"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."
Isaías 9: 6
"Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo."
Apocalipse 3:20
Primeiramente, o que de maneira errônea e propositada chamam de "xenofobia" nada mais é que espírito de fidelidade em grupo (clã, tribo, povo, nação), instinto de sobrevivência, mecanismo de auto-defesa, senso de identidade e de pertencimento, noção de responsabilidade coletiva e/ou de herança. Surgiu justamente como auto-defesa e perpetuação do saber e acompanha a Humanidade desde sua gênese. Não é mera tara, obsessão patológica, ou de gente desocupada.
"Xenofobia" também é diversidade cultural de fato, não de aparência. É a "xenofobia" que garante a diversidade cultural, a riqueza de diversidade das cidades, da beleza da arquitetura, do encanto da música e das canções, do brilho das roupas, da multiplicidade do saber, etc, funcionando como barreira contra a extinção ou erosão dessas diversidades, das identidades ímpares de povos.
Se ninguém se importasse com sua própria identidade cultural, tribal e familiar, com sua própria história, não respeitasse seus antepassados, não a perpetuasse, não haveria tanta variedade de povos e civilizações. Variedade é sinônimo de diversidade. Quantas vezes a "xenofobia" promoveu e protegeu essa diversidade, a multiculturalidade da Humanidade, e até a existência física de povos?!
A quem interessa que os povos não tenham identidade própria, singular, única?! A quem interessa que os povos não se defendam de mudanças culturais, axiológicas e alienígenas indesejáveis?! A quem interessa que os povos sejam passivos?!
A perversão conceitual que ocorre com certas expressões, atos e valores é algo semelhante às enzimas digestivas das aranhas. Um agente é injetado na presa a fim de liquefazer a estrutura do corpo e possibilidades de auto-defesa dessa presa para uma forma facilmente consumível. Seria a explicação da tática de criminalizar a auto-defesa etno-identitária singular?
Que tal acabar com a diversidade aqui? Só um tipo de herói, todos da mesma origem. Não ficaria monótono?
Sem "xenofobia" acabaria a indústria do turismo e do entretenimento, por exemplo. Ora, para que alguém viajaria ao outro lado do mundo para ver o mesmo que tem no seu próprio país?!! Sem "xenofobia", acabaria a própria História.
Sem o mecanismo de auto-defesa da "xenofobia", o mundo ficará mais pobre, sem graça, raso, insonso, comum e mono colorido, cinza.
"Hitler. Este foi o criador da Nova Alemanha. Os outros modelaram uma coisa viva: ele deu vida a um cadáver. A sua voz angustiada, a nação despertou. Acorda, Alemanha! Ela ergueu-se e, esfregando os olhos com o espanto de quem saí dum túmulo, deu os seus primeiros passos. Então, ouviu o retilintar dos grilhões que lhe haviam posto em Versalhes, naquele mesmo lugar onde Bismarck lhe pusera à cabeça, entre espadas vitoriosas, a coroa imperial. Hitler começou a quebrar os anéis desses grilhões."
~ Gustavo Barroso, revista Fon-Fon, 27/06/1936.
Na foto, Legionários da Romênia.
Do livro "Ética Revolucionária" de Pedro Varela:
MORAL
"Guarde seu espírito fora das correntes de moda e sobre as críticas dos ignorantes da vez. Apenas assim poderá conservar seu juízo claro para a luta.
Mantenha sempre seu cérebro ativo. Não esteja ocioso. Ajude a saúde de seu corpo mantendo uma mente clara.Escolha bem suas leituras ou peça conselho a pessoas de sua confiança. Escreva, medite, estude.
Tenha fé. A fé é um patrimônio que não podem lhe roubar. É sua única arma invencível. Frente ao poder do dinheiro, e a depravação materialista, levante a tocha de sua fé na vitória final.
A fé não se racionaliza. Não se chega a ela pela ciência ou razão. A fé se carrega no sangue e na alma e provém do Todo Poderoso. Apenas se precisa cultivá-la, deixá-la que brote.
Mantenha-se à margem da propaganda burguesa e democrática. Os jornais, as revistas, o cinema, a televisão, estão impregnados de ceticismo, materialismo e numerosos valores negativos. Leia e propague a imprensa nacional revolucionária, que denuncia a hipocrisia do Sistema.
Despreze o traidor. O traidor carece de honra e por isto é indigno de ser tratado como pessoa.
Seja valente. Um caráter débil é facilmente vulnerável.
Não confunda valentia com inconsciência ou temeridade. Aquela é fruto do amadurecimento como homem. Estas, são reflexões de uma mente infantil.
Despreze o covarde. A covardia é uma fraqueza. Também o valente tem medo, mas possui a força espiritual necessária para vencê-lo. O covarde é egoísta, pois assegura sua própria integridade a custo dos demais".
~ Pedro Varela, "Ética Revolucionária", págs.13 e 14.
O assassinato ritual de São Simão por judeus foi real?
São Dominguito de Val: outro menino que, como São Simão de Trento, foi assassinado por feiticeiros judeus em 1250 na cidade de Zaragoza/Espanha.
Magia judaica, Toaff e a páscoa de sangue
1 - Introdução
Recentemente uma polêmica surgiu no que tange à questão do assassinato ritual de São Simão de Trento, uma criança cujos pais eram católicos e que, no século 15, foi sacrificado num ritual de magia judaica na Itália. O caso virou um processo onde 17 judeus confessaram participação na tortura e morte de Simão. O menino foi beatificado e colocado no martirológio romano, tendo sido citado por diversos papas como vítima do ódio judaico contra a fé católica. Todavia não faltam vozes, sejam eclesiásticas sejam não eclesiásticas, que questionam o fato. Nosso objetivo aqui é esclarecer este problema.
A - Magia judaica no fim do medievo
Até um tempo atrás havia pouca atenção ao estudo da magia e das várias artes ligadas à sua prática no judaísmo. Essa falta de atenção foi devida à crença errônea, difundida até os últimos tempos entre os hebraístas e os estudiosos do mundo judeu em geral, que os judeus haviam mostrado muito pouco interesse pela magia. Os autores do século XIX, fortemente influenciados pelo racionalismo dominante no pensamento científico naquele século, tentaram sublinhar os aspectos mais racionalistas da cultura judaica. Sobre o judaísmo hispânico, por exemplo, a pesquisa sobre a cultura hebraica se concentrou preferencialmente na produção histórica, filosófica e literária em geral, negligenciando campos como medicina, astrologia ou magia aprendida. Hoje não há mais dúvida de que o recurso à magia era habitual no judaísmo.
Isso é revelado em alguns dos estudos mais recentes sobre magia judaica. Entre tais estudos temos aqueles que merecem ser destacados como os de Ron Barkai em “Science Magic e Mythology in the Middle Ages” e “L'us dels Salms na màgia jueva de l'Edat Mitjana e Renaixement: o llibre Shimush Tehil.lim em La Càbala”.
É verdade que o Talmud, um livro caracterizado em geral por um racionalismo pronunciado, condena de maneira estrita a magia e a feitiçaria, que considera mera prática de charlatanismo e a relaciona com prática de magia das mulheres com vícios sexuais (Sanh.67a). A condenação da magia pela Torá como um culto idólatra aos deuses pagãos e pelo Talmud como prática própria dos amorreus, constituiu um axioma que foi transmitido entre os judeus, de geração em geração, até tempos recentes e, durante séculos, especialistas judeus em matéria de jurisprudência religiosa (halaká) rejeitaram fortemente as práticas que eles consideravam suspeitas de idolatria; os argumentos de justificação são de natureza muito diferente: pelo uso das Sagradas Escrituras com um propósito profano; pelo uso de feitiços e feitiços utilizados profusamente no ritual da magia pagã e que, como tal, a Torá reprovou expressamente; ou pelo uso de amuletos, a que foram conferidos poderes sobrenaturais. Mas embora a teoria em relação à magia fosse clara e rigorosa, a realidade era muito mais difusa. Assim, nenhum dos mestres do Talmud negou o poder da magia e, mesmo que sua prática fosse proibida, alguns dos talmudistas lutavam contra a magia negra com o que poderia ser chamado de magia branca. Mais tarde, já nos tempos medievais, a atitude dos rabinos espanhóis havia se tornado, em geral, muito permissiva em relação à magia, com alguns deles chegando mesmo a praticá-la pessoalmente.
Mesmo algumas cerimônias religiosas, ainda hoje em uso entre os judeus, tem uma indubitável origem mágica e supersticiosa: eles são, entre outros, o conhecido como tashlij, consistindo em agitar a roupa nas águas de um rio ou jogando migalhas no primeiro dia da Rosh ha-Shaná (Ano Novo judaico), simbolizando que os pecados cometidos durante o ano que terminou foram jogados na água para serem levados pela corrente (nas suas origens é, com toda a probabilidade, um rito propiciatório dos espíritos das águas); ou aquele que tem lugar em Hoshana rabba (a Grande Súplica), isto é, o sétimo dia da festa de Sukkot (Festa dos Tabernáculos), quando o solo é atingido com um monte de cinco ramos de salgueiro e que parece estar vinculado em suas origens para as invocações para a chuva.
Muitos se fiam no rechaço de Maimônides – um filósofo judeu do medievo – à magia mas, mesmo que tenhamos que frisar a oposição radical de Maimônides, outros estudiosos judeus adotaram posições menos beligerantes em relação à magia. É o caso do proeminente jurista catalão Shelomoh ben Adret (1235-1310), como é deduzido da correspondência epistolar que manteve com o judeu provençal En Bonet Abram, e isso é um bom reflexo da controvérsia em que o trabalho de Maimônides estava envolvido no judaísmo sefardita, desde o início do século XIII, ainda na vida do grande filósofo espanhol-judeu. Na correspondência Bonet Abram parte da autoridade de Maimônides e ataca todas as artes e práticas relacionadas à magia; porém Adret deixa abrir a porta ao seu uso para fins terapêuticos.
Assim, existe uma confusão dentro do judaísmo em torno da legalidade ou da ilegalidade de recorrer a práticas mágicas; ela fica mais clara no trabalho de Yishaq ben Moseh ha-Levi (? - 1414), mais conhecido como Profiat Durán, que foi astrólogo do rei João I de Aragão. Este autor critica o costume de judeus sábios para recorrer a fontes estranhas ao judaísmo, às quais ele atribui calamidades sofridas pelas comunidades hebraicas da Alemanha, França e Espanha; ele insiste na necessidade de retornar à literatura sagrada judaica e, em particular, refere-se ao livro dos Salmos afirmando que foi a devoção dos judeus de Aragão a este livro o que os salvou dos infortúnios sofridos por seus companheiros de fé em outros territórios hispânicos no ano de 1391. Mas o mais significativo é que sua autêntica paixão pelo livro dos Salmos também leva a louvar o livro chamado Séfer Shimush Tehil Lim (Livro do Uso Cirúrgico dos Salmos), provavelmente o tratado mágico judaico mais importante de toda a Idade Média e do Renascimento e dos quais são conservados trinta manuscritos com diferentes versões. A controvérsia em torno da admissibilidade ou inadmissibilidade da magia no judaísmo tornou-se mais agudo nos últimos dias da Idade Média e do Renascimento, e expresso no confronto entre a escola racionalista de Maimônides e os movimentos cabalistas e neoplatônicos do misticismo judaico.
