sábado, 8 de fevereiro de 2014

A mentira do golpe de 64

A mentira do golpe de 64



O golpe militar de 1964 foi arquitetado pela CIA, certo? É o que pensa a maioria dos brasileiros. No entanto, esse mito foi desmascarado pelo ex-espião Ladislav Bittman (foto acima), que revelou em livro que tudo não passou de um bem articulado projeto de desinformação de autoria da KGB. Duvida? Então leia até o fim.

Bittman foi membro do Partido Comunista da Tchecoslováquia desde a juventude. Entrou para o departamento de desinformação tcheca, órgão sob a direta supervisão soviética, e lá ficou durante 14 anos. Decepcionado com o comunismo, ele deixou a função e o partido em 1968, tendo que fugir para o estrangeiro com a família e pedir asilo aos Estados Unidos, país que havia aprendido com os comunistas a odiar. Mora lá desde então, e só pôde rever sua cidade natal, Praga, em 1994, quando seu decreto de morte foi revogado. Trabalha como professor na Boston University, onde leciona a cadeira “Disinformation and the Press”, relatando os planos comunistas que ajudou a implantar em seus anos como agente. No país que o acolheu, ele já é considerado uma das maiores autoridades em desinformação.

A América Latina foi um dos grandes alvos de desinformação pelo comunismo soviético. Em seu livro The KGB And Soviet Disinformation. An Insider's View (Washington, Pergamon-Brassey's, 1985), Bittman conta que na época o alvo geral era disseminar e reforçar o anti-americanismo de forma artificial em todo o continente. Para isso, as metas específicas principais eram: virar a opinião pública contra o secretário-assistente de Estado, Thomas A. Mann, convencendo os latino-americanos de que sua política era de interferência e pressão econômica sobre seus países, e criar a impressão de que a CIA planejava golpes contra os governos do Chile, Uruguai, Brasil, México e Cuba. O autor relata em detalhes como foi forjado, no Brasil, o mito de que a inteligência americana foi a grande responsável pelo golpe militar de 1964. O processo foi o seguinte:

1- A agência de desinformação pôs para circular três falsificações:

- um press-release com o carimbo da Agência de Informação dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, “denunciando” a política imperialista de Thomas Mann

- panfletos de uma organização inventada, "Comitê para a Luta contra o Imperialismo Ianque", “denunciando” a presença no Brasil de agentes da CIA, do DOD e do FBI disfarçados de jornalistas, diplomatas e homens de negócio

- a mais ousada: uma carta que dava crédito ao FBI e à CIA pela execução bem-sucedida do golpe militar, “assinada” por J. Edgar Hoover, diretor do FBI

2- O jornal brasileiro O Semanário – que depois Bittman confessou ser de propriedade da KGB (http://againstred.blogspot.com.br/2005/04/new-revelations-about-kgb-and.html) – publicou notícia sobre a falsificação, atacando Mann.

3- O embaixador americano no Rio de Janeiro negou a existência de tal política e a emissão, pela embaixada, daqueles press-releases. Mas as mentiras continuaram a circular.

4- Jornais em toda a América Latina publicaram as “notícias” sobre a suposta política linha-dura de Mann de “favorecimento de golpes de Estado” e “enfraquecimento de Cuba”. Thomas Mann se tornou um símbolo do imperialismo americano. Estava criado o mito.

Já faz 20 anos que o livro foi publicado. Mas nenhum jornal brasileiro noticiou o fato ou procurou Bittman para uma entrevista - nem na época, nem depois. Professores continuam ensinando que a inteligência americana planejou e executou o golpe militar. E o governo ainda quer que continuemos enviando nossas crianças às escolas, proibindo os pais de educá-las em casa. A quantidade de distorções que os alunos precisam engolir parece alarmante para qualquer pai que, por estar um pouquinho mais informado que os outros, tenha a paciência de folhear os livros didáticos de história. A mentira de que a CIA foi está por trás de 1964 é apenas uma delas.

Bittman é enfático ao afirmar em suas aulas que as estratégias de desinformação continuam a vigorar em todo o mundo. Talvez até mais sofisticadas, imagino – por exemplo, com técnicas de Programação Neurolingüística e semelhantes. Assim, quem reclama da baixa qualidade de nossa mídia – jornalismo uniforme e mal escrito, televisão insossa, revistas com pouca informação relevante – está sendo gentil demais. Povoada, no mínimo, de simpatizantes do comunismo, nossa mídia é mentirosa mesmo. O único veículo que teve a coragem de romper o silêncio sobre Bittman e suas estrondosas revelações para a história brasileira foi o Mídia sem Máscara, cujo editor, Olavo de Carvalho, também tratou do assunto na revista Época e no Globo, mas não foi ouvido ao sugerir que os jornalistas brasileiros fossem atrás da informação. Se eles fossem imparciais como todo jornalista deve ser, teriam entrevistado Ladislav Bittman. Teriam buscado a verdade. Mas “verdade” hoje, para a mídia e a educação brasileiras, parece ser um conceito absolutamente maleável – tal como para os agentes da desinformação comunista.

Não faça como a maioria dos brasileiros. Digite "Ladislav Bittman" no Google. Leia o livro. Agora que estamos passando por um furor esquerdista na América Latina, capitaneado por Hugo Chávez, não ajude a reforçar mentiras destinadas a favorecer o regime político mais centralizador, sanguinário e corrupto de todos os tempos, que ainda podem nos custar muito em nosso continente. Informe-se e tome posição o quanto antes.

Fonte : http://normabraga.blogspot.com.br/2006/02/mentira-do-golpe-de-64.html

Para ler mais :  http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3454
http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3505

Abraços

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"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
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