A TERCEIRA FOME ARTIFICIAL NA 
UCRÂNIA: 1946 
Por Serhii Hrabovskyi
O primeiro Holodomor (morte pela fome) aconteceu na 
Ukraina de 1921 até meados de 1923. Motivos: "comunismo de 
guerra"; Primeira Guerra Mundial e Guerra Civil; destruição da base material da 
agricultura devido à seca extremamente severa que causou a perda de colheitas em 
1921 e 1922. A fome abarcou 21 comarcas da Ukraina. No entanto, Ukraina 
continuou o envio de comboios de alimentos para Rússia. O mundo inteiro tinha 
conhecimento da ocorrência da fome na região do Volga, enquanto sobre a fome na 
Ukraina silenciava-se. Somente, a partir de meados de 1922 a população faminta 
da Ukraina começou receber auxílio da Administração Americana de Ajuda. O 
governo (russo) introduziu o sistema de "rações da fome". (Tributação especial 
de empresas e organizações), começou a remoção e venda no exterior de 
propriedades de museus e igrejas. A fome foi debelada somente em meados de 1923 
- muito depois que nas regiões famintas da Rússia. Durante o período da fome 
morreram cerca de um milhão de pessoas. Sobre o Holodomor, 
segunda terrível fome na Ukraina em 1932-1933, leia neste 
blog:http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2011/06/integracao-do-holodomor-com-memoria.html
A fome de 
1946 colocou milhões de ukrainianos no altar da "guerra-fria". 
No 
século XX Ukraina atravessou três períodos de fome em massa. E todas as três 
vezes, a fome foi consequência da política estratégica do partido e táticas de 
Kremlin.
Não só no pós-soviético, mas também no mundo ocidental, até hoje 
sobrevive o mito de que o discurso de Winston Churchil, em 05.03.1946, em 
Westminster College, na cidade de Fulton, Missouri, provocou o início da Guerra 
Fria. Bem, a máquina de propaganda bolchevique tem todo o direito de estar 
orgulhosa de si no outro mundo, porque tantos anos se passaram e o transformado 
em "pura verdade", o contra-senso vive e não pensa em morrer.
Porque, 
basta pensar quem era Churchil naquela época - político afastado, líder de 
partido derrotado nas eleições do ano anterior, idoso, gorducho, sem nenhuma 
chance de retornar à direção da Grã-Bretanha - para entender o absurdo desta 
mitologia.  
Churchil nada podia "declarar", não tinha 
autoridade para dispor sobre o destino do planeta, ele só podia expressar 
pensamentos privados. E ele disse - em resposta ao discurso de Stalin aos 
"eleitores" (isto é, à nomenclatura) de seu distrito eleitoral em Moscou, em 9 
de fevereiro de 1946. E foi exatamente este discurso que realmente marcou o 
início da "Guerra Fria".
"O fato é 
que a ordem social soviética é mais viável e estável, que a ordem social não 
soviética, que a comunidade soviética é a melhor forma de organização 
comunitária, que qualquer comunidade não soviética" - assim 
declarou Stalin. Então, quem não quer aprender com a experiência de organização 
social é inimigo do progresso. O que fazem os inimigos do progresso? Mas a mesma 
coisa que os inimigos do povo, apenas em escala maior". Prosseguindo, Stalin 
descreveu com detalhes quais as áreas da economia soviética que deveriam ser 
atendidas em primeiro lugar, como as que proviam o exército, isto é, a indústria 
pesada para competir com o mundo todo. Tratava-se de "aço" para garantir as 
agressões bolcheviques. Por sua vez, o discurso de Churchil centrava-se na paz. 
Churchil tinha por foco o estabelecimento da democracia global, todos os meios 
necessários para resistir à agressão e ofensiva ditatorial.
Em outras 
palavras, a iniciativa da "Guerra Fria" estava do lado de Stalin, especialmente 
no Ocidente ele tinha o suficiente de simpatizantes, comunistas e socialistas da 
esquerda entravam para os governos de vários países europeus, e onde havia 
exército soviético constituiam-se regimes inteiramente dependentes de Moscou. 
Mas, somente com palavras e tanques afirmar a idéia bolchevique era impossível. 
