sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Os dez mitos sobre o conflito palestino-israelense (10/10)

Mito 10: Estados Unidos é um mediador honesto e tem procurado a paz no Oriente Médio

Obama Ukraine Gaza

* Jeremy R. Hammond, analista político independente que foi galardoado com o prêmio Projeto Censurado ao melhor jornalismo investigativo, explica um por um os mitos sionistas que ouvimos todos os dias na propaganda israelense. Fonte: Alba TV (Tradução do espanhol: Natália Forcat)
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Deixando de lado a retórica, os EUA sempre apoiaram as políticas de Israel, incluindo a ocupação ilegal e outras violações do direito internacional humanitário. Apoia as políticas criminais de Israel financeira, militar e diplomaticamente.

A administração Obama, por exemplo, já declarou publicamente que se opõe à política de assentamentos de Israel e tem "pressionado" ostensivamente Israel a congelar suas atividades de colonização. No entanto, logo depois Washington anunciou que não cortará a ajuda financeira e militar a Israel, ainda que desafie as leis internacionais e continue a construir assentamentos. Esta mensagem foi perfeitamente compreendida pelo governo de Netanyahu, que continua sua política de assentamentos.

Para citar outro exemplo simples, tanto a Câmara dos Deputados e do Senado dos EUA aprovaram resoluções declarando abertamente seu apoio à operação israelense Chumbo fundido, apesar do fluxo contínuo de informações atestando a prática de crimes de guerra por parte de Israel.

O dia em que o Senado dos EUA aprovou sua resolução "reafirmando o firme apoio dos EUA a Israel em sua batalha contra o Hamás" (8 de Janeiro de 2009), o Comitê Internacional da Cruz Vermelha emitiu uma declaração exigindo que Israel permitisse o auxílio às vítimas do conflito, já que Israel tinha bloqueado todos os acessos aos palestinos feridos, o que constitui um crime de guerra sob a lei internacional.

No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, emitiu uma declaração na qual condenava Israel por atirar contra um comboio da ONU que transportava ajuda humanitária para Gaza causando a morte de dois funcionários da ONU, dois fatos que constituem crimes de guerra. O dia em que a Câmara dos Representantes aprovou sua própria versão da resolução, a ONU anunciou que teve que interromper seu trabalho humanitário em Gaza devido aos ataques israelenses que tinham sofrido os seus trabalhadores, comboios e instalações, incluindo clínicas e escolas.

O apoio financeiro de EUA a Israel supera os 3.000 milhões de dólares por ano. Quando Israel lançou sua ofensiva militar para punir a população civil indefesa de Gaza, seus pilotos de aeronaves tripulavam aviões de combate F-16 e helicópteros Apache vendidos pelos EUA, desde os quais jogavam bombas, também fabricadas pelos EUA, bem como munições equipadas com fósforo branco, o que é proibido pelo direito internacional.

O apoio diplomático dos EUA aos crimes de Israel tem sido expresso no uso de seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Quando Israel travou sua guerra devastadora contra a população civil e infra-estrutura do Líbano, no verão de 2006, os EUA vetaram uma ressolução de cessar-fogo.

Quando Israel lançou sua operação Chumbo Fundido, os EUA atrasaram a aprovação de uma resolução pedindo o fim da violência e, em seguida, uma vez que permitiram a votação, se abstiveram.

Quando o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou oficialmente as conclusões e recomendações da investigação dirigida por Richard Goldstone, sobre os crimes de guerra cometidos durante a Operação Chumbo Fundido, os EUA responderam anunciando a sua intenção de bloquear qualquer iniciativa que tivesse como objetivo a adoção dessas conclusões e recomendações do Conselho de Segurança. O Congresso dos EUA aprovou uma resolução rejeitando o relatório Goldstone porque denunciou a prática de crimes de guerra por parte de Israel.

Através de seu apoio, incondicional na prática, a Israel, os EUA têm impedido a adoção de medidas destinadas a aplicar uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino. O chamado "processo de paz" consistiu, por muitas décadas, a rejeição de EUA e Israel à autodeterminação do povo palestino e o bloqueio de qualquer estado palestino viável.


Abraços 

Um comentário:

  1. http://vidalongapalestina.blogspot.com.br/2014/08/como-tratar-um-filho-rebelde.html

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