Terra de Santa Cruz ou Brasil?

Quando da vinda de Cabral ao Brasil, um dos primeiros nomes que os portugueses cristãos-velhos deram às terras recém-descobertas foi Terra de Santa Cruz. Numa clara menção de profissão de fé e desejo de bem-aventurança.

Logo depois descobriu-se que o litoral era abastado com uma árvore conhecida por pau-brasil – ibirapitanga em tupi  – de grande potencial econômico para a época.

A importância comercial desta árvore se deriva à certa substância corante encontrada no seu madeiro chamada de brasileína. Essa anilina de vermelho intenso era muito utilizada na época para tingir panos e produzir tinta de escrever.

A intensa exploração extrativista e cobiçosa enriqueceu alguns poucos cristãos-novos (judeus supostamente convertidos à fé cristã) que monopolizavam o produto. Tanto que a árvore chegou a ser conhecida também pelo nome de pau-judeu, apesar dos livros de História não mais mencionarem isso. E vê-se que a exploração das matérias-primas (hoje dizem commodities, fica mais chique e engana melhor os distraídos) vem de longa data.

Esses comerciantes de pau-brasil e seus derivados eram chamados de brasileiros, portanto nome de profissão, não de povo. Estes cristãos-novos formaram assim, o primeiro cartel ou truste nessa jovem nação indefesa, à mercê de um mercenarismo que visava, e visa ainda na atualidade, pura e simplesmente a exploração da riqueza alheia para engorda pessoal. Muitos se gabam dizendo que trouxeram progresso ao país nessa era longínqua. Nada mais falso. Pois onde se instala esse tipo de ideologia comercial, essa terra e sua gente só empobrecem. Povo algum fica rico, se desenvolve, deixando que outros vendam suas matérias-primas.

Tempos depois, devido talvez por sua aversão ao cristianismo, mudaram posteriormente o nome de Terra de Santa Cruz (referência àquele madeiro símbolo de poder, amor, redenção e graça divinas) para Brasil (nome meramente mercantil e materialista). 

De Terra de Santa Cruz apequenou-se o título para Brasil, nome retirado daquela mera anilina para tingir panos. Um nome bem diferente do da Cruz com seus efeitos e História muito diversos e gloriosos. Parecendo importar-se mais o nome de pau que tinge panos que aquele que deu cores e forma a todos os sacramentos pelo qual somos salvos, pelo qual Deus demonstrou seu inigualável amor por nós.

Abraços