B - Feitiçaria judaica
A relação entre judeus com magia e, em menor grau, com feitiçaria, é confirmada pela presença de vários judeus conversos nos processos inquisitórios de feitiçaria no final dos séculos 15 e 16, bem como quanto ao que é muitas vezes referido em manuscritos hebraicos de experimentos e um e outro consistem na descrição da estrutura do cosmos e das forças que atuam na natureza: em suma, consistem na Cabala prática que levou a uma floração autêntica da magia judaica medieval e contribuiu decididamente para estender a reputação dos judeus como mágicos e feiticeiros. Uma boa visão sobre este quadro de práticas cabalísticas pode ser encontrada nos livros de Perle Besserman.
Ao longo da Idade Média, as comunidades judaicas distribuídas por toda a Europa ocidental e central tinham vários tratados mágicos, alguns dos quais eram de tempos antigos, enquanto outros eram da época medieval. Entre os escritos primitivos, o Séfer ha-razim (Livro dos Segredos) tornou-se muito famoso que é considerado talmúdico, e Séfer Raziel ha-malakh (Livro do Anjo Raziel), um conjunto de escritos místicos, cosmológicos e mágicos. Eles foram integrados no século XIII em um todo unitário pelo místico alemão Eleazar ben Yehudah de Worms. Esses livros baseiam a ação mágica no conhecimento da estrutura do cosmos, conhecimento este que, juntamente com as ciências mais próximas da cosmologia (matemática, geometria, astronomia e astrologia), permitiria ao mago fazer as forças superiores agirem; eles se encaixam, portanto, no que é conhecido como "literatura mágica erudita”. Nestes meios nasceu a tese de que o rei bíblico Salomão foi o primeiro mágico. Mais tarde, desenvolveram uma lenda sobre esse rei, cuja enorme biblioteca de livros mágicos só teria sobrevivido dois textos de magia: o testamento e a clavícula; O resto teria morrido em um incêndio.
A literatura apócrifa "Salomônica" ou "pseudo salomônica" proliferou nos tempos medievais, sendo perseguida pelos tribunais inquisitoriais. Em Toledo, na Espanha, se deu uma forte popularização de certos livros cheios de sinais misteriosos, personagens e orações, como a Clavícula de Salomão e outras obras de medicina supersticiosa e necromancia.
A partir destas crenças é que podemos analisar o impacto dos feitiços na cultura popular judaica de então; o feitiço de gotículas, por exemplo, é devassado no trabalho de Sebastián Cirac. Outro procedimento de feitiçaria também usado com frequência era conhecida como "medição da fita", que consistia em usar uma fita para tirar várias medidas do corpo da pessoa, medidas destinadas a curar; o resultado dessas medições determinaria o mal sofrido, que seria remediado pela recitação de vários feitiços e orações. A cicatrização de doenças oculares foi feita aplicando lama feita da tirada do túmulo de um homem justo; Esta é uma prática relacionada à crença, muito difundida na época medieval, da faculdade que possuía os túmulos de homens santos e justos para curar doenças com simples contato. Não há dúvida de que o feiticeiro tivesse algum sucesso na cura de afecções menores, para as quais teria remédios baseados em ervas medicinais conhecidas pela sabedoria popular, o que acabava dando prestígio aos magos. Havia feitiços para que a pessoa amada retornasse em breve se ela estivesse ausente. Os procedimentos utilizados foram muito simples e, muitas vezes, misturaram o sagrado e o profano; entre os procedimentos usados para alcançar o amor de uma mulher, era muito difundido que usasse o sangue de uma galinha ou de um pombo, de penas de preferência branco, para escrever com ela o nome do homem que queria ser amado; essas letras deviam ser apagadas com água pura que, em seguida, seria dado a beber à mulher. Outras vezes, tratava-se de propiciar uma boa viagem, para a qual a proteção foi solicitada contra animais selvagens e bandidos. Outra questão de não menos interesse é aquilo que se refere aos materiais utilizados nas práticas mágicas e na feitiçaria. No que diz respeito às matérias-primas utilizadas, elas devem ser sempre puras. A água, muito usada na magia, deve necessariamente ser tratada, recém-colhida na fonte ou no rio, e depositada em novos recipientes que não foram utilizados antes. Também era usual a prática em preparações mágicas de óleo e mel, produtos considerados puros por sua aparência límpida e transparente; quando a terra é usada, deve ser terra virgem. Ocorria o contrário quando o ritual mágico se destinava a causar danos a alguém: nesses casos, era necessário usar água turva ou terra apanhada nas estradas. As pedras preciosas também receberam poder mágico e habilidade protetora contra vários perigos, que para alguns autores poderia estar relacionado ao peitoral adornado com pedras preciosas usadas pelo Sumo Sacerdote no Templo de Jerusalém (Êxodo, XXVIII, 17-20); assim se considerava a pedra do rubi ligada a figura de Ruben; tomava-se a mesma como protetora contra o aborto e a esterilidade das mulheres; A esmeralda seria a pedra de Levi, dando-lhe a capacidade de conceder sabedoria a um homem e, sob a forma de pó, rejuvenescer um velho; O topázio seria a pedra de Simeão, considerada adequada para curar doenças, em particular oculares; a ametista seria a pedra de Gad, a qual a capacidade conferida era a proteção em batalhas, bem como na frente de demônios; e o ônix seria a pedra de José, a quem era dado o poder de conceder sucesso na sociedade.
Todas estas práticas, generalizadas no fim da idade média entre os judeus e, espalhadas entre os cristãos através do contato com comunidades judias, ajudou a propagar a idéia do judeu como mago e feiticeiro.
C – Crime ritual?
Justamente quando a magia judia se estende pela Europa do fim do medievo é que começam a aparecer, com mais frequência, os relatos de crime de assassinato ritual. Tais relatos envolviam de roubos de hóstias consagradas – com o crescimento da devoção a eucaristia, sobretudo no século 13, tornaram-se mais comuns os ataques a sacrários e o furto de hóstias – a blasfêmias a Jesus Cristo e até rapto de crianças para a aquisição de sangue humano a fim de realizar encantamentos.
É comum entre certos historiógrafos o recurso a interpretar tais acusações aos judeus como uma forma da Igreja confiscar os seus bens, por puro interesse material, e como um modo de reis e nobres se valerem do “perigo judaico” como bode expiatório para problemas políticos e econômicos. Primeiro é preciso que se diga que tal interpretação é viciada de marxismo, pois tende a entender fenômenos religiosos exclusivamente sob a ótica econômica.
Por outro lado é uma inverdade que a Igreja agisse movida, sobremaneira, por interesses materiais. O Papa Alexandre IV (1254-1261) proibiu a Inquisição de julgar qualquer caso de feitiçaria, reservando à mesma somente os casos de heresia. Para a Igreja o combate aos heréticos era mais importante que o combate aos feiticeiros e magos, pura e simplesmente, o que prova que o braço inquisitorial deveria, por determinação papal, dedicar-se mais a expurgar más doutrinas que, simplesmente, confiscar bens de curandeiros místicos. Por outro lado o poder repressor da Inquisição não seguia um afã de condenar quem quer que fosse para aumentar as rendas da Igreja. A retomada do direito romano no século 13 e o uso do Corpus Iuris Civilis, pelos inquisidores, exigia a produção de provas e o exame e reexame dos fatos. Os inquisidores tinham de seguir um padrão legal rígido. Com o passar do tempo a Inquisição, cada vez mais, se dirigiu para reduzir o recurso às torturas a fim de conseguir o testemunho e a confissão. O uso de médicos nas sessões de tortura para assegurar que elas não passassem dos devidos limites exigidos para não comprometer, seja a vida do sujeito, seja a lisura de sua confissão, retrata bem isso.
Ainda é necessário deixar claro que a alegação da historiografia de tendência progressista-iluminista, carece de seriedade científica dado que costuma usar a assertiva de que “confissão sob tortura não constitui prova válida” como se a prova inquisitorial se baseasse somente nisso; por outro lado é preciso dizer que tal assertiva se embasa num anacronismo sutil: não se pode julgar o procedimento inquisitorial à luz de supostos avanços jurídicos ocorridos nos séculos posteriores, como se os inquisidores fossem dotados de maquiavelismo visceral a aplicar uma “justiça” infundada. O que eles tinham a mão de melhor e mais avançado em termos de direito – o corpo de leis do direito romano - é que foi usado nos julgamentos inquisitoriais. Cabe deixar evidenciado também que a Igreja sempre concedia a remissão da pena temporal caso o suspeito fosse tido como culpado mas se arrependesse, o que demonstra que o objetivo central não era obter bens a qualquer custo. Outrossim os inquisidores, durante o século 14 e início do 15, relutaram bastante em acreditar nos relatos de bruxaria e só o fizeram sob a pressão dos acontecimentos que se avolumaram.
No que tange aos reis, sua relação com os judeus era ambígua. Ora necessitavam deles como prestamistas e comerciantes, ora se tornavam devedores dos agiotas judeus o que motivava expurgos e expulsões. No caso da Península Ibérica, envolta na luta contra os muçulmanos durante a Reconquista, nem sempre foi possível hostilizar abertamente os judeus dada a dependência financeira deles. Na Ibéria o sarraceno era o objeto principal do ódio e não tanto o judeu. Outrossim a influência dos reis sobre tribunais inquisitoriais do século 14 e 15 não chegam perto do que vai ocorrer na era do auge do Absolutismo, o que deve afastar de vez a hipótese de que interesses políticos diretos agissem interferindo no exame dos casos ligados a bruxaria, páscoas de sangue, etc.
Voltando a questão da feitiçaria, no século 14 a visão da Igreja sobre os feiticeiros vai mudar. No século 14 os “maleficia” – feitiços – começaram a se ligar a cultos mais amplos, o que envolvia, inclusive, pactos com o diabo. Entre 1317 e 1319 o Papa João XXII descobre uma conjura contra sua vida, perpetrada por um médico, um barbeiro e um frade que estavam envolvidos em feitiçaria misturada à invocação de demônios. Com base nisso o mesmo Papa decreta a bula Super Illius Specula onde autoriza à Inquisição processar feiticeiros. Recorde-se que, no século 14 houve um “boom” de cultos astrológicos ligados a invocação de entes demoníacos e que se estruturavam nos chamados Sabás das bruxas. Tais Sabás eram um misto de toda uma onda de misticismo, feitiçaria, adivinhação astrológica, sobrevivências de cultos pagãos – que se ligavam ao culto, por exemplo, de deusas romanas como Diana – que vinha se desenvolvendo no fim do século 14 e início do 15, onde a feitiçaria, de cunho mais individual e privado, dava lugar a cultos coletivos de cunho satânico. Este novo contexto estava ligado primeiro a sobrevivências de práticas e doutrinas cátaras. Como os cátaros admitiam – no seu dualismo – que este mundo era obra do Diabo, certos sobreviventes da heresia cátara passaram a crer que, sendo o Diabo um criador, ele deveria também receber um certo culto. Os cátaros – como relatam escritores do século 12 – consideravam necessário praticar ritos de promiscuidade sagrada a fim de se libertar das leis deste mundo. Daí, provavelmente, evoluíram as idéias e práticas que deram origem aos ditos “Sabás”.