Então, um dos principais meios para alcançar o sucesso, nesta questão, era para 
ser (e foi) a ajuda soviética em grande escala, com gêneros alimentícios, para 
Europa do pós-guerra. Por exemplo, em fevereiro de 1946 em Moscou assinaram o 
acordo polaco-soviético de fornecimento à Polônia de 200 mil toneladas de grãos 
para a semeadura da primavera. Em abril de 1946 assinaram acordo para 
fornecimento a França (França, naquele tempo, era efetivamente controlada por 
socialistas e comunistas) 500 mil toneladas de grãos. Na verdade, a palavra 
"Ajuda" deve ser colocada entre aspas, porque tratava-se de uma brutal política 
tecnológica, como diriam hoje. Porque, a fim de conquistar o coração dos 
franceses e levá-los a votar nas eleições para os comunistas, o "generoso" 
Stalin estava pronto levar à morte pela fome milhões de camponeses sujeitos a 
ele, tirando-lhes o último pedaço de pão. E assim aconteceu.
Ukraina crucificada 
No primeiro ano 
da "guerra fria" aconteceu uma desagradável surpresa para Stalin. Naquele ano de 
1946 a natureza da União Soviética colocou-se do lado dos imperialistas - seca, 
quebra de safra. Mas modificar os seus planos estratégicos Kremlin não 
pretendia. Porque os bolcheviques não se acostumaram retroceder diante das 
dificuldades e moral para eles sempre foi apenas o que servia para vitória do 
comunismo.
A principal cabeça-de-ponte de ofensiva da Europa, pelos 
planos de Stalin, devia ser Ukraina. Isso é compreensível - terra fertil, e 
milhões de campesinos, cujo amor e dedicação à terra não esgotaram os 
"kolkhozys", e localização geográfica - pode-se exportar o trigo tanto por vias 
férreas, quanto pelos portos. E ao fato que após a II Guerra Mundial a 
agricultura na Ukraina estava em ruínas, o governo não considerou - não é o 
caso, vão superar, nada de se acostumar! Mas aconteceu de outro modo.
A 
ruína não foi acidental: como os bolcheviques, também os nazistas durante a 
guerra utilizaram a mesma tática de "terra queimada". Como resultado foram 
destruídos cerca de 30 mil "kolkhozys", fazendas estatais, praticamente não 
havia mais tratores ou "combines", drasticamente reduziu-se o gado. Restaram 
apenas 30% de cavalos, 43% de bovinos, 26% de ovinos e caprinos, 11% de suínos. 
Em 1946 o rendimento médio de cereais nos "kolkhozys" foi de apenas 3,8 quintais 
métricos por hectare. A produção global de todas as culturas, inclusivee as 
alimentares, depois da guerra foi de 8,5 milhões de toneladas, ou seja, 
reduziu-se três vezes em comparação ao ano de 1940 e até menor que em 1920( e 
isso, apesar de que à União Soviética foram anexadas Haluchyna, Volyn, 
Transcarpathia, Bukovyna, sul da Bessarábia...) Enquanto isso, 43% dos 
trabalhadores dos "kolkhozys" não tinham vacas, 20% em geral, nenhum gado. Pagar 
o imposto ao governo, com produtos , todos eram obrigados: em média 40kg de 
carne por casa - e nenhum choro. Mais 90 ovos (mesmo se você não tem galinhas), 
mais de 200 l de leite, 5 a 10 rublos por árvore frutífera. Com uma palavra - 
aproximava-se a fome, e também porque os alimentos americanos, fornecidos sob o 
sistema "Lend Lease", graças aos quais o Exército Vermelho não se tornou uma 
multidão de exauridos, cessou. Por isso era necessário alimentar o enorme 
exército (exército, marinha, "conselheiros" nas fileiras dos exércitos dos 
países da Europa Oriental, formação da NKGB (Comissariado do Povo da Segurança 
do Estado) MGB (Ministério da Segurança do Estado) - a partir de outono de 1946 
ultrapassava 5 milhões de "baionetas" e ainda entregavam trigo aos "irmãos da 
classe".
Mas Kremlin não 
recusou-se da exportação de grãos aos países europeus nos quais os comunistas 
poderiam conseguir o poder. A exportação de grãos da União Soviética somente em 
1946 foi de 1,7 milhões de toneladas ou 10% de grãos de todo provisionamento do 
estado. Num total de 1946-1947 para Europa Central e Ocidental - Polônia, 
Bulgaria, Alemanha, França, Romênia, Tchecoslovaquia, etc., foram exportados 2,5 
milhões de toneladas de grãos.
