CRIME ORGANIZADO
Autor diz que judeus preferem esquecer gângsteres que moldaram a imagem da máfia na cidade. Livro resgata máfia judaica de Nova York, por Alcyr Silva/Folha Imagem.
O escritor americano (na verdade judeu) Rich Cohen, autor de 'Tough Jews'
ALESSANDRA BLANCO de Nova York
O poderoso chefão da máfia nova-iorquina do início do século, retratado em diversos filmes de Hollywood, não era italiano, mas um judeu, nascido em Nova York e neto de alemães.
Em seu recém-lançado livro, "Tough Jews", Rich Cohen conta a história da máfia judaica, que dominou o país a partir de 1910 até o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45), como lhe foi passada por seu pai, Herb Cohen, e seu grupo de amigos, entre eles o apresentador de TV Larry King, que foram vizinhos de gângsteres como Arnold Rothstein, que deu origem ao personagem Meyer Wolfshiem, de "The Great Gatsby", de Scott Fitzgerald, e Bugsy Siegel, inspiração para o filme "Bugsy".
Arnold Rothstein (17 janeiro de 1882 - 06 de novembro de 1928), apelidado de The Brain, Mr. Big, The Fixer, The Man Uptown, The Big Bankroll, era um judeu-americano mafioso, empresário e jogador que se tornou um chefão da máfia judaica em Nova Iorque . Rothstein foi amplamente conhecido por ter organizado a corrupção no atletismo profissional em 1919. Rothstein deixou de pagar uma grande dívida resultante de um jogo de pôquer e foi assassinado em 6 de novembro de 1928 aos 46 anos.
"Eu cresci em Chicago, uma cidade em que se jantava às 17h e onde a ideia de judeus americanos era apenas aquela do homem de negócios, do advogado bem-sucedido. Meu pai sempre contava suas histórias de gângsteres, que eu adorava, porque eles eram diferentes de tudo o que eu conhecia", disse Cohen em entrevista à Folha em Nova York.
"Só que um dia, já adulto, fui tomar café da manhã com meu pai e seus amigos em Los Angeles, e eles continuavam falando das mesmas histórias, da mesma forma, com as mesmas vozes. Imagine meu pai e Larry King se encontrando todas as manhãs para falar de gângsteres que morreram há pelo menos 50 anos. Percebi que não eram apenas histórias. Aquilo era verdade e havia marcado suas vidas."
"Tough Jews" (Judeus Durões) é o resultado de uma série de encontros, a partir desse dia, com seu pai e os amigos dele, policiais e promotores aposentados e qualquer pessoa que pudesse dar informações sobre gângsteres judeus - exceto familiares.
"Muitas famílias de gângsteres ainda moram em Nova York e hoje se incluem na imagem do judeu bem-sucedido, com prósperos negócios. Mas, quando fui procurar seus filhos para conversar, descobri que eles não tinham a menor ideia do que aconteceu. Quando o livro foi publicado, eles me procuraram para dizer que desconfiavam de algo, mas jamais souberam sobre a máfia judaica", conta Cohen.
A ideia da máfia judaica é bastante diferente daquela da máfia italiana. Em Nova York, judeus e italianos "trabalhavam" juntos, como "irmãos de sangue", só que a máfia judaica acabou em 1944, quando seus chefes foram executados em cadeiras elétricas ou fugiram para outras cidades e outros países. A máfia italiana existe até hoje, nos mesmos moldes, passada de pai para filho.
"Não houve Sonys (filho de Vito Corleoni na saga "O Poderoso Chefão", a quem cabia dar continuidade aos "negócios" da família) na máfia judaica. Os filhos não participavam. E não é só isso. Eles nem sabiam. Os gângsteres judeus queriam para seus filhos o que todos os pais querem: que fizessem faculdade, que se tornassem profissionais. O crime atingiu apenas uma geração de judeus, como um meio de conseguir dinheiro para investir na educação dos filhos. Hoje, pode haver um judeu gângster, mas não há mais gângsteres judeus", diz.
O homem responsável por essa ideia de máfia, como foi criada em Nova York, é Arnold Rothstein, o primeiro a enxergar que a proibição de venda de bebidas pelo governo nos anos 20 poderia gerar um negócio milionário. Rothstein passou a trazer navios carregados de uísque do Reino Unido protegidos por homens armados e com ordens para atirar.
