo e soltemos gargalhadas ruidosas.

O Código de Cavalheirismo Moderno:
1. Eu não servirei nem reconhecerei o imperativo feminino.
2. Eu respeitarei de forma rigorosa todas as alegações femininas em torno da igualdade e evitarei tratá-las de maneira, forma ou modo diferente daquele que trataria um homem.
3. Se por acaso eu me deparar com uma mulher forte e independente a chorar em público, não ocultarei a minha satisfação.

* * * * * * *

Como é normal, a mulher moderna só se apercebe que há algo de errado com os homens quando isso lhes aflige pessoalmente. Enquanto os homens são prejudicados pelo sistema de ensino, ou pelo sistema prisional, ou ainda pelos serviços de saúde, mulheres modernas, fortes e independentes como a Liz Jones não escrevem editoriais para o Daily Mail a apontar para esses factos. Só quando isso lhes perturba a vida de modo pessoal é que a mulher sob o feitiço da ética social atual - feminismo - se apercebe que há algo de errado.

Outra coisa que convém notar é que o comportamento do homem moderno é consequência direta da forma como as mulheres agem para com eles. Dito de outra forma, se a Liz Jones corretamente observa que os homens modernos não estão minimamente motivados para agir de forma "cavalheiresca" para com as mulheres, todas as Liz Jones deste mundo têm que tentar saber o que é que levou a esta mudança de comportamento. O sintoma está identificado; resta agora apontar as causas.

Antigamente, na era do "patriarcado opressor", muito dificilmente uma mulher se acharia na situação em que Liz se encontrou sem ser ajudada por vários homens. Isso é o normal porque os homens têm grande satisfação em ajudar, proteger e cuidar das mulheres. No entanto, se toda uma cultura se dedica a criticar o comportamento genuinamente masculino (que inclui - mas não se limita - agir de forma protetora em relação as mulheres), é mais do que óbvio que os homens não se sentirão minimamente motivados para agir de uma forma que é considerada "machista", "preconceituosa" e "antiquada".

Portanto, se as mulheres querem o homem de antigamente, elas têm que agir como antigamente. Na era da igualdade, a mulher vai ser tratada tal como ela quer: como igual.

                    

Fonte : http://omarxismocultural.blogspot.pt/2013/02/liz-jones-lamenta-o-fim-da-era-do.html

Abraços

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