Na Península Ibérica, a posição sobre os judeus evoluía, na mesma época – século 14 – para uma imagem cada vez mais negativa. Sobre isso ressaltemos o fato trazido à baila por Gutierre Díez de Games (1378-1450), em sua Crônica de Don Pero Niño, Conde de Buelna, trabalho mais conhecido como El Victorial, onde ele ataca o tesoureiro do rei Pedro I de Castela, o judeu Samuel Levi, a quem ele acusa de feiticeiro e adivinho, além de ter iniciado o monarca nessas práticas astrológicas: "Ele tinha como conselheiro um judeu privado que se chamava Samuel Levi; este judeu ensinou-o a querer conhecer as coisas que estão por vir, por feitiços e arte de estrelas”. Ao mesmo tempo não parece casual que, pelo menos desde o início do século 15, as reuniões das bruxas começarão a ser denominadas – como as das sinagoga – Sabás, reuniões noturnas de bruxas com o diabo na forma de uma cabra. O primeiro autor que parece ter aplicado o termo Sabá às bruxas foi um teólogo da Universidade de Poitiers, Pedro Mamoris. O termo também é usado pelo padre Jean Vincent em seu Liber Adversus Magicas Artes, publicado em 1475. Há várias teorias sobre a origem do termo “Sabá”; uma delas aponta para a grande probabilidade de provir da palavra hebraica shabbath (repouso), com o que se chama dia sagrado para a religião judaica.
Que tais rituais sabáticos demoníacos existiam era um fato. Vários historiadores atestam a sobrevivência de cultos pagãos de adoração a natureza que não tinham sido eliminados pela cristianização da Europa. Tais ritos sabáticos evidentemente não tinham origem exclusivamente judaica: eram um misto de paganismo subterrâneo, gnose cátara, cabala judia, etc. Isso tudo tomava corpo em uma época de crise social e moral, onde o Papado estava sob os golpes dos reis que se tornavam, pouco a pouco, absolutistas, onde a peste negra fazia milhões de vítimas, onde revoltas camponesas destroçavam a malha social feudal, etc. Lembremos que desde o século 13, a Cristandade está na defensiva em termos internos: vários movimentos heréticos haviam tencionado questionar a ordem feudo-católica, como os valdenses e cátaros. O século 14-15 traz a revivescência de antigos cultos num clima de fermentação social e religiosa enorme. Sobre isso há um relato marcante dos idos de 1387-1388 ocorrido na Lombardia. Um pequeno grupo capturado por heresia pela Inquisição relatou a prática do Sabá nos seguintes termos: renúncia formal a fé católica durante os ritos, adoração a Satã, ingestão de bebidas repugnantes, orgias, etc. Tais relatos se tornaram cada vez mais frequentes e seguiam um mesmo padrão. A alegação de certa historiografia crítica da Inquisição sobre isso é simplesmente ridícula. Tal historiografia entende que tudo era uma questão de afirmar o poder da Igreja e que tais relatos eram “criados”. O problema aí é que as perguntas que deviam ser feitas pelo inquisidor eram padronizadas rigidamente: a criatividade do inquisidor para fazer questionamentos que pudessem levar a respostas padronizadas era quase nenhuma. Em segundo lugar a questão que se coloca é: já que este era o grande intento da Igreja – usar o poder inquisitorial para criminalizar usando a alegação de feitiçaria associada a satanismo – por que desde o século 13 isto não foi o procedimento padrão? Por que ele só passa a ser no século 14-15? Ora, só se acontecimentos novos estivessem a se dar é que podemos esclarecer satisfatoriamente, esta mudança da ação da Igreja em face à feitiçaria, que ia deixando de ser privada para virar um culto coletivo. Outra alegação insustentável é a de que os “surtos de bruxaria” eram como um fenômeno de crença com uma função social, ou seja, com a função de ser uma válvula de escape em época de inquietação política e social profunda. O problema é que nem todo período de inquietação gera “surtos de bruxaria” como fato de crença. Aliás a única época que atesta um surto de crença generalizada em bruxaria foi a da Europa do fim do medievo pois os surtos existentes na África são locais e não gerais como foram no século 15 europeu e nem envolveram toda uma cultura como ocorreu no ocidente cristão, surto aliás que permaneceu vivo até o século 17!
A alegação de que neuroses ou esquizofrenias coletivas seriam responsáveis pelos surtos, simplesmente não esclarecem um fenômeno tão duradouro e tão impactante, dado que toda a elite – juízes, intelectuais, escritores, clérigos, reis – da época levou a sério a onda de bruxaria, o que mostra sua incorporação ao sistema de pensamento entre 1400-1700.
Justamente neste contexto é que se esclarece o assassinato ritual do menino Simão. Em 1438 um caso de assassinato ritual veio a tona com o inquérito de Pierre Vallin, no sul da França. Vallin confessara a participação no sacrifício da própria filha quando ainda bebê. Admitira ter participado de Sabás onde outras crianças também foram sacrificadas. O inquérito envolveu, inclusive, os indícios de participação de gente do alto clero, de juízes e de homens ricos da região. Os inquisidores insistiram com Vallin para que entregasse os envolvidos. Tudo isto prova que não eram apenas judeus os envolvidos em coisas deste tipo. Heréticos também estavam. Mas todo este contexto só se esclarece a partir da síntese entre as sobrevivências da gnose junto com a especulação cabalística judaica. A cabala, em suma, nega ao Deus criador deste mundo o estatuto de ser supremo. O esoterismo cabalista considera que este Deus Criador é apenas uma manifestação do imanifesto, que é o Ein Sof ou Ain Sof – o Deus oculto. Para obter o conhecimento do Ein Sof é preciso quebrar a lei do demiurgo – o Deus Criador – que são, basicamente os dez mandamentos. Quebrando-a o iniciado pode elevar-se para além deste mundo material libertando-se dele.
A cabala envolvia, inclusive a invocação de anjos. É muito interessante apresentar o estudo documentado de Gonzalo Rubio sobre Angelologia na Literatura Rabínica. Ele mostra que alguns dos anjos a quem os feiticeiros e feiticeiros judeus apelaram eram parte da tradição hebraica, como os quatro arcanjos ou "anjos mais velhos": Gabriel ("Homem de Deus" ou "Força de Deus", é o príncipe da força), Michael (é o príncipe da água, cujo a missão consiste na proteção de Israel), Raphael ("Medicina ou cura de Deus", nomeando qual era a sua função) e Uriel ("Fogo de Deus" ou "Luz de Deus" através dele recebe homens, seu conhecimento). Outros "anjos menores" também vieram da tradição hebraica, como Raziel, Yurkemi ("príncipe saudade"), Ridya ("príncipe da chuva"), Rahab ("príncipe do mar"), Layla ("príncipe da noite" e de "concepção"), Sandalfón ("irmão associado", alcançou grande relevância na literatura cabalística), ou Duma ("anjo da morte"). Outros anjos tinham sua origem em literatura mística e cabalística, como Metatron ("príncipe do mundo"). E, em outros casos, finalmente, seu nome foi derivado do pedido específico que foi formulado, que tem muito a ver com um procedimento usual na literatura mágica judaica que se baseia na crença de que toda realidade terrena é atribuída a um anjo no céu: eles são, entre outros, Derashiel (derisha = demanda), Baqshiel (baqasha = petição), Berakhiel (berakha = bênção) ou Samahiel (simhá = felicidade). Também se recorreu a muitas vezes para anjos de paz, de raiva, de beneficência, de sonhos, e anjos maus, destruidores (mal'ake ha-mashit). Evidentemente que, desde um ponto de vista inquisitorial a invocação, sobretudo dos anjos da literatura mística e, destacadamente de Metraton, era invocação a demônios, ou seja, a anjos decaídos. É aqui, na cabala, que encontramos a chave explicativa para a expansão dos ritos diabólicos do século 14-15 que envolviam desde adoração satânica a sacrifícios rituais até cultos pagãos a natureza e gnose cátara. Claro que isso não envolvia apenas a atuação de grupos judaicos mas, também, de sociedades ocultistas formadas por heréticos. Todavia o fundo comum destas práticas era o cabalismo, doutrina de base judaica.
D - São Simão e a tese de Toaf
Sobre o livro de Toaf, há que ficar claro o seguinte:
1 - Os testemunhos sobre as "páscoas de sangue" são inumeráveis no medievo. Documentos e depoimentos que distam séculos, numa época em que não havia imprensa, contam a mesmíssima história. É simplesmente impossível que tantos documentos e depoimentos, de origem diversa no tempo e espaço, tenham sido "inventados". Qualquer um, com alguma noção de inquérito, entende isso.
2 - No fim do medievo a magia era fortíssima em círculos judaicos, até na esfera das cerimônias sinagogais e caseiras, como mostramos acima. Na esfera discreta/esotérica o cabalismo propugnava práticas avessas a Torá - dado que o cabalismo considera o Deus da criação como o demiurgo cuja lei todo iniciado deve esforçar-se para se libertar e, assim, poder conhecer o Ain Sof, verdadeiro deus segundo a Cabala. O assassinato ritual era uma forma de judeus cabalistas buscarem isso.
3 - A pesquisa de Toaff se funda na metodologia de Carlo Ginzburg, um historiador de ascendência judia, cabe recordar. Ginzburg é um historiador da micro-história. Especialista em crenças religiosas populares do fim do medievo e início da era moderna ele constituiu um método de análise em que busca, nos textos e práticas da época, um substrato de religiões e cultos subterrâneos que não encontravam expressão documentada. Por conta do braço inquisitorial e da cultura majoritariamente católica em que estavam inseridos, tais cultos eram transmitidos oralmente; o acesso aos mesmos só pode ser feito através de uma análise histórica que trabalha em cima de fontes não escritas. Ginzburg assim, vai buscar redesenhar cultos xamânicos e pagãos que existiam subterraneamente entre populações camponesas, por exemplo, se valendo de fontes alternativas, como fontes literárias ficcionais. Alguns dirão que a literatura apregoa alguma impossibilidade de determinação, tanto do autor/narrador, quanto do leitor, em relação ao fictício que lhe é intrínseco. Mas Ginzburg, tenta resolver esse complicado impasse. Ginzburg considera o uso de tais fontes como legítimas na medida em que associa essa forma literária à necessidade de submeter alguma coisa à verificação. Captar-se-ia na literatura e em outras formas de texto de época, o que escaparia à institucionalização. Ginzburg vai se valer da literatura inglesa, e analisa em sua obra “Nenhuma ilha é uma ilha”, dentre outras obras, a Utopia de Thomas More. Fala da Utopia sobre “as dimensões múltiplas de um texto facetado e fugidio”, mas trata também do poder de obras de ficção de atualizar e presentificar para o leitor implícito e explícito, a “ekpharasis” que já vinha da tradição retórica antiga, quer dizer, poderia propor “uma estranha sensação de realidade”.
É a partir da metodologia e das descobertas de Ginzburg que Toaff trabalha a questão da "páscoa de sangue", como um culto mágico que existia no subterrâneo da religião judaica de antanho e que pode ser devassada a partir de fontes documentais não oficiais – embora eles deixem rastro em documentos oficiais – mas por meio das narrativas populares, tradições, etc. Tal culto não deixou os mesmos rastros documentais como deixavam os cultos tradicionais dos judeus. Desta forma Toaff, seguindo os passos de Ginzburg, devassa a questão explorando aquilo que não era dito de forma evidente mas apenas insinuado.
