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Reflita para as próximas eleições. Isso é muito importante.
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Carta Aberta à TV
Globo a respeito da abordagem sobre
aborto provocado na novela Amor à Vida.
Ilustríssimo
Senhor,
Carlos
Henrique Schroder
Diretor
Geral da TV GLOBO
Em
cena da novela “Amor à vida”, no capítulo 82 que foi ao ar no dia 22 de agosto,
a Rede Globo entrou com extrema superficialidade e com inúmeros equívocos em
debate que merece ser abordado com seriedade e fundamentação. Em evento
desconectado do enredo, entra em debate o aborto provocado. O personagem de um
médico, chefe da residência médica, afirma que “o aborto ilegal está entre as
maiores causas de mortes de mulheres no Brasil”. E afirma também que
“infelizmente o aborto ilegal se tornou caso de saúde pública”.
Vamos
aos dados oficiais, disponíveis no DATASUS: faleceram no Brasil, em 2011 (último
ano a ter os dados totalmente disponíveis) 504.415 mulheres. O número máximo de mortes
maternas por aborto provocado, incluindo os casos não especificados, corresponde
a 69, sendo uma delas aborto dito legal. Portanto, apenas 0,013% das mortes de
mulheres devem-se a aborto ilegal. Comparando, 31,7% das mulheres
morreram de doenças do aparelho circulatório e 17,03% de tumores. Estes sim
constituem problemas de saúde pública.
Houve
também clara confusão entre os conceitos de “omissão de socorro” e “objeção de
consciência”, com laivos de intolerância à liberdade religiosa. Desconhecemos
que alguma religião impeça seus membros de prestar socorro a “pecadores”. Se
assim fosse, inúmeros assaltantes e assassinos que chegam baleados aos hospitais
ficariam sem atendimento. Se até um bandido assassino que foi ferido no embate
tem direito a atendimento médico, como caberia negá-lo em situações de sequelas
do aborto? A cena foi preconceituosa para com as crenças do outro personagem
médico, distorcendo-as. Ela parece mesmo pretender trazer confusão para a
questão da objeção de consciência, situação em que o profissional de saúde se
recusa licitamente a realizar ou participar do abortamento, uma vez que ele se
forma para proteger a vida e não para tirá-la.
Sabedores
da influência que as novelas possuem na mentalidade do povo, demandamos que haja
uma retratação das falsas impressões apresentadas, pois uma emissora deve ter
compromisso com a realidade dos fatos. Se a Rede Globo deseja problematizar o
debate, que o faça a partir de dados e situações verazes e não apenas reproduza
determinados jargões propagandísticos pela legalização do aborto em nosso
país.
Brasilia,
23 de Agosto de 2013.
Lenise
Garcia
Presidente
Nacional
Jaime
Ferreira Lopes
Vice-Presidente
Nacional Executivo
Damares
Alves
Secretária
Geral¨
Fonte :
Reflita para as próximas eleições. Isso é muito importante.
Abraços
Abraços
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