sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Os dez mitos sobre o conflito palestino-israelense (4/10)

Mito 4: "Direito à existência" de Israel

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* Jeremy R. Hammond, analista político independente que foi galardoado com o prêmio Projeto Censurado ao melhor jornalismo investigativo, explica um por um os mitos sionistas que ouvimos todos os dias na propaganda israelense. Fonte: Alba TV (Tradução do espanhol: Natália Forcat)
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O fato de que este termo é usado somente em relação a Israel é instrutivo quanto à sua legitimidade, como é uma exigência que se dirige aos palestinos, que são os que devem reconhecer o "direito à existência" de Israel, enquanto ninguém exige que Israel reconheça o "direito à existência" de um Estado palestino.

As nações não têm direitos. As pessoas têm. O marco adequado para o debate é o direito dos povos à autodeterminação. A partir deste ponto de vista, é evidente que não são os árabes que têm negado esse direito judeus, mas os judeus que negaram esse direito aos árabes. A terminologia israelense sobre "direito de existir" é constantemente empregada para esconder esse fato.

Como já dissemos, Israel não foi criada pela ONU, senão que foi fundada em 14 de maio de 1948, quando os sionistas unilateralmente e sem autoridade legal, declararam a existência de Israel, sem especificar as fronteiras do novo Estado. Em um instante, os sionistas declararam que os árabes já não eram os donos da sua própria terra; agora pertencia aos judeus. Em outro instante, os sionistas declararam que a maioria árabe da Palestina era agora cidadãos de segunda classe no novo "Estado judeu".

Não é necessário dizer que os árabes não aceitaram passivamente esses fatos no terreno. Os países árabes vizinhos declararam guerra ao regime sionista, com o objetivo de evitar esta injustiça tão grave contra a maioria dos habitantes da Palestina.

Deve-se ressaltar que os sionistas não tinham direito a maior parte das terras declaradas como parte de Israel. Esse direito era dos árabes. Portanto, esta guerra não foi, como se costuma dizer, um ato de agressão por parte dos Estados árabes contra Israel. Na verdade, os árabes interviram na defesa dos direitos da população árabe da Palestina, para impedir que os sionistas se apoderassem ilegal e injustamente das terras e privassem dos seus direitos à população árabe. O ato de agressão foi a declaração unilateral da criação de Israel pelos líderes sionistas e a violência exercida para impor esse objetivo, tanto antes como depois da declaração.

Durante a guerra que se seguiu, Israel implementou uma política de limpeza étnica. Cerca de 700 mil palestinos árabes foram expulsos ou fugiram de suas casas por medo de massacres, como o que tinha acontecido na aldeia de Deir Yassin, pouco antes da fundação do Estado de Israel. A estes palestinos não lhes foi permitido retornar aos seus lares e terras, apesar de seu "direito de retorno" ser reconhecido e codificada no direito internacional.

Os palestinos jamais aceitarão exigência de Israel e seu principal benfeitor, os Estados Unidos, de que reconheçam o "direito à existência" de Israel. Se o fizessem, isso significaria que Israel teria "direito" de roubar terras árabes, enquanto os palestinos não teriam nenhum direito a elas. Isso significaria, efetivamente, que Israel tinha o "direito" a realizar a limpeza étnica da Palestina, enquanto os árabes não tinham o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade em suas próprias casas e em suas terras.

O uso constante do termo "direito de existir" tem um propósito: esconder a realidade de que são os judeus que negaram aos árabes o seu direito à autodeterminação, e não vice-versa, e tentar legitimar os crimes israelenses contra os palestinos, tanto os do passado como os do presente.

Fonte: http://port.pravda.ru/news/russa/31-07-2014/37109-mitos_palestina_israel-0/

Abraços

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