Façamos, então, uma suma da tese de Toaff:
- Toaff baseia sua pesquisa sobre libelos da época que falam de assassinatos rituais cometidos por grupos judaicos.
- Ele mostra que o sangue humano coagulado era vendido por mercadores medievais, pois se considerava que ele tinha poder medicamentoso o que é fartamente documentando.
- Toaff não demoniza os judeus em sua obra. Ao inverso, desculpa seus assassinatos rituais alegando que eram reações à violência dos cristãos que os perseguiam por serem tidos como o povo deicida. Ele alegou, inclusive, que não se tratava de dizer que os judeus, em geral, apoiassem o assassinato ritual mas que, alguns grupos extremados, o praticavam. Afirmar que o livro tenha algo ligado a antissemitismo só é possível para completos ignorantes na matéria.
- Toaff se baseia no processo de São Simão de Trento ao qual teve acesso. Ele afirma que “"Eu encontrei parte de declarações e depoimentos que não correspondiam à cultura cristã dos juízes, que eles não poderiam ter inventado ou acrescentado ao que eram os textos que aparecem nas orações conhecidas do livro judaico de orações", disse. "Ao longo de dezenas de páginas ficou provado o papel central do sangue na Páscoa", disse Toaff. Baseado em "muitos sermões, concluí que foi usado sangue, especialmente pelos judeus asquenazim, e que haviam as crenças nos poderes curativos do sangue de crianças". Aliás sobre tal poder curativo ficou demonstrado, acima, que a expansão da magia entre os judeus, no fim da idade média, é um fato incontestável.
- Toaff mostra que, na época, havia, como ele diz: "um mascate/vendedor ambulante, Asher, que negociava com açúcar e sangue procedente de Veneza ... Eu fui aos arquivos de Veneza e descobri que havia um vendedor ambulante que trocou açúcar e sangue, produtos básicos de uma farmácia naquele período", acrescentou. Embora os judeus fossem proibidos de consumir sangue humano ou animal, Toaff provou que encontrou permissões rabínicas de uso do sangue, inclusive de origem humana. "Os rabinos permitiram porque se tratava de sangue que já estava seco", provou Toaff. Tudo isso fica claro a partir do contexto de magia no interior do judaísmo como apresentamos acima.
Perante tudo o que foi exposto, conclui-se que o caso de São Simão foi verdadeiro e que, perante todo o contexto de cabalismo, feitiçaria e magia judia, fica provado não só que o caso do menino de Trento, assassinado por judeus, é real, como também que o surto herético ligado aos cultos de bruxaria coletiva no fim do medievo tem relação direta com esse caldo de cultura.
A Igreja, sabiamente, reconheceu o fato e colocou o nome de Simão no martirológio romano, além de considerá-lo um mártir do ódio judeu contra a Igreja de Cristo. O testemunho de diferentes papas sobre isso torna inapelável qualquer alegação em contrário. A partir do exame histórico e do exame das decisões eclesiásticas sobre o assunto é impossível, a católicos, tomar o caso de São Simão de Trento como um mal entendido.
Bibliografia:
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Besserman, P. Cábala y misticismo judío. Introducción a la filosofía y la práctica de las tradiciones místicas del judaísmo. Barcelona. Oniro, 1998.
Estopañán, Sebastián Citrac. Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la Nueva (Tribunales de Toledo y Cuenca). Madrid, 1942.
Franck, A. La Cábala. Barcelona. Humanitas, 1983.
Ginzburg, C. O inquisidor como antropólogo. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 1, nº 21, pp. 09-20, set. 1990/fev. 1991.
Metzger, Mendel. La vie juive au Moyen Âge, illustrée par les manuscrits hébraïques enluminés du XIIIe au XVIe siècle. Fribourg. Office du Livre, 1982, p. 260.
Murray, Margaret. O culto das bruxas na Europa Medieval. São Paulo, Madras, 2006.
Russel, Jeffrey; Alexander, Brooks. História da Bruxaria. São Paulo, Aleph, 2008.
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Sáenz Badillos, Angel. Judíos entre árabes y cristianos. Luces y sombras de una convivencia.Córdoba. Ediciones El Almendro, 2000.
Scholem, G. La cábala y su simbolismo. Madrid. Siglo XXI, 1979.
Trachtenberg, Joshua. Jewish Magic and Superstition. A Study in Folk Religion. New York, 1939.
Walter, D. P. Spiritual and demonic magic: from Ficino to Campanella. Londres, 1958.
"Marcha para Sião" filme completo dublado em Português:
"Marching to Zion" filme completo em Inglês com legendas:
Mateus 12: 33-35: "Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más."
O Comunismo moderno foi desenvolvido por Moses Levy Mordecai, ou melhor, simplesmente Karl Marx, Marx teve um grande professor rabino comuno-sionista de nome Moses Hess. Este rabino foi fundador e editor do Rheinische Zeitung, o principal órgão de pensamento de esquerda na Alemanha. Ele proveu Karl Marx com sua primeira importante plataforma. Mais tarde, em Bruxelas, ele colaborou com Marx em "A Ideologia Alemã". Foi Hess também quem converteu Friedrich Engels ao Comunismo e provavelmente também ao Judaísmo.
Os próprios documentos judaicos sugerem isso claramente. Em 4 de abril de 1919, o Jewish Chronicle estampou: “Há muito no fato do próprio Bolchevismo, no fato de que muitos judeus são bolchevistas, no fato que os ideais do Bolchevismo na maioria dos pontos são consoantes com os mais magníficos ideais do Judaísmo”.
O panfleto “Judeu e Não-Judeu”, proposto pelos judeus reformistas da “União das Congregações Hebraicas Americanas” e sua “Conferência Central de Rabbis Americanos” afirma que:
"O Socialismo foi originado pelos judeus e hoje os judeus representam um papel principal em sua difusão e interpretação”.(página 30)
O Comunismo de fato é Judaísmo e ele se apóia no sistema místico da Cabala propondo basicamente ideias de um homem despido de preconceitos e a harmonização dos opostos.
Karl Marx chamou o "Ein Sof" (termo usado primeiro pelo cabalista Azriel ben Menahem) por um nome ainda mais pomposo, "materialismo dialético", a ideia de comunhão entre Deus e o homem que foi adotada da Cabala, não somente que a Deidade influencia os atos do homem, mas também que o homem exerce uma influência na vontade e temperamento da Deidade. Todo ato e palavra do homem produz uma vibração correspondente nas esferas mais altas. Dessa concepção é derivada a prática principal do princípio do Hasidismo - comunhão com Deus para o propósito de unir a fonte da vida e influenciá-la .…" (Enciclopédia Judaica - 1905)
O rabino Stephen S. Wise, o pai do Judaísmo reformista, confirma:
"Alguns chamam isto de Marxismo - eu chamo isto de Judaísmo."
(Declaração do rabino Stephen S. Wise In: "The American Bulletin", 15 de Maio de 1935.)
Putin diz (entrega) que 80-85% dos bolcheviques eram judeus, e não houve nenhuma reação da confeitada Imprensa. Por quê?! Seria para não informar/alertar a direita kosher?
“O Judaísmo é Judaísmo porque rejeita o Cristianismo, o Cristianismo é Cristianismo porque rejeita o Judaísmo."
Rabino Eliezer Berkovits, Romênia 1908, Israel 1992.
É uma consequência do liberalismo exprimida por Leão XIII nestes termos: "É incalculável o número de almas que se perdem por causa das condições criadas aos povos pelos princípios do direito moderno". Examinai, por exemplo, o mal produzido pela liberdade de imprensa. Quantas almas corrompidas pela leitura dos maus jornais, as produções imorais e ímpias que abundam em todos os países. Quantas almas estão perdidas para sempre por causa desta proteção conferida de direito a todas estas edições literárias, científicas e outras. Quantas almas estão condenadas neste momento, que não o seriam, se esta maldita liberdade de imprensa não existisse. O mesmo acontece com a liberdade de ensino. O que permite aos fautores da desordem de ensinar as suas doutrinas e corromper os espíritos, senão esta liberdade absoluta que lhes foi benevolamente outorgada?
Pe. Philippe C.SS.R. in«Catecismo dos Direitos Divinos na Ordem Social», 1926.
Leiamos essa interessante troca de correspondência com o sr. Orlando Fedeli (1933 - 2010), que foi um historiador católico brasileiro, professor universitário e defensor da Fé Católica. Foi também fundador e presidente da Associação Cultural Montfort, uma associação brasileira de leigos católicos que luta contra os erros dos tempos atuais, das doutrinas modernistas e as consequências na Igreja após o Concílio Vaticano II.
Prezado Professor
Salve Maria.
Vou direto ao assunto:
1. O deus da religião islâmica, é o mesmo Deus em que acreditamos?
2. Se não é, de onde vem tamanha fé desse povo a ponto de parar por cinco vezes ao dia para orar, voltados para a cidade de Meca, esteja onde estiver?
3. Essa fé que os move, levará esse povo para o Céu ou eles podem ser considerados idólatras, indo para o inferno? Não estariam eles na inocência por não conhecer o nosso Deus?
4. Será que os guias espirituais deles (no nosso caso seriam os padres), não os orientam para fugir do catolicismo, chamando-nos de idólatras, tal qual nós fazemos com eles.
5. Será que tudo o que achamos deles (tais como: eles estão errados em adorar outro deus, não se salvarão, estão cegos etc) não ocorre ao contrário, digo em relação a eles quanto a nós?
6. Como saber que eles estão errados e nós estamos certos?
Devo esclarecer que, com esses questionamentos, não estou colocando minha fé à prova. Longe de mim desacreditar na minha Igreja Católica. Mas é que me surgiram dúvidas quanto a esse povo de fé tão firme no que eles acreditam, e estarem em caminho errado.
Não sei se consegui me fazer entender, mas...
Gostaria que vocês pudessem dirimir essas dúvidas.
Um abraço carinho
Tudo pra Jesus
Nada sem Nossa Senhora, Giovanni Pessoa
RESPOSTA:
Muito prezado Giovanni,
Salve Maria.
O Maometismo é uma seita judaica que nega a Santíssima Trindade.
Como os judeus, eles recusam crer que em Deus haja três pessoas iguais e realmente distintas, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, como foi revelado e ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é O Filho de Deus encarnado.
No Corão pode-se ler o seguinte: "Diz; Allah é Deus, o único, Allah é o único. Ele não gerou e não foi gerado" (Corão, Surata CXII, 1-3)
Por isso, no Corão se diz que os maometanos devem reconhecer que têm o mesmo Deus dos judeus:
"Não discutais com as pessoas do Povo do Livro [o povo judeu], senão de modo amável (com exceção dentre eles que são injustos). Dizei: "Cremos no que nos foi revelado e no que vos foi revelado. Nosso Deus o vosso Deus é um só e nós lhe estamos submetidos" (Corão, Surata XXIX 45-46)
Por outro lado, o livro Sagrado dos maometanos afirma, muitas vezes, que Deus deu o livro (o Corão) a Moisés, e não a Maomé. O Corão diz muitas vezes que Maomé é um mero repetidor e que o Livro foi dado aos judeus, a Moisés.