Então, uma grave seca, 
combinada com total "limpeza" dos celeiros dos agricultores, de todos os 
comestíveis, fez com que na segunda metade de 1946 nas aldeias novamente 
começasse a fome. Não admira: os trabalhadores dos "kolkhozys" da região de 
Kyiv, no ano total, não receberam mais de 150 gramas de grão por dia de 
trabalho. Nas cidades também viviam "bem". Em 29 de agosto de 1946 foi 
oficialmente anunciado, que em relação a seca em algumas regiões da União 
Soviética e com a redução de estoques públicos de alimentos foi decidido adiar 
por um ano o sistema de cartões de troca. Depois apareceu a deliberação sobre 
economia nas despesas com o pão. Nela falava-se, em particular, sobre diminuição 
das normas da emissão de pão para dependentes e ciranças e a privação da ração 
de algumas categorias de trabalhadores e funcionárioos. Nas cidades privaram da 
quota do pão a muitos dependentes e crianças, em maior quantidade nas regiões de 
Stalino, Voroshylovhrad, Dnipropetrovsk, Odessa e Kharkiv. Em geral, os 
regulamentos do partido-estado, de 01.10.1946 do abastecimento centralizado 
através de cartões, foram excluídos mais de 3,5 milhões de pessoas, deles 2,9 
milhões de habitantes das zonas rurais. Tratava-se basicamente sobre pessoas 
impossibilitadas fisicamente ao trabalho. E era mais fácil aos capazes trabalhar 
com míseras rações e "vazios" dias de trabalho?
Entretanto o que pesou 
para liderança de Kremlin a fome de dezenas de milhões de pessoas em comparação 
com a perspectiva de colocar sob o seu controle - com ajuda dos comunistas 
locais - a França ou a Finlândia? Além disso, a elite partidária - soviética 
durante estes anos, ininterruptamente e não muito modestamente, abastecia-se 
através de distribuidores privados.
E ainda, mesmo durante o 
maior auge da fome, Ukraina era o principal fornecedor de grãos para Leningrado 
e várias províncias da Rússia, legumes - para Moscou... 
Eis alguns fragmentos de 
documentos da época.
"Apesar de repetidas 
instruções para reforçar a preparação de culturas alimentícias, o senhor, a esta 
mais importante medida não dispensa suficiente atenção. Em 20 de outubro sua 
república enviou 120,783 milhões de "pud" (um 
"pud" equivale a 16,36 kg - medida antiga - OK) de centeio e trigo. 
Falta entregar 111,97 milhões de "pud". Ordeno dar às administrações regionais a 
instrução para realizar, conforme contas especiais dos "kollkozys" e fazendas 
especiais, a verificação da entrega de toda a quantidade de produtos e 
apresentar as rigorosas exigências de prioridade de entrega ao país o mais 
rapidamente possível. Os culpados pelo atraso deliberado de produtos devem ser 
rigorosamente responsabilizados. Sobre as medidas usadas, o senhor deverá nos 
relatar".
Do telegrama do ministro 
de abastecimento da União Soviética Dvenskyi, presidente do Conselho de 
Ministros da URSS ao Conselho de Ministros da República Socialista Soviética 
Ukrainiana, de 04.11.1946.
"No Conselho das Fazendas 
Coletivas elementos contrários ao Estado retardam a debulha e limpeza de grãos. 
Desviam muito grão aos chamados resíduos, intencionalmente realizam debulha mal 
feita deixando grande quantidade de grãos na palha, escondem o pão não debulhado 
nos palheiros, ilegalmente enterram na reserva de sementes, e as organizações 
locais do partido e das organizações soviéticas, e também os órgãos judiciais e 
das promotorias frequentemente não observam esses atos 
criminosos".
Do telegrama de Stalin e 
Jdanov a Krushchev e Korotchenko, de 26.11.1946.
Bolchevismo e 
canibalismo
Então, naturalmente, logo 
começaram a repetir-se as terríveis imagens do início de 1930. Em resultado da 
desnutrição entre a população da URSS (República Socialista Soviética 
Ukrainiana) no inverno de 1946=1947 propagou-se a distrofia. Nesta época, nos 
hospitais das cidades e das aldeias permaneciam 125 mil pessoas doentes. 
Aproximadamente mais de 100 mil precisavam de hospitalização mas não havia 
lugar. Até metade de 1947 já havia 900 mil doentes, até o verão - mais de um 
milhão. 
As pessoas reviravam a 
terra atrás de batata ou beterraba congelada, que permaneceram na terra após a 
colheita. E na primavera tentavam salvar-se com a azeda, urtigas, espinafre, 
trevo. Em muitas regiões comiam pequenos roedores, cães, gatos.