"Antes disso, os gângsteres eram completamente diferentes. Eram quase como os trombadinhas de São Paulo. Houve uma metamorfose nos anos 20. O crime passou a ser organizado, eles passaram a ser sofisticados, a usar roupas elegantes e a frequentar clubes noturnos. Essa transformação foi idéia de Rothstein, ele inventou o crime organizado em Nova York."
Rothstein teve a ideia e se aliou a um italiano, Lucky Luciano, seu braço direito, para colocá-la em prática. Depois, contratou outros "judeus e italianos durões": Louis Lepke, Gurrah Shapiro, Meyer Lansky, Bugsy Siegel, Frank Costello e Dutch Schultz.
Os "negócios" da máfia judaica se resumiam ao contrabando de bebidas, à proteção forçada de estabelecimentos comerciais, que rendiam uma certa quantia semanal, à proteção de patrões e empregados durante as greves e ao tráfico de drogas.
A ideia de que mafioso nesse período não se envolvia com drogas é mentirosa, segundo Cohen, e foi criada e difundida no filme "O Poderoso Chefão". "Vito Genovese morreu dentro da prisão por lidar com narcóticos, e Meyer Lansky usava heroína", conta.
Todos os "negócios" eram resolvidos por meio da ameaça de violência e, quando alguém tinha de ser morto, a equipe de Rothstein contratava o que os jornais da época chamavam de Murder Incorporation, uma equipe de jovens judeus matadores.
Apesar disso, a ideia de mafiosos glamourosos passada por Hollywood era verdadeira. "Eles tinham uma imagem charmosa se você os conhecesse na situação certa, em um clube noturno, por exemplo, mas poderiam ser monstruosos se conhecidos em situações erradas", afirma Cohen.
Alguns dos chefes da máfia judaica viviam no hotel Waldorf Astoria, andavam com carros importados alemães e estavam sempre impecavelmente vestidos. As grandes festas que se vêem nos filmes também eram verdadeiras, só que ligadas à religião.
"A relação com a religião era totalmente hipócrita. Alguns deles não matavam no sábado, não porque era errado matar, mas porque era errado 'trabalhar' no sábado."
A máfia controlada por Rothstein e depois por seus "herdeiros" funcionou até a metade dos anos 30, quando o FBI finalmente resolveu assumir que havia uma máfia nos EUA e as investigações e os julgamentos começaram.
A grande maioria dos gângsteres, como Lepke, Mendy Weiss e Louis Capone, foram para a cadeira elétrica.
Em 1945, com o final da Segunda Guerra, ninguém mais falava em máfia judaica. "Os gângsteres foram executados durante a guerra e, nesse período, suas mortes já não eram mais uma grande notícia. Uma coisa muito maior estava acontecendo. Além disso, o Holocausto fixou a ideia de judeus como vítimas, e a comunidade sempre fez questão de esconder o caso por vergonha. Eles preferem ser conhecidos como homens de negócios bem-sucedidos", conclui.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft05079801.htm
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Mafiosos judeus em Nova York: assassinos S.A.
Como criminosos judeus montaram a mais eficiente máquina de matar da máfia de Nova York, nos anos 30, por Sérgio Gwercman
Gângsteres judeus em Nova York (1931). Da esquerda para direita: Joseph 'Nig' Rosen, Benjamin "Bugsy" Siegel, Harry Teitelbaum, Harry Greenberg e Louis Buckhouse (pseudônimo de Louis 'Lepke' Buchalter). Fonte: http://www.pinterest.com/pin/247557310741453045/
Em caso de necessidade, a ligação era feita para uma doceira na esquina das ruas Saratoga e Livonia, no Brooklin. Rose Gold, a simpática dona da loja que tinha um dos poucos telefones das redondezas, atendia o chamado e encaminhava o recado: Abe Reles e seus comparsas tinham serviço. Era ali que funcionava o “escritório” da Murders Inc. Foram tantos telefonemas que, em meados da década de 30, a “companhia” já era a mais eficiente tropa de assassinatos por encomenda na história da máfia nos Estados Unidos. Para fazer parte do grupo exigia-se pouco do candidato: ele apenas precisava ser durão e, de preferência, judeu.