No Corão se conta que os árabes que ouviam Maomé lhe diziam: "Isso não é senão uma mentira inventada por Maomé, outras pessoas o ajudaram" [ensinaram] (Corão, Surata XXV, 5-6)
E na Surata XLIV do Corão se lê também:
"E o rechaçaram dizendo: "Ele foi ensinado por outros. É um energúmeno" (Corão, Surata XLIV, 14)
Por isso, o Corão diz: "Maomé, quando tiveres dúvida sobre o Corão, consulta os mestres [os rabinos] de Israel." "[Maomé] se tens dúvida do que te revelamos, interroga aqueles que antes de ti leram o Livro [o Corão]."
Portanto, o Corão manda Maomé consultar os rabinos judeus, em caso de dúvida sobre o Livro, que foi dado a Moisés e não a Maomé.
De tudo isso se conclui que o deus de Maomé não é o Deus dos católicos. O nosso Deus é uno em sua substância e trino nas Pessoas.
Os Maometanos negam que Cristo seja o Filho de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Portanto, os maometanos não têm Fé, que é a crença em tudo o que Deus ensinou.
Certos torcedores de clube de futebol fazem sacrifícios enormes pelo seu clube e nem por isso se pode dizer que tenham Fé. Superstição não é Fé.
Os maometanos não são idólatras. Eles não têm ídolos. São monoteístas. Mas eles, enquanto seguem uma falsa religião, não podem se salvar.
E sabemos que eles estão errados porque no livro deles — o Corão — há muitas contradições e Deus não pode se contradizer.
“Qualquer pessoa que ainda possua algum resíduo de honra deve ter muito cuidado em não se tornar um jornalista”.
Paul Joseph Goebbels (1897 - 1945), Ministro da Propaganda e do Esclarecimento Popular do III Reich.
"Democracia é a forma de governo em que o povo imagina estar no poder." (Carlos Drummond de Andrade)
"A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis." (Jorge Luis Borges)
"Se votar mudasse algo, ... seria proibido."
Democracia (de direita, centro ou esquerda) é um circo que só palhaço acredita. E o palhaço ainda é burro e pagante.
Massacre de Nemmersdorf
por Wilhelm Keitel - originalmente postado no blog Segunda Grande Guerra
Nemmersdorf/Alemanha desde a Idade Média (hoje Mayakovskoye/Rúsia) foi retomado pelas forças alemãs depois que o exército siono-russo ocupou a aldeia em outubro de 1944. A imagem à esquerda mostra um T-34 destruído ao lado de uma antiga ponte - 1944 e 2013.
Entre os dias de 21 e 22 de outubro de 1944 acontecera aquilo que se tornara símbolo de crueldade e impunidade e que viera a se repetir até o final da guerra no Front Europeu: O Massacre de Nemmersdorf.
Desde a derrota alemã em Stalingrado, nos meses iniciais de 1943, o Exército Vermelho começava seu avanço rumo a capital do III Reich. No povoado de Nemmersdorf, a sudoeste de Gumbinnen, na Prússia Oriental, tal como a grande maioria dos povoados a leste do território alemão, iniciara uma massiva onda de migrações, uma tentativa de fugir das barbáries cometidas pelos soldados soviéticos. Caravanas de fugitivos, retirantes e comboios de transporte militar congestionavam-se junto a ponte sobre o rio Angerapp.
Região em vermelho é a localização donde foi o massacre da cidadezinha de Nemmersdorf germânica desde a Idade Média ou antes. Hoje esse território alemão é ocupado pela Rússia. O Hino Alemão ainda hoje canta o nome de territórios que lhe pertenciam que "democraticamente" lhe foram subtraídos: "Von der Maas bis an die Memel"(Do Maas ao Memel) "Von der Etsch bis an den Belt" (Do Etsch ao Belt). Mapa abaixo:
Localização das regiões citadas no hino hoje expropriadas e em verde escuro o atual Estado Alemão ainda ocupado pelos "libertadores".
Às 6 horas do dia 21 de outubro de 1944 iniciou-se o ataque soviético ao local. Apoiados pela artilharia, os primeiros soviéticos passaram a ponte às 07h30min. O vilarejo era defendido por pouco mais de duas dezenas de soldados, sendo que sua maioria eram cidadãos voluntários da Volkssturm. Ao inicio dos combates, 14 moradores refugiaram-se num abrigo. Em seguida este abrigo foi invadido por soldados soviéticos em busca de proteção contra uma esquadrilha de caças alemã, que vieram como reforço as tropas sob ataque. Após amainarem-se os combates, os soldados ordenaram o abandono do abrigo, para em seguida abrir fogo indiscriminadamente contra as pessoas: crianças, mulheres e idosos.
Apenas uma mulher sobreviveu. Em depoimento, ela conta sobre o ocorrido:
“De repente ouvi gritos e dois soldados do exército vermelho trouxeram cinco garotas. O comissário ordenou a elas que vestissem roupas listradas. Nós caminhamos através do pátio, para a cozinha de uma antiga fábrica. Lá, alguns russos estavam sentados, que faziam observações aparentemente muito obscenas, pois cada palavra dita era recebida com riso alto. Chegaram então mais duas jovens aos prantos. Os soldados as fizeram se curvar, com golpes que pareciam ter rachado as articulações delas. Eu quase desmaiara ao ver quando um russo puxou a faca e com um corte, arrancar o seio direito diante dos olhos de todos. Ele fez uma pausa em um momento, então cortou o outro lado. Eu nunca ouvi alguém gritar de tanta dor e desespero como aquela garota. Após esta ‘operação’, ele esfaqueou a jovem, na altura do abdômen, que por sua vez foi acompanhado pelos risos dos russos.. A outra jovem estava gritando por misericórdia, mas em vão. Ela era muito bonita, fiquei com a impressão de que ela fez um trabalho sinistro com a boca. Mesmo implorando por uma morte rápida, acabou por sofrer o mesmo destino. Isso ocorrera com todas as jovens que ali estavam. A última garota era pouco mais velha que uma criança, que não havia desenvolvido nenhum volume corporal. Eles rasgaram a carne, literalmente, até que os ossos brancos de suas costelas viessem à luz. Depois disso corri, mesmo quando minhas pernas começaram a falhar. Na vila, os russos liquidaram grupos inteiros de garotas com cassetetes depois que eles tinham levado uma jovem muito bonita para a sala de tortura. O ar estava cheio com os gritos, de morte de muitas centenas de meninas. Mas dado o que ocorreu naquele lugar, o homicídio fora quase humano. Foi um terrível fato que nenhuma garota torturada tenha perdido a consciência. Cada uma sofreu a mutilação conscientes. Todos eram iguais quanto ao horror, sempre foi o mesmo, os gritos por clemência, o grito alto quando eram mutiladas, o grito e o gemido enquanto eram estupradas e o silêncio da morte. Várias vezes os assassinatos eram interrompidos para que se amontoassem os corpos. À noite, eu caí em uma forte febre nervosa, quando ainda estava escondida. A partir daí, todas as memórias falta-me, até que eu acordei num hospital de campanha.”.
No dia 23 de outubro de 1944, as forças da Wehrmacht já haviam retomado a posse do vilarejo e se depararam com um verdadeiro inferno. Em registro, o Major-General da 4ª Armada Erich Dethleffsen relata: “Quando em outubro de 1944 formações russas romperam a Front) alemão na região de Groß-Waltersdorf e avançaram temporariamente até Nemmersdorf, soldados soviéticos fuzilaram civis em grande parte dos povoados ao sul de Gumbinnen - em parte com torturas como encravar a vítima no portão do silo. Praticamente todas as mulheres foram violentadas. Também foram fuzilados pelos soviéticos em torno de 50 prisioneiros de guerra franceses. Os referidos povoados, após 48 horas voltaram novamente ao domínio alemão. O inquirimento de testemunhas, relatórios médicos das necropsias e fotografias dos cadáveres foram me apresentados poucos dias após”.
Durante o Julgamento (sic) de Nürenberg, foram apresentados pelos alemães os crimes de guerra cometidos em Nemmersdorf e em outras cidades alemãs, inclusive Berlim. Os acusadores aliados assimilaram a versão soviética, por conveniência ou por estarem totalmente imbuídos da propaganda anti-alemã de forma a desconsiderarem qualquer possibilidade de acusação contra o Exército Vermelho. Os relatórios e protocolos da comissão internacional de investigações desapareceram ou foram eliminados ou perdidos, somente sobraram algumas fotos.
Uma das imagens mais suaves do massacre em Nemmorsdorf.
Depois de 1991 e da queda da União Soviética, novas fontes de registros militares russos foram disponibilizados para os estudiosos. O Historiador Bernhard Fisch, um nativo da Prússia Oriental que tinha servido como soldado da Wehrmacht durante a guerra e esteve em Nemmersdorf poucos dias depois desta ter sido re-tomada registrou em seu livro de 2003, Nemmersdorf 1944 - nach wie vor ungeklärt (Nemmersdorf 1944 - o que realmente aconteceu na Prússia Oriental), Fisch incorporou material a partir de arquivos russos recentemente disponíveis e declarações das muitas testemunhas de ambos os lados, incluindo o general soviético Kuzma N. Galitsky, ex-comandante do 11º Exército de Guardas. Fisch documentou 23 homicídios de civis na Nemmersdorf e outros 38 em aldeias vizinhas, deixando dez mortes inexplicáveis. Sir Ian Kershaw está entre os historiadores que acreditam que as forças soviéticas cometeram um massacre em Nemmersdorf. Os Arquivos Federais Alemães (Bundesarchiv) contêm muitos relatos contemporâneos e fotografias por parte de funcionários da Alemanha nazista de vítimas do massacre Nemmersdorf. Ele também possui evidências de outros massacres soviéticos na Prússia Oriental, como em Metgethen. No final do século 20, Alfred de Zayas entrevistou inúmeros soldados alemães e oficiais que tinham estado na área de Nemmersdorf em outubro de 1944, para saber o que eles viram. Ele também entrevistou prisioneiros de guerra belgas e franceses que estiveram na área e fugiram com os civis alemães antes do avanço russo. De Zayas incorporou essas fontes em dois livros que escreveu, Nemesis em Potsdam e A Terrible Revenge.
