sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sobre uma farsa




Se definirmos a “democracia” como o auto-governo do povo, evocamos imediatamente uma impossibilidade, qualquer coisa que jamais poderá ter uma existência de fato, nem hoje, nem em qualquer outra época.

Não há necessidade de nos deixarmos abusar pelas palavras: é contraditório admitir que os mesmos homens possam ser, num dado momento, governantes e governados porque, para usar a linguagem aristotélica, um mesmo ente não pode estar, simultaneamente e na mesma relação, “em ato” e “em potência”.

Isto é uma relação que supõe necessariamente dois termos: não pode haver governados onde não haveria governantes; mesmo se estes são ilegítimos e não têm outros direitos ao poder, para além dos que a si próprios se atribuíram.

Ora, a grande habilidade dos dirigentes do mundo moderno consiste em fazer acreditar ao povo que ele se governa a si próprio. E o povo deixa-se persuadir tanto mais de bom grado quanto se sente lisonjeado e, por outro lado, sendo incapaz da reflexão necessária para perceber que a coisa é impossível.

René Guénon, Hierarquia e Democracia, Hugin, 2001, pp. 33-34

Democracia é um circo que só palhaço acredita.

Abraços

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