Em Tough Jews (“Judeus Durões”, sem versão em português) o jornalista Rich Cohen utiliza a Murders Inc. como ponto de partida para narrar o envolvimento de judeus com o crime organizado na América durante a Depressão. Neto do dono de um dos restaurantes preferidos pelo bando, Cohen mostra o papel que os matadores de aluguel tiveram na profissionalização do submundo. A máfia havia conseguido montar uma estrutura bem organizada, com inspirações empresariais e decisões tomadas em grupo. Sentenças de morte, por exemplo, dependiam da votação dos chefes. Era aí que entrava a Murders Inc.
Louis "Lepke" Buchalter em 1939. Nascido em 6 de fevereiro de 1897, Manhattan , New York , New York. Morreu 04 marco de 1944 (idade 47) na prisão de Sing Sing , em Nova York, Estados Unidos.
O comando da tropa estava a cargo de Louis Buchalter, o “Lepke” – o apelido é um diminutivo de Lepkeleh, algo como “Luizinho” em ídiche, a língua falada pelos judeus da Europa. Quando saía uma ordem de execução, era ele quem acionava o esquema que terminava com o telefonema para a lojinha da dona Rose. Filho de judeus imigrantes da Rússia, Lepke conquistou poder e dinheiro controlando sindicatos e extorquindo comerciantes e industriais. Para desconhecidos, gostava de se apresentar como alguém do ramo de padarias – enquanto alguns forneciam farinha, panelas e fornos, ele e seu parceiro Jacob “Gurrah” Shapiro cuidavam da segurança. O negócio valia mais de 1 milhão de dólares ao ano para a dupla, uma fortuna nos valores da época. Calcula-se que durante a Depressão norte-americana cerca de 10% de tudo que era consumido em Nova York ia parar nos bolsos dos gângsteres, numa espécie de imposto da máfia.
Jacob "Gurrah" Shapiro, nasceu em 5 de maio de 1899, Odessa/Rússia e morreu aos 50 anos em 09 de junho de 1947 de ataque cardíaco na Prisão de Sing Sing. Foi um mafioso de Nova York que, com seu parceiro Louis "Lepke" Buchalter, controlavam a extorsão de trabalhadores e sindicatos. O apelido "Gurrah" remonta a sua infância, quando ele tentou roubar carrinhos em seu bairro judeu e os proprietários carrocinha gritavam "Gurra da aqui" (saia daqui) para ele.
Lepke trabalhava em sintonia com outros líderes do crime, quase todos também judeus. Arthur “Dutch Schultz” Flegenheimer dominava o Harlem, onde controlava uma loteria ilegal – a versão norte-americana do “bicheiro”. Com ele não havia modernidade administrativa. Schultz sabia que sua principal força estava no uso da violência. Outros chefes eram “Bugsy” Siegel, que em 1946 abriria o primeiro cassino de Las Vegas, e Meyer Lansky, considerado o maior “cérebro” da história da máfia. Sua especialidade era descobrir novas possibilidades para o submundo ganhar dinheiro. Lansky também era amigo do siciliano Charles “Lucky” Luciano e foi um dos principais responsáveis pela união dos criminosos judeus e italianos na década de 30 – uma relação que existia desde o início do século, quando se juntavam para resistir aos gângsteres irlandeses, então grande força criminosa da cidade.
Dutch Schultz (nascido Arthur Flegenheimer; 6 de agosto de 1901 - 24 de outubro de 1935) foi um New York City e morreu em 24 de outubro de 1935 (34 anos) em Newark , New Jersey , EUA.
Em comum, todos tinham a mesma origem. O mentor intelectual do grupo atendia pelo nome Arnold Rothstein e pode ser considerado o inventor do mafioso moderno. Filho de uma família rica, Rothstein se apaixonou por uma cristã e, num episódio tipicamente judaico, acabou deserdado pelo pai. Com boas conexões (e por boas conexões entenda políticos e policiais), ele rapidamente conseguiu montar cassinos que recebiam alguns dos nomes mais importantes de Nova York. Quando a Lei Seca foi aprovada, foi o primeiro a ver ali uma oportunidade multimilionária de negócios. Rothstein investiu na montagem de um esquema sofisticado. A bebida vinha da Inglaterra em navios que ancoravam em águas internacionais.