Os exércitos Aliados (parece nome de loja maçônica) mataram civis alemães indefesos como nos casos dos bombardeios a Dresden, Hamburgo, Stuttgard, Dortmund, Colônia, a Alemanha teve mais de 90% de suas cidades bombardeadas pelos "libertadores", estupraram bebês, crianças e idosas aos milhares e pilharam em Nemmersdorf, em Berlim e todas as cidades alemãs durante e depois a Segunda Guerra Mundial. Além da Alemanha ter que pagar pela guerra em dinheiro e ouro e com vidas preciosas e inocentes, teve novamente perda de território, de soberania e ocupação militar e jurídico-cultural, também roubaram toda a tecnologia nacional-socialista que não era pouca e muito evoluído que usaram na Guerra Fria, nunca tendo ressarcido um centavo sequer a Alemanha, suas empresas ou inventores, donos verdadeiros das patentes. E mesmo depois de 70 anos, a Alemanha continua "ressarcindo" aliados e supostas vítimas através de filmes racistas anti-alemães, de um bem planejado e financiado marketing à produzir baixa-autoestima no laborioso e valoroso povo alemão, tendo ainda tropas americanas dentro do que sobrou de seu território, não podendo ter uma constituição própria e soberana, nem escolher a própria bandeira. A atual é imposição dos "libertadores". "As enormes firestorm, as tempestades de fogo, começaram a desabar sobre a Alemanha em guerra, a partir da primavera de 1942. À noite, escolhido o alvo, ondas de esquadrilhas britânicas voando em formação não tinham piedade. Entre 30 a 31 de maio de 1942 1.500 toneladas de bombas, 8.300 delas incendiárias, mais 116 de fósforo, 81 de alta combustão e mais 4 bombas carregadas de 125 litros de fluído altamente inflamável, foram lançadas sobre Colônia, uma das mais antigas cidades da Alemanha fundada ainda no tempo dos romanos. Em menos de 24 horas, pela ação dos artefatos de magnésio, fósforo e napalm, cem mil moradores perderam seus lares, quando um outro tanto deles, também impressionante em número, foram mortos. Nada que existia abaixo da barriga dos Avro Lancaster foi poupado. O objetivo não foi pulverizar as pontes sobre o rio Reno ou as fábricas de armas existentes na periferia, nem mesmo as instalações militares interessavam, mas sim levar o pavor e a ruína total ao centro dela, onde maior era a densidade demográfica." Fonte: https://culturaeviagem.wordpress.com/2015/05/09/70-anos-do-fim-da-2a-guerra-mundial-as-cidades-alemas-destruidas-pelos-bombardeios-imagens-fortes/ A visão de que os Aliados são heróis libertadores de uma Europa aprisionada por forças do mal é uma construção fantasiosa idealizada pelos vencedores para distrair os incautos e continuar impunes de seus crimes e pilhagens. Tratados como heróis libertadores e amantes da paz, os Aliados foram cruéis com praticamente todas as populações por onde passaram com sua "libertação" e "democratização". É assim ainda hoje. Para eles, o crime compensa. Enquanto o Eixo Berlim-Roma-Tóquio procurava seu espaço no mundo, os Aliados tinham e tem interesses na expansão de um império militar-político-econômico na Europa, na Ásia e no mundo para instituir a Nova Ordem Mundial do Anticristo. E o nacionalismo alemão conjuntamente com sua independência financeira representou um sério entrave para esse governo mundial sem fronteiras nacionais e usurário. Não vê quem não quer.
Advertências aos cristãos e algumas notas sobre as heresias no fim dos tempos e do ressurgimento do Paganismo.
No capítulo 7 de Atos dos Apóstolos, o cristão Estêvão, discursa demoradamente e, pelo fato de ter denunciado as heresias, o deicídio e Paganismo (isso mesmo) dos judeus sem poderem contradize-lo, é por eles morto por apedrejamento. Cito o versículo específico:
"Antes tomastes o tabernáculo de Moloque (deus pagão árabo-cananeu), e a estrela do vosso deus Renfã (deus egípcio que significa 'estrela' e conhecido também como deus romano Saturno ou o grego Cronos), figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia."
Atos 7: 43
A antiga Babilônia foi um dos primeiros campos de concentração.
O que conhecemos como 'Estrela de Davi' que consta na bandeira de Israel (séculos XX e XXI) e foi usado como 'crachá' pelos judeus na 2ª GM que também já era usado na Idade Média (séculos V a XV) que eles mesmos criaram para si próprios se auto-identificarem, na verdade é a estrela de Renfã, um deus pagão. Poderão fazer suas pesquisas. Vejamos o que Deus, O Único e Verdadeiro, diz sobre essa tal estrela e de quem a usa ou a adora:
"Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou o Senhor vosso Deus. Não fareis segundo as obras da terra do Egito (povo pagão, alguma dúvida?), em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã (também pagãos, alguma dúvida?), para a qual vos levo, nem andareis nos seus estatutos." (refere-se aos estatutos pagãos)
Levítico 18: 1-3
(...) "E da tua descendência não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque (deus pagão ou Lúcifer); e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor."
Levítico 18: 21 (Levítico foi escrito séc. XV a.C)
Os primitivos judeus ofereciam seus pequeninos filhos para serem sacrificados vivos no fogo em adoração a Moloque. Os pagãos fenícios que viviam na atual "terra santa" também praticavam tal ritual.
Leiamos uma das diversas passagens bíblicas que encontramos Deus emitindo juízo sobre o povo judeu por conta de suas práticas pagãs:
"Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso. Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes levastes a tenda de vosso Moloque (deus pagão árabo-cananeu), e a estátua das vossas imagens, a estrela do vosso deus (o egípcio Renfã conhecido também como deus Saturno romano ou Cronos grego), que fizestes para vós mesmos. Portanto vos levarei cativos, para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos Exércitos."
Amós 5: 21-27 (Amós viveu séc. VIII a.C)
"Além de Damasco" parece ter sido outro campo de concentração.
Em 12 de julho de 1997, o Ministério da Justiça em Israel anunciou que iria iniciar um processo judicial para a abertura do Monte do Templo para os judeus. Em 2015, depois das réplicas do candelabro bíblico, dos instrumentos para as oferendas e das vestimentas sacerdotais, o Instituto do Templo se propôs a criação de uma vaca vermelha, passagem indispensável para a reconstrução do terceiro templo de Jerusalém. "O significado da vaca vermelha consiste basicamente em um processo exclusivo de purificação e é um requisito para reconstruir o templo sagrado", afirmou o rabino Haim Richman, diretor internacional de uma instituição que trabalha nos preparativos da redenção. Fonte:http://www.ultimosacontecimentos.com.br/artigos/grupo-judeu-quer-criar-vaca-vermelha-para-aproximar-a-redencao.html
Esses que se auto-apregoam de "povo eleito" na verdade são pagãos, são adoradores de Moloque ou Renfã, e de sua Estrela que usam já por séculos para si identificarem. Vejamos o que diz Cristo Jesus por revelação do Espírito Santo ao Apóstolo Pedro no séc. I sobre o assunto:
[*]"Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. (refere-se ao ritual de retirada cirúrgica do prepúcio) Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no Espírito (Santo de Deus que vivifica), não na letra (ou Lei que mata); cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus."
Romanos 2: 28 e 29
Séculos XV a.C, VIII e VII a.C, I d.C, XV d.C, XX e XXI d.C, ... a prática do Paganismo pelos judeus parece ser um padrão, norma. E talvez, ou também, por isso Cristo Jesus disse que seriam deserdados:
"Portanto, eu vos digo (aos judeus) que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação (os gentios) que dê os seus frutos."
Mateus 21: 43
Não foi por falta de aviso:
"Mas as suas maldades (práticas pagãs por exemplo) separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dEle, e por isso Ele não os ouvirá."
Isaías 59: 1 (Isaías viveu no séc. VII a.C)
E se cumpriu nos momentos finais de Jesus pregado na Cruz:
"E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo (de Salomão) se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras"
Mateus 27: 50 e 51
A reconstrução do Templo que se pretende em Israel, é negar a Vinda e o Sacrifício de Jesus na Cruz, e chamar Deus, que testemunhou no Velho e Novo Testamento sobre Seu Filho, de mentiroso.
Portanto, sejamos mui prudentes com toda essa conversa de/sobre judeus ortodoxos, moderados, ashkenazis, sefarditas, kazhares, israelenses e outros, considerando-se as Escrituras e a História, são todos falsos judeus não tendo a "circuncisão pelo Espírito"[*], sendo ou podendo sertodos da "Sinagoga de Satanás" conforme lemos nas Sagradas Escrituras em Apocalipse 2: 9.
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14: 6), boi vermelho algum poderá fazer ou mudar isso.
Pelo pouco demonstrado, e muito mais existe, o Judaísmo é e/ou deriva do Paganismo. E por essa os defensores nem os críticos do Paganismo esperavam, muito menos os desatinados cristãos sionistas.
Definitivamente, o Cristianismo, que não sacrifica animais por exemplo, é a ruptura total de todo esse mal que assola a Humanidade.
É hora de arrependimento, os tempos são curtos:
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar."
Isaías 55: 6-7
No Brasil Também houve Campos de Concentração durante a Segunda Guerra
Um dos alojamentos do antigo campo em Guaratinguetá.
Para quem pensa que Campos De concentração foi fruto apenas dos Nazistas, se engana. No Brasil houve campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, é o que mostra documentos oficiais que estavam lacrados pelo governo e que ajudam a desvendar um período até aqui obscuro da história.
A partir de 1942, aproximadamente 3.000 pessoas de origem alemã, italiana e japonesa foram encarceradas em 10 campos de concentração criados em sete Estados brasileiros (PA, PE, RJ, MG, SP, SC e RS).
Não havia semelhança com os campos nazistas, pois os espaços de confinamento brasileiros permitiam que os prisioneiros saíssem para fazer compras na cidade, receber visitas e até tocar em festas.
Em 1939, um navio alemão Windhuk, que, para fugindo da marinha inglesa, aportou em Santos. Mesmo o Brasil se mantendo neutro à guerra, até então, os tripulantes alemães foram impedidos de deixar o país, passando a viver no navio. Em 1942, com a criação dos campos, toda tripulação foi enviada para as novas instalações.
O livro ”O Canto do Vento”, do jornalista Camões Filho trata do assunto. Outros pesquisadores da USP estão investigando o caso.
Segundo o livro de Camões Filho, com o término da guerra, 90% dos prisioneiros permaneceram no país.
Esse período da história brasileira nunca foi incluso nos livros didáticos porque, até 1996, era confidencial, o governo permitia apenas o acesso parcial aos dados. Os arquivos oficiais foram lacrados sob uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos. Em 1988, o prazo foi diminuído para 30 anos. (Quem não deve, não teme.)
“Essa é uma história que está para ser escrita e foi omitida por ser inoportuna. Tais arquivos mostram os carrascos de uma fase desagradável da história política brasileira”, diz a professora da USP e coordenadora do projeto Arquivo-Universidade, Maria Luiza Tucci Carneiro, especialista em racismo e antissemitismo.
A criação desses campos de concentração aconteceu a partir de agosto de 1942, época em que o Brasil declarou guerra ao Eixo (nacionalista, anti-maçom e anti-usurário) e integrou o bloco dos países Aliados. (globalista, pró-maçom e pró-usurário)
A partir do ano de 1938, alemães, japoneses e italianos passaram a ser severamente reprimidos no Brasil por serem uma ameaça ao projeto nacional-moderno (sic) do governo, já que tinham ideologias diferentes das sugeridas no país.
Semelhante ao sentimento nazista de que os judeus eram seres indesejados que atrapalhavam o progresso da Alemanha, aqui no Brasil também existiu esse sentimento em relação aos imigrantes alemães, japoneses e italianos. (E a Alemanha se desenvolveu? [*] E o Brasil se desenvolveu?)
No ano de 2017 coincidem uma série de centenários de primeiríssima categoria: o primeiro da revolução marxista comunista na Rússia (outubro, 2017) das aparições da Virgem Maria em Fátima (maio-outubro, 1917); o terceiro da fundação da Maçonaria (junho, 1717); e o quinto do "protesto" de Lutero (1517), origem do "protestantismo". São quatro acontecimentos relacionados de alguma forma entre si mediante sua conexão com a Maçonaria.
Acaba de sair a edição digital e impressa do meu livro "El árbol masónico. Trastienda y escaparate del Nuevo Orden Mundial" (Digital Reasons, Madrid, 2017, 498 pp.). Dada a importância e atualidade de sua temática, brindo o leitor com o seu primeiro capítulo como um aperitivo.
