segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Estudos sobre a Inquisição

Para entender a Inquisição


"O que é a Inquisição? É o instrumento judicial com o que a Igreja tirou da alçada dos civis o poder de julgar matérias espirituais"

 (Prof. Carlos Nougué)


Para quem quiser saber realmente o que foi a Inquisição eu deixo aqui vídeos, uma indicação de livro, algumas citações com links e mais um trechinho de artigo do Prof. Nougué. Para quem tem vontade de saber a verdade esse material é esclarecedor. 


Um documentário da BBC sobre a Inquisição Espanhola:


Outro vídeo bom:


Baixe o livro "A Inquisição em seu mundo" de João Bernardino Gonzaga, professor de Direito da Universidade de São Paulo, aqui. É leitura obrigatória para todos os que tem interesse sobre o assunto. Alguém já disse que o autor faz algumas colocações liberais, mas creio que ainda assim é um livro importante sobre o assunto.

Sobre o livro: 

"Os estudos sobre a Inquisição não levam em conta um complexo de fatores (condições políticas, sociais, econômicas, religiosas e científicas) que forjou um certo modo de vida na Idade Média, bem diferente do nosso. Por não considerar tais variantes, a Inquisição é tratada como um acontecimento isolado que, pelos padrões contemporâneos, se torna inaceitável, incompreensível e repulsivo. Este livro propõe analisar a Inquisição européia enquanto instituição humana no contexto histórico em que se desenvolveu."

"Uma análise ímpar sobre a Inquisição, baseada numa pesquisa cuidadosa sobre as condições gerais da vida naquela época e sobre como atuava a justiça criminal comum. Um livro que oferece elementos para uma avaliação equilibrada sobre esse assunto tão complexo."

Sobre os Cátaros:

Um historiador [Henri-Charles Léa], embora hostil à Inquisição, não hesitou em concluir que, na Cruzada Albigense:

“… a causa da ortodoxia [Católica] não era outra que não da civilização e do progresso… se esta crença [catarismo] tivesse recrutado uma maioria de fiéis, resultaria no retorno da Europa para a selvageria dos tempos primitivos.”.” 
http://omniverbo.wordpress.com/2009/09/25/santainquisicao/ 

Inquisição Espanhola:

A verdadeira história da Inquisição não corresponde de forma alguma a legenda negra que é espalhada pelos inimigos da Igreja. Bartolomé Bennassar, que não é nenhum apologista do Santo Ofício, escreveu em L’Inquisition espagnole, Xve -XIXe siècle, (1979):

Se a Inquisição Espanhola fosse tida como um tribunal semelhante a  outros tribunais, eu não hesitaria em concluir, sem medo de contradição e a despeito de idéias preconcebidas, que ela era superior a eles… Mais eficiente, não há nenhuma dúvida; mas também mais preciso e mais escrupuloso, a despeito da fraqueza de um certo número de juizes que podem ter sido orgulhosos, avarentos e devassos. Uma justiça que pratica um exame muito atento dos testemunhos, que realiza uma checagem cruzada meticulosa deles, que aceita sem hesitação as impugnações do réu de testemunhas suspeitas (e freqüentemente pela mais leve razão), uma justiça que raramente emprega a tortura e que, ao contrário de certas cortes civis de justiça, e que, depois de um quarto de século de severidades atrozes, raramente condena a pena capital e apenas, muito prudentemente, administra a terrível punição das galés. Uma justiça ansiosa para educar, explicar ao acusado porque ele está em erro, que repreende e aconselha, e de quem a última condenação apenas afeta o reincidente.”."" 
( http://omniverbo.wordpress.com/2009/09/25/santainquisicao/ )

Mais uma vez, o professor Carlos Nougué:

"Acusava-se e acusa-se a Igreja, sua Inquisição e os regimes políticos católicos de cercear a liberdade de pensamento, quando o que na verdade a Igreja, a Inquisição e os regimes católicos cerceavam, em ordem à salvação das almas, era a liberdade do erro, da heresia e do pecado. “Esmaguem a Infame”, dizia Voltaire do alto de seu ódio ignóbil. No fundo e do baixo de sua carne revoltada, queria sobretudo dizer: “Libertem o Infame!” E, liberto o Infame, sentenciou-se a golpes de guilhotina: todos têm liberdade de expressar o que ditar sua livre consciência. Naturalmente, e precavidamente, dizem os “paladinos da liberdade” em suas declarações dos direitos do homem que a liberdade de expressão tem um limite: o limite da liberdade alheia. Se alguém, por exemplo, pregar uma ideologia de extermínio racial, já não se beneficiará de tal liberdade. Seja. Mas então qual o problema com a Igreja, sua Inquisição e os regimes católicos, se eles diziam que todos têm liberdade de expressar o que ditar sua consciência, mas com um limite: o limite dos direitos de Deus? Se alguém defendesse algo contra a lei natural ou a lei divina positiva, como, por exemplo, o aborto, já não se beneficiaria de tal liberdade. Afora o fato, sempre escamoteado, de que a Inquisição não tinha jurisdição sobre os não católicos (judeus, muçulmanos, etc.), enquanto a ONU e todos os governos ateus ou laicistas se outorgam uma jurisdição universal, especialmente sobre os católicos..."                                                            ( http://spessantotomas.blogspot.com/2011/06/blefes-imensos.html )

Uma lista de textos sobre o tema, organizada pelo Ecclesia Una:

Diversos trechos de livros postados no Adversus Haereses:

http://advhaereses.blogspot.com/search/label/Inquisi%C3%A7%C3%A3o


Abraços

Um comentário:

"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell

"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano

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