Lá eram encontrados por lanchas, que desembarcavam o carregamento em praias desertas onde caminhões esperavam para transportar o contrabando para depósitos em Manhattan. Como os policiais estavam todos subornados, o único risco para o negócio eram os gângsteres rivais de olho na mercadoria – não pense que o roubo de cargas foi inventado na Via Dutra. Para proteger seus investimentos, Rothstein contratou soldados para escoltar a bebida. Entre eles Lansky, Shapiro, Lepke, Schultz, Luciano ... uma turminha da pesada. “Arnold Rothstein foi o Moisés do submundo: ele encaminhou a geração seguinte para a terra prometida, mas não pôde entrar nela”, escreve Cohen, numa referência ao assassinato do mafioso, morto com um tiro no estômago em 1928. “Até hoje, todo gângster americano, de maneira que ele mesmo desconhece, imita Rothstein.”
Cartaz do FBI de novembro de 1937 oferecendo recompesa por Shapiro e Buchalter.
Ninguém ficou chorando a morte de Moisés por muito tempo. Em primeiro lugar, porque mafioso que é mafioso não chora. Em segundo, porque era hora de fazer bons negócios. Enquanto os gângsteres italianos se engalfinhavam nas batalhas que dariam origem às famílias mafiosas e à lendária comissão que as reunia, os judeus dominaram o submundo e se tornaram a grande “ameaça à segurança nacional”. Assim como hoje em dia todo vilão de Holywood tem bigode e fala árabe, naquele tempo era natural mostrar matadores que conversavam em ídiche, comiam pastrame com pepino azedo e tinham sobrenomes tão complicados quanto o Gwercman que assina essa reportagem. Quando Lepke estava sendo procurado pela polícia, por exemplo, no final de 1937, J. Edgar Hoover, o chefão do FBI, classificou-o como inimigo público número 1 e o mais perigoso homem vivo – isso a apenas dois anos de Hitler iniciar a Segunda Guerra Mundial.
Terra Nostra
A história do crime organizado se confunde com a história da imigração nos Estados Unidos. Não por acaso, seu principal foco de atuação era Nova York, o grande porto de entrada para estrangeiros em busca do sonho americano. Se no início do século 20 houve a máfia irlandesa, após a cidade sofrer forte crise econômica, a partir dos anos 40 o cenário passou a ser dominado por italianos do sul que fugiam da pobreza e perseguição fascista.
Os judeus envolvidos no crime eram em sua maioria oriundos do Leste Europeu, de onde saíram 2 milhões de pessoas de ascendência judaica nas duas últimas décadas do século 19. Vinham fugindo das perseguições e destruições dos pogroms, as violentas ações antissemitas. Ao chegarem nos Estados Unidos se agruparam e, como qualquer grupo imigrante, mantiveram suas tradições. Até na hora de matar.
Red Levine, por exemplo, assassino de Salvatore Maranzano, primeiro e único “chefe de todos os chefes” da máfia nova-iorquina, era um ortodoxo que se recusava a executar vítimas no shabat, o dia do descanso judaico. Walter Sage dizia que roubava para financiar seus estudos do Talmude. Até o chefão Meyer Lansky tinha suas crises com o Senhor. Casado com uma mulher religiosa, ele foi acusado pela esposa de ter despertado a ira de Deus, que como punição teria feito o primeiro filho do casal nascer com paralisia nas pernas.
Manter as tradições judaicas era essencial, mesmo para aqueles que se afastavam da vida religiosa. A convivência com outras culturas existia, gangues muitas vezes eram compostas por judeus e católicos italianos, mas seguia-se uma certa ética que separava os negócios. Especialmente na hora dos assassinatos: com raras exceções, na hora de colocar o dedo no gatilho, judeu matava judeu e italiano matava italiano.
Foi assim que a Murders Inc. prosperou. Abe “Kid Twist” Reles, Martin “Bugsy” Goldstein e Pep Strauss, três dos principais matadores, sumiam com qualquer um que falhasse com os chefões. Na máfia, o trabalho deles era imprescindível, talvez o mais importante de toda a operação liderada por Lepke, o que os colocava entre os criminosos mais influentes do país. Além do salário, eles podiam explorar as extorsões e jogos em Brownsville, um enclave judaico no Brooklin. Na metade dos anos 30, cada um já ganhava cerca de 100 mil dólares por ano com o negócio.