1. O primeiro centenário do triunfo da revolução bolchevique.
O triunfo da Revolução de Outubro (1917) permitiu que os bolcheviques assumissem o poder na Rússia em novembro desse mesmo ano. Contribuiu de forma eficaz com esse triunfo, entre outros fatores, o apoio que os maçons dos governos ocidentais deram a Kérensky, deputado socialista, presidente do governo provisório antes de Lenin, Grão-mestre do Grande Oriente Russo e secretário do Supremo Conselho Maçônico da Rússia. Na revolução de fevereiro de 1917, todos os ministros de seu governo eram maçons, menos um. O maçom Pavel Milykov, ministro de Assuntos Exteriores do governo provisório, admite em suas "Memórias" que o golpe de Estado de 1917 foi um complô maçônico.
Influenciou também a condição maçônica de Trotski e a do pintor Frederic (Fred) Zeller, Grão-mestre do Grande Oriente da França (1971 - 1973), secretário de Trotski exilado na Noruega (1935), assim como a de Stepanov Skvotsov, fiel companheiro, e a de Lenin mesmo, comunista e fundador da "Ur-Lodge" ou "superloja" supranacional Joseph Maistre. Influenciou ainda, desde finais do século XIX, o financiamento dos empréstimos à Rússia, concedidos pelos bancos ocidentais que estavam nas mãos de judeus e maçons, como Rothschild & Kuhn Loeb, Morgan, e Rockefeller à frente.
Poucos anos mais tarde, o ponto 22 (III Internacional, 1919), ou seja, o das condições requeridas para que um partido socialista fosse comunista, exige a eleição entre ser "irmão" (maçom) ou "camarada" (comunista), dada a incompatibilidade entre a foice e o martelo e o esquadro e o compasso. Até que Lenin o revelasse na IV Internacional (Moscou, dezembro de 1922), o ponto 22 foi mantido em segredo para não gerar inimizade com os banqueiros ocidentais que, em grande medida, financiaram a Revolução Russa. Ademais, Moscou advertiu que um comunista ocultar a sua filiação à Maçonaria seria considerado como a infiltração de um agente inimigo no partido, e significaria sua ignomínia diante do proletário, linguagem retórica que, na União Soviética, seria traduzida por torturas e mortes. Ludovico-Óscar Frossard, maçom e primeiro secretário do Partido comunista francês, abandonou o Partido e o posto de secretário geral do mesmo (janeiro, 1923). Em 1937, passou a "adormecido" de sua loja em Paris provavelmente por influência de seu filho Andrés, convertido à fé católica em 1925, aos 20 anos, autor, entre outros bestsellers, "Dios existe. Yo me lo encontré" (Rialp, Madrid, 1970). Mas "o comunismo é somente uma etapa, não um fim", proclama o Grande Oriente da França em sua revista oficial "Bulletín du Grand Orient de France" (nº 43, janeiro-fevereiro, 1964). Uma vez desaparecido o marxismo comunista russo, será o tempo da Nova Ordem Mundial maçônica e democrática.
2. O quinto centenário do "protesto" de Lutero, origem do protestantismo.
O protestantismo fez-se de dobradiça no plano teológico ou religioso entre o teocentrismo / cristocentrismo medieval e o antropocentrismo / egocentrismo da modernidade. Durante a Idade Média o homem e o seu entorno sócio-cultural gravitavam ao redor de Deus e de Jesus Cristo; a partir do protestantismo giram em torno do homem e do eu, da subjetividade. Com razão Mons. Ernest Jouin, fundador e diretor da revista "Revue Internationale des Societès Secrétes" (1912 - 1939), cataloga a Maçonaria como "filha da Reforma" e o ex-maçom Jean Marquès-Rivière a define como "um protestantismo laicista". Avalie, ademais, o fato de que, na aurora da maçonaria moderna, as quatro lojas de Londres, unificadas em 1717, estavam dirigidas por pastores protestantes e que, dois deles, Anderson e Désaguliers, elaboraram e redigiram as Constituições maçônicas, promulgadas já em 1723 (seis anos depois da fundação da Maçonaria moderna ou atual) e aceitas praticamente por todas as Obediências ou ramos da Maçonaria que existiam e existem hoje.
"A Maçonaria nunca foi revolucionária e subversiva nos países protestantes. Pelo contrário, apóia o protestantismo na Prússia, Inglaterra e nos Países Baixos para lutar e destruir as nações católicas como a França. A Maçonaria se serviu do protestantismo, mas jamais foi anti-protestante. A Maçonaria é doutrinalmente próxima do protestantismo, embora tenha estado sempre em oposição total ao dogma católico e ao bastião da moral e dos bons princípios que é a Igreja Católica de Jesus Cristo" (J. Livernette, pp. 68-69).
No dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero (1483 - 1546) cravava suas 91 teses na porta da igreja do Palácio de Wittenberg, gesto que simbolizava o "protesto" e rebelião de Lutero frente a Roma e a origem do "protestantismo". Portanto, em 2017 se "comemora" o seu quinto centenário, não se "festeja", pois - pelo menos por parte dos católicos - não é possível celebrar festivamente uma ruptura tão dolorosa e a quebra da cristandade.
3. O primeiro centenário das aparições da Virgem de Fátima.
É de conhecimento de todos que as aparições da Virgem em Fátima aconteceram do dia 13 de maio a 13 de outubro de 1917. Mas nem todos conhecem a intervenção da Maçonaria, sua oposição às aparições e sua perseguição contra os três videntes (cf. M. F. Sousa e Silva "Los Pastorcitos de Fátima", HomoLegens, Madrid, 2008. pp. 211-234). Os três videntes: Francisco (11/06/1908 - 04/04/1919), sua irmã Jacinta (11/03/1910 - 20/02/1920) e a prima de ambos, Lúcia (28/03/1907 - 13/02/2005), nasceram em Aljustrel, aldeia situada a três quilômetros de distância da Cova de Iria, lugar da maioria das aparições, onde está agora a capelinha das aparições.
3.1. A Maçonaria contra as aparições da Virgem em Fátima e contra seus videntes.
As revoluções portuguesas de 1910 a 1921 foram organizadas sob a direção da Maçonaria e dos Carbonários (H. Webster). Entre os dirigentes da nova e sectária República se destacou Magalhães de Lima, Grão-mestre do Grande Oriente de Portugal. Ele foi convidado para o congresso internacional das Obediências maçônicas dos países aliados e neutros, comemorativo ao segundo centenário de fundação da Maçonaria, celebrado em Paris (28-30 de junho de 1917). No dia 13 de maio do mesmo ano de 1917, exatamente a data da primeira aparição da Virgem em Fátima, Magalhães Lima declarou: "a vitória dos aliados deve ser o triunfo dos princípios maçônicos" ("Neue Zürcher Nachrichten", 28 de julho de 1917, nº 206). O marechal Ferdinand Foch, Chefe dos exércitos aliados, em 1918, depois de ler o tratado de paz, limitou-se a dizer: "Isto não é a paz, mas um armistício de 20 anos". Exatamente 20 anos depois, uma aurora boreal, a anunciada pela Virgem em Fátima, preludiou o começo da Segunda Guerra Mundial.
É do conhecimento de todos o empenho das autoridades portuguesas, iniciadas na Maçonaria, para apagar as aparições da Virgem Maria em Fátima, chegando inclusive à tortura psíquica dos videntes para que eles revelassem "o segredo", sem consegui-lo. Se não interveio pessoalmente, Magalhães foi informado por Artur Oliveira Santos, administrador e presidente do ajuntamento de Ourém, substituto do Juiz da Comarca, membro da loja de Leiria desde os seus 26 anos de idade, fundador de um "Triângulo" maçônico na sede do ajuntamento e do periódico "O Ouremse". Oliveira Santos foi o responsável pelas ameaças horrorosas, interrogatórios, encarceramento das três crianças videntes com presos comuns depois de tê-los raptado. Por causa dele os videntes não puderam estar no dia 13 de agosto no local das aparições, onde se concentrou mais de 18.000 pessoas. Nos seus informes de 1925 e 1955, Oliveira Santos mente de forma reiterada. Disse que, durante a estada dos videntes na Vila Nova de Ourém, não os "ameaçou ou intimidou, não os encarcerou nem os deixou incomunicáveis", e que "não sofreram a menor pressão ou violência". Mais até, no dia primeiro de dezembro desse ano de 1917, promovido pelos maçons, celebraram o "Congresso de propaganda e protesto contra as agitações clericais", precisamente em Fátima, aldeia então insignificante e desconhecida. Mesmo depois do Milagre do Sol (13 de outubro), os maçons portugueses consideraram as aparições da Virgem como meros truques e manipulações dos clérigos. O Congresso foi um fracasso manifesto.
3.2. A Virgem acertou em suas previsões proféticas.
As profecias da Virgem em Fátima, já realizadas, contradizem os pregadores da morte de Deus e da providência divina. A irmã Lúcia, quatro anos depois das aparições de Fátima, ingressou em 1921 no colégio das Irmãs Doroteias, em Vilar (perto de Porto) com 14 anos de idade. Em 1925, muda-se para o convento da mesma ordem em Tui (Pontevedra, Espanha) e, pouco depois, no mesmo ano de 1925, quando completou 18 anos de idade, para a mesma ordem na cidade de Pontevedra com o nome de Irmã Dolores. Em 1946, retorna a Portugal e, em 1948, ingressa no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, convento de clausura, no qual faz profissão religiosa com votos. Prescindamos agora de se já foram revelados todos os segredos apresentados pela Virgem à Irmã Lúcia durante sua estada fora da casa paterna, especialmente nos anos 1925-1926, já em Pontevedra.
Franklin Delano Roosevelt a princípio está de acordo: "em política nada acontece por acaso. Sempre que há um acontecimento, pode estar certo de que foi previsto para que fosse realizado desse modo". Franklin D. Roosevelt era presidente dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, maçom, grau 33º e conhecedor das manobras das sociedades secretas econômicas e ideológicas. Evidentemente, ele não se refere à Providência Divina. O Grande Arquiteto do Universo da Maçonaria, é algo mais que um nome, é um conceito deísta, ou seja, o divino que "põe em marcha o relógio do universo" (Voltaire), um relógio que não precisa que lhe deem corda, pois não intervém nem na vida das pessoas nem na história dos povos.
4. A Maçonaria celebra os seus centenários.
É lógico que a Maçonaria, como qualquer outra instituição, celebre os seus centenários. Evidentemente, como é uma associação secreta, não publica o programa de atos, mas algo se chega a saber com o passar do tempo, às vezes é possível entrever, intuir algo antes de sua celebração.