Os pais, como no começo 
dos anos trinta, começaram abandonar seus filhos, porque não tinham 
possibilidade de alimentá-los. Novamente houve canibalismo: somente de 
janeiro-junho foram registrados 130 casos de canibalismo e 189 casos de ingestão 
de restos mortais. Pedimos atenção: registraram oficialmente, e quantos casos 
permanecem sem registro?
No geral, em 16 
orientais, e também as anexadas a República Socialista Soviética Ukrainiana em 
1940 províncias Ismailska e Chernivtsi, em 1946, devido a fome, morreram 282 mil 
pessoas, e em 1947 mais de 520 mil. Novamente estes são apenas casos de morte 
que foram registrados nos cartórios. Mas, muitas mortes ocorreram além das 
fronteiras da Ukraina, para onde foram em busca de salvação, no caminho para o 
Cáucaso, Ásia central e Kuban.
Em outras palavras, no 
período da fome de 1946-1947, em 18 províncias da Ukraina morreram no mínimo 800 
mil pessoas. Alguns pesquisadores estimam em mais de um milhão de pessoas devido 
a este período de fome. Mas, ao número total de vítimas da fome, obviamente 
deve-se incluir também não apenas um milhão de mortos, mas as dezenas de 
milhares, de uma maneira ou de outra reprimida, e seus filhos. Embora em muitos 
locais, ensinados com a amarga experiência do passado, os presidentes dos 
"kolkhozys" tentavam ocultar uma parte de cereais e fechavam os olhos para 
pequenos "roubos" de pão dos "kolkhozys". Porém os "competentes órgãos" não 
dormiam. Assim, por ter escondido 360 quintais métricos de grãos e "sabotagem", 
para 10 anos de prisão foi condenado o presidente do "kolkhoz T. Shevchenko (Que 
ironia! Taras Shevchenko foi o maior poeta ukrainiano e muito combateu o domínio 
russo-czarista. Em seus poucos anos de vida, 1814-1861, dos quais apenas nove 
passou em liberdade. - OK), da Província de Chernivtsi, e 8 anos recebeu o 
responsável pelo depósito (Infelizmente não sei os nomes desses verdadeiros 
heróis da Ukraina, porque eles não constam do documento do partido, mas são 
dignos de respeito e merecem homenagem. E, se considerarmos em escala de toda 
Ukraina, quantas centenas de milhares de agricultores se 
salvaram!).
Passava fome em 1946 - 
1947 não somente Ukraina. Moldova, baixo e médio Volga, Província de Rostov, 
zona Central da Rússia - todos foram alcançados pela nova espira da inteligente 
política de Stalin. Mas a maior fome aconteceu na Ukraina e Moldova - como já 
foi dito, daqui era mais fácil exportar grãos e outros produtos alimentares ao 
exterior.
Nesta época o líder da 
organização do partido e do Conselho de Comissários do Povo da União Soviética 
era Nikita Khrushchev. Por um lado ele recebia informações completas e objetivas 
sobre a situação no campo. Por outro lado, ele era um stalinista fiel e o máximo 
que fazia era convencer o "companheiro" Stalin que não se deve assim 
barbaramente tratar os agricultores.
Ainda assim Krushchev 
diferenciava-se radicalmente de Kosior, Postushev, Liubchenko e outros 
co-organizadores do "Holodomor". Ele não tinha medo de expressar opinião própria 
e defendê-la perante o "lider de todos os povos", embora, é claro, retrocedia e 
desculpava-se. "Você é muito frouxo! Mentem para você, eles jogam no seu 
sentimentalismo. Eles querem que gastemos nossos recursos nacionais", - jogou 
Stalin na face de Krushchev em janeiro de 1947. Mas, depois de um mês colocou na 
direção do Comitê Central do Partido Comunista, Kaganovych, "um homem de ferro", 
deixando o "liberal" Nikita Krushchev apenas na presidência do governo 
ukrainiano-soviético. Mas, o "grande lider" mandou dar uma pequena quantidade de 
grãos a Ukraina. Não por razões humanitárias, é claro, mas para ter o que semear 
na primavera.
E quando em 1947, devido 
a condições climáticas favoráveis e o retorno às aldeias de centenas de milhares 
de desmobilizados (houve redução significativa do exército porque não havia 
comida suficiente), foi colhida uma quantia razoável de grãos (apesar de que nem 
no ano de 1950 não alcançaram a quantidade que antecedeu à guerra), houve saque 
da aldeia com a meta de assegurar os delírios da elite de Kremlin. É 
compreensível: na China, os comunistas sob a direção de Mao Tse-tung lutavam 
pelo poder, precisava ajudar...