O sucesso também era conseqüência do trabalho bem feito. Quando a ordem de assassinato partia de cima, o serviço vinha com esmero. Investigava-se a rotina da vítima, depois um carro era roubado e clonado com placas de outro veículo, acertava-se a rota de fuga e só então a missão era conduzida. Os alvos variavam de moradores que ameaçavam delatar o esquema para a polícia a mafiosos que cometiam atos de traição ou então concorrentes que atrapalhavam a arrecadação da grana. No entanto, nada, mas nada mesmo era feito sem a ordem direta de Lepke, Meyer ou de algum capo. O grupo fez pelo menos 50 trabalhos durante a década de 30. A cada sucesso, aumentava a sensação de que o bando era inatingível. Um engano.
Quanto mais famosas ficavam as ações de Lepke, Schultz e companhia, maior era a ambição para desmantelar o grupo nos tribunais da cidade. Assim, bastou surgir um procurador jovem, com ambições políticas e obstinação pelo trabalho, para os poros do crime organizado começarem a se fechar.
O promotor Tom Dewey, que mais tarde perderia uma eleição presidencial para Franklin Roosevelt (*), assumiu o cargo de maior inimigo da máfia.
O primeiro alvo foi “Lucky” Luciano, preso e deportado para a Itália acusado de explorar a prostituição. Justiça 1 x 0 Máfia. Dewey então foi atrás de Dutch Schultz. Dessa vez, não teve o mesmo resultado. O criminoso levou o processo para a pequena cidade de Malone, mudou-se para lá alguns meses antes do julgamento, ficou amigo de todos, deu fortunas para caridade e converteu-se ao catolicismo. Acabou inocentado por um júri popular. 1 x 1 no placar. Schultz, porém, não duraria muito. Furioso com Dewey, pediu a morte do promotor para a cúpula mafiosa. Pedido negado, saiu jurando que faria justiça com as próprias mãos. Na mesma hora, os gângsteres assinaram sua sentença de morte, que foi levada a cabo pela Murders Inc. Mesmo convertido, Schultz ainda era problema dos judeus.
Chegou a vez de Lepke, que decidiu viver clandestino por conta da marcação cerrada de Dewey. Ficou escondido por três anos, num dos períodos mais sangrentos da máfia nova-iorquina. Com uma fúria stalinista, Lepke mandava a Murders Inc. eliminar qualquer opositor que pudesse dar informações para a Justiça. Sem conseguir suportar a clandestinidade, no entanto, o mafioso resolveu se entregar. Foi condenado à pena de morte e até hoje é o único grande chefe do crime organizado executado por ordem da Justiça.
Sem a proteção de Lepke, Reles, Strauss e seus matadores foram presas fáceis. Um a um, foram detidos e seduzidos por propostas de acordo com a promotoria: quem delatasse os companheiros estaria livre da condenação. Reles resolveu falar. Ao prestar depoimento, tornou-se o mais alto funcionário de uma organização mafiosa a colaborar com a polícia até então. Levou todo o grupo de amigos para a cadeira elétrica, mas morreu durante o julgamento dos companheiros ao cair por uma janela num episódio até hoje mal explicado. A Murders Inc. foi para o túmulo. E não deixou herdeiros.
Saiba mais : Tough Jews, de Richard Cohen, Vintage Books, Nova York, 1999, 304 páginas
Fonte : http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/mafiosos-judeus-nova-york-assassinos-s-433485.shtml
(*) http://desatracado.blogspot.com.br/2014/05/roosevelt-eram-judeus-holandeses.html
Para saber mais: http://telesis.co.jp/inter/mafia/
http://inacreditavel.com.br/wp/kosher-nostra/
http://desatracado.blogspot.com/2014/06/cicero-sobre-os-judeus.html
Abraços
quarta-feira, 30 de julho de 2014
4 comentários:
"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano
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Olá camarada!
ResponderExcluirUtilizei seu artigo no blog.
Saudações
Tem também Las Vegas. Não sei se já viste.:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=TGpWtAUpAtc
Abraço!
Obrigado pelo link.
ExcluirUNICEF, acusa Israel de maltratar crianças palestinas, incluindo torturas contra menores em custódia:
https://www.youtube.com/watch?v=yIkos-SHtJY
https://www.youtube.com/watch?v=xLQ_jjEtqG0
Obrigado pelo link. É um bom artigo que explora mais profundamente os anos iniciais da Máfia Talmúdica nos states. Dei-me a liberdade de acrescentar como informação complementar no fim do meu artigo um envio para aqui.
ResponderExcluirBoas.