E movamente fragmentos de 
documentos:
Da carta de Kaganovych e 
Krushchev a Stalin, em 10.10.1947, por ocasião do cumprimento dos "kolkhozys", 
fazendas estatais e unidades agrícolas particulares da República Social 
Soviética da Ukraina, referente ao plano de entrega do pão ao Estado em 
101,3%:
"A conclusão bem sucedida 
do plano de aquisição de grãos é resultado pessoalmente seu, companheiro Stalin, 
de preocupação paterna sobre os "kolkhozys" e trabalhadores da Ukraina, grande 
ajuda fornecida pelo partido e governo soviético para 
Ukraina".
Tudo isso era acompanhado 
com novo reforço de pressão político-ideológica, procura e encontro de "mão 
inimiga", e, claro "nacionalistas burgueses ukrainianos.
Na guerra, como na 
guerra, embora esta guerra era como que "fria"- mas para suas vítimas não ficava 
mais fácil.
Mas o que chama a atenção 
- lá, onde foi ativo o UPA (Exército Insurgente Ukrainiano), não havia fome. Em 
primeiro lugar, em 1946-47 os insurgentes ainda tinham força suficiente para 
frustrar a requisição e exportação de grãos, e em segundo lugar, as autoridades 
temiam que a fome em massa no oeste ukrainiano forçaria centenas de pessoas 
pegar em armas. Muitas pessoas do leste se salvaram da fome conseguindo 
alimentos de Halychena e Volyn (havia instruções especiais dos principais 
dirigentes do UPA para auxílio aos "orientais" e com isto ocupavam-se pessoas 
especialmente designadas, mas os chequistas, é claro, eliminavam os contatos dos 
dois lados da Ukraina, destruíam os famintos, para em seguida, colocar a culpa 
nos insurgentes...).
De uma ou outra forma, a 
luta do UPA, direta ou indiretamente salvou da morte pela fome centenas de 
milhares, se não milhões de pessoas. E neste número incluem-se muitos daqueles 
cujos descendentes hoje esconjuram todos os desempenhos dos "esfaqueadores do 
Bandera (Bandera foi um importante lider dos 
insurgentes - OK) e consideram o "companheiro" Stalin seu 
ídolo.
Assim, no século XX 
Ukraina passou por três grandes fomes. E todas as três vezes, quando no poder 
estava o Partido Comunista Bolchevique. Mais que isso, esta fome, todas as três 
vezes foi consequência da parte integrante da política partidária, estratégia e 
tática de Kremlin.
A fome artificial de 
1946-47 revelou-se nesta série, por assim dizer, "tecnológica". Não é necessário 
dizer, que sem a determinação política de exportação em grande escala de grãos 
não haveria mais de um milhão de vítimas da fome na República Socialista 
Soviética Ukrainiana e centemas de milhares - em outras repúblicas da União 
Soviética. No entanto a "nação-vencedora" tornou-se vítima da iniciada por 
Kremlin "guerra fria".
Tradução: Oksana 
Kowaltschuk
BRASÃO DE ARMAS
 O brasão de armas ucraniano é um 
tridente amarelo com fundo azul. A história do símbolo tridente como no atual 
brasão de armas, tem mais de 1000 anos. As primeiras provas conhecidas pelos 
arqueológicos e historiadores deste símbolo podem ser encontradas nos selos da 
dinastia Rurik. O tryzub foi carimbado nas moedas de ouro e prata emitidas pelo 
príncipe Volodymyr, o Grande (980-1015), poderia ter herdado o símbolo dos seus 
ancestrais (como Sviatoslav I Ihorovych) como um brasão de armas dinástico e 
passou-o aos seus filhos, Sviatopolk I (1015-19) e Yaroslav, o Sábio 
(1019-54).
O brasão de armas ucraniano é um 
tridente amarelo com fundo azul. A história do símbolo tridente como no atual 
brasão de armas, tem mais de 1000 anos. As primeiras provas conhecidas pelos 
arqueológicos e historiadores deste símbolo podem ser encontradas nos selos da 
dinastia Rurik. O tryzub foi carimbado nas moedas de ouro e prata emitidas pelo 
príncipe Volodymyr, o Grande (980-1015), poderia ter herdado o símbolo dos seus 
ancestrais (como Sviatoslav I Ihorovych) como um brasão de armas dinástico e 
passou-o aos seus filhos, Sviatopolk I (1015-19) e Yaroslav, o Sábio 
(1019-54). 
 
Abraços