4.1. O segundo centenário da fundação da Maçonaria (1917).
De acordo com a opinião geral, o nascimento da Maçonaria especulativa ou moderna foi em 24 de junho de 1717. De 28 a 30 de junho de 1917 - segundo centenário - não aconteceu nada digno de menção na vanguarda ou nas frentes de batalha; somente o ordinário da Primeira Guerra Mundial. Mas, na retaguarda, em Paris, se estava celebrando um congresso internacional das Obediências maçônicas dos países aliados e neutros. No discurso inaugural, seu presidente centrou as deliberações em dois temas: o Tratado de Paz e a Sociedade de Nações. O congresso anunciou suas conclusões em treze pontos ou propostas. Woodrow Wilson, um dos presidentes maçons dos Estados Unidos, adotou basicamente esses treze pontos, aos quais acrescentou o último de seus famosos "Quatorze pontos". Nele, anunciou "a criação da Sociedade das Nações" [N.T. conhecida também como Liga das Nações], que foi chamada "criatura da Maçonaria" (Epiphanius), um "Super-Estado maçônico" (Léon de Poncins). A Sociedade das Nações foi dissolvida em abril de 1946 e seus bens foram transferidos para a recém-criada ONU.
4.2. Como a Maçonaria celebra o seu terceiro centenário (2017)?
Estou ciente de que os maçons reagirão como se estivesse impulsionados por uma mola: não se pode falar sobre "a Maçonaria", pois ela não é um bloco homogêneo. É o que faz o maçom francês Jean-Claude Féraud-Garganti no texto que enviou ao Papa Francisco em 08 de março de 2016 (cf. os artigos na internet "¿Es posible y aconsejable el diálogo entre católicos y masones?" e "Algunos objetivos de la masonería en la celebración del su tercer centenario" em [https://infovaticana.com/blogs/manuel-guerra]). Se é assim, não se poderia falar de nenhuma abstração ou idéia universal como "o homem", "a laranja", nem sobre alguma outra realidade ou idéia universal. Como será visto, os diversos ramos ("Obediências", "Potências" em seu léxico) da árvore maçônica coincidem nas suas raízes, no tronco e na seiva. São muito mais homogêneas do que às vezes se pensa, se diz e até se escreve.
4.2.1. A transformação da sociedade: de religiosa e cristã a maçônica.
Então, depois de trezentos anos de atividade silenciosa, secreta, a Maçonaria está conseguindo transformar o ambiente sociocultural dos países tradicionalmente cristãos, a saber, os ocidentais (Europa, América) e os ocidentalizados (Filipinas, Austrália, etc.), que estão - em grande parte - deixando de ser cristãos e fazendo-se relativistas, laicistas, gnósticos, dominados por uma nova ética sexual, etc., ou seja, maçônicos. Já em 1964, Yves Marsaudon, maçom grau 33º, membro do Conselho Supremo Maçônico da França, sentenciou: "podemos afirmar que a Europa se fez maçônica" ("L'Oecumenisme vu par un franc-maçon de tradition". Vitiano: Paris, 1964. p. 25. Prólogo de Charles Riandey, maçom grau 33º). E agora ela se estenderia da Europa ao mundo ocidental, e inclusive a toda a Terra ou humanidade. É a Nova Ordem Mundial.
4.2.2. A imposição do comum a todas as religiões.
Mais a longo prazo, a Maçonaria aspira impor o laicismo a todos os países, ou seja, o comum a todas as religiões e a todas as éticas, restando as religiões tradicionalmente existentes e suas éticas específicas condenadas a uma espécie de prisão domiciliar, isto é, reclusas no foro da consciência individual e dentro de seus templos. Este é um programa em grande parte já realizado, especialmente nos países tradicionalmente cristãos, como se verá.
4.2.3. A anulação e o enfraquecimento do principal bastião, que até agora tem resistido às investidas maçônicas.
A julgar por vários sintomas e algumas manifestações, com a ocasião do terceiro centenário de sua fundação, entre outros objetivos a Maçonaria aspira eliminar o obstáculo, talvez o único consistente e resistente até agora, que freia o transbordamento maçônico e a consequente inundação e a impregnação de todos os setores e estratos da sociedade e da humanidade. Refiro-me à Igreja Católica na sua unidade interna e na sua recusa dos princípios maçônicos. A Maçonaria pretende consegui-lo mediante a instauração do diálogo oficial entre a Igreja e a Maçonaria, assim como por meio da anulação da Declaração Sobre as Associações Maçônicas, promulgada em 1983 pela Congregação para a Doutrina da Fé com a aprovação de São João Paulo II. 4.2.4. "Reconhecimento da Honra da Maçonaria".
No dia 06 de dezembro de 2016, Dia da Constituição Espanhola, a Grande Loja da Espanha iniciou uma campanha de recolhimento de assinaturas em favor do "Reconhecimento da Honra da Maçonaria" com o lema "Orgulho de ser maçom". Com um mês foram recolhidas 2.625 assinaturas em uma carta dirigida às "instituições democráticas espanholas, das Cortes ao menor dos Ajuntamentos" e "às pessoas de boa vontade". Surpreende-me o número tão baixo de adesões. Somente de maçons espanhóis há muito mais assinaturas. É de supor que, ao final, contabilizarão também assinaturas de maçons de seis idiomas não hispânicos, nos quais está redigido o núcleo do documento.
Eis aqui o núcleo da carta, escrita em espanhol, basco, galego, inglês, francês, italiano, alemão, português e árabe: "Em 2017 a Maçonaria em todo o mundo comemora o tricentenário dos seus ideais fraternos de pensamento livre e tolerância fraterna entre todos os seres humanos. Através desta declaração institucional juntamos-nos ao reconhecimento da honorabilidade destes princípios com o desejo de ver, no século XXI, o dia em que pare o sofrimento daqueles que ainda hoje suportam a perseguição, sanções, condenações penais, exílio, ou são executados por razão da defesa da Maçonaria e dos seus ideais profundamente democráticos".
A carta aponta aqueles contra os quais se opõe: "Todos os fundamentalismos religiosos, todos os totalitarismos políticos, todos os pensamentos únicos conhecidos pelo mundo tem perseguido os ideais de uma instituição que hoje segue estando severamente ameaçada em 23 países".
Neste contexto, o que se entende por "pensamento único"? O relativismo maçônico afirma a igualdade de todas as religiões, de todas as crenças e ideologias, menos a "oficial, politicamente correta", que é "a verdade", a "verdadeira" em cada época, agora a relativista, laicista, naturalista e livre-pensadora, ou seja, a maçônica. Isso não é "pensamento único", embora circunstancial ou de época? Os maçons dão a palavra e têm dado por escrito a resposta afirmativa para essa pergunta. Por exemplo, Armando Corona, ex-Grão-Mestre do Grande Oriente da Itália: "eis aqui o princípio maçônico fundamental: 'não existe uma única religião para alcançar a salvação'", embora "a Igreja Católica tenha dogmas e considera-se a única religião verdadeira" ("30 Giorni" 10, 12, dic., 1992, 50). Pensar que algumas crenças religiosas, políticas, etc. - as suas - são a verdade, se é coerente, afirmará, por exemplo, que a sua religião é a verdadeira. Mas este, como todos os demais "pensamentos únicos", é compatível com a tolerância que respeite os diferentes, ao menos porque o ser humano está dotado de uma dignidade básica, ontológica e teológica, vigente ainda que haja adesão ao erro e ao mal. A Igreja Católica sempre ensinou que é preciso condenar o pecado e perdoar, acolher misericordiosamente o pecador. Em nossos dias parece às vezes que pensa de modo distinto e até contrário.
4.2.5. A "bondade" da Maçonaria e o já "anacrônico" e superado confronto entre a Maçonaria e a Igreja Católica?
A lula, quando se sente em perigo, lança uma espécie de tinta que a esconde, confunde e desorienta os seus perseguidores. A Maçonaria semeou a confusão à sua volta de várias maneiras. Primeiro, por meio do "segredo" - "discrição", chamam eles - e por meio de organizações ainda mais secretas quanto a sua existência e atividades (fraternidades maçônicas [1], organizações de fachada [2], "Ur-Lodges" ou "superlojas"[3]). Segundo, proclamando de forma simples e natural as bondades da Maçonaria, que os documentos maçônicos destinados ao público e as publicações de autores maçons definem como associação filantrópica e iniciática. Enfim, é a insistência de que a incompatibilidade e até confronto entre a Maçonaria e a Igreja Católica, se houve, é coisa do passado, algo já superada ou que, se existe algum resíduo dessa realidade já anacrônica, se dá em Obediências ou ramos maçônicos sem importância pelo escasso número de seus membros ou, evidentemente, não na Obediência do maçom com quem se está falando. Ademais, a experiência ensina que os maçons, em sua maioria, caracterizam-se por sua suavidade, pela delicadeza e serenidade no trato, enquanto os católicos, talvez mais os clérigos, mostramo-nos com um grau notável de insegurança por causa do desconhecimento da complexa realidade maçônica e certa ingenuidade, possivelmente por indisposição, quase conatural para supor duplicidade nos interlocutores e para mover-nos na suspeita. Por fim, quantos não-maçons são conscientes de que o Rito em que "trabalham" os membros de uma loja e Obediência é tanto ou mais importante e influente que a Obediência mesma em que foi iniciado?
O Papa Leão XIII, autor do documento pontifício mais importante sobre a Maçonaria, chamada de "seita maçônica" por ele, recorda que vários de seus predecessores a condenaram; menciona expressamente Clemente XII (1738), Bento XIV, Pio VII ("os maçons se apresentam como cordeiros, mas não são senão lobos vorazes", Encíclica "Ecclesiam a Iesu", 13 de setembro de 1821), Leão XII, Pio VIII, Gregório XVI e Pio IX. E falaram repetidas vezes, "por certo sempre no mesmo sentido", porque uma e outra vez se estava difundindo o boato de que a condenação tinha sido extinta ou que, pelo menos, já não havia motivo para semelhante condenação ("Humanum genus", nº 4, 1884), como se a incompatibilidade entre a Maçonaria e a Igreja Católica ou a impossibilidade do duplo pertencimento (maçom e católico) dependesse de determinadas circunstâncias socioculturais e históricas, não da "inconciliabilidade dos princípios maçônicos e a doutrina cristã".
NOTAS:
[1]. Lojas de "irmãos" ("frater", em latim) ou maçons da mesma profissão (todos políticos, todos médicos, juízes, jornalistas, etc.), embora não necessariamente da mesma Obediência, ramo maçônico ou do mesmo rito. Têm por objetivo a ajuda mútua e a influência sobre a sociedade. [2]. Seus membros são todos maçons, embora de profissões diferentes. Seus diretores são maçons geralmente não conhecidos como tal ou não-maçons, mas identificados com o ideário e os projetos da Maçonaria, por exemplo: a "Institución Libre de Enseñanza", Europa Laica. [3]. Termo que está atualmente em moda, híbrido do inglês "Lodge" (s), "loja" (s) e do alemão "Ur" = "originário, primordial, autêntico"; no alemão, tem a virtualidade de ser convertido em uma espécie de superlativo ao substantivo ao qual está ligado, por exemplo: "alt" = "antigo", Ur-alt = "muito, muito antigo"). Daí "Alta Idade Média". "Ur-Lodge" (s) pode ser traduzido por "superloja" (s). São lojas maçônicas autocéfalas, autônomas, supranacionais, integradas por maçons de personalidade eminente no seu âmbito (político, financeiro, midiático, etc.), pode-se afirmar que os políticos ocidentais, também os espanhóis e hispanos, que estão substituindo o paradigma cristão pelo maçônico (laicismo, relativismo, divórcio, aborto, matrimônio homossexual, ideologia de gênero, etc.) pertencem a uma ou mais dessas super-lojas.
Por outra parte, para semear a confusão, os maçons se servem de católicos, especialmente de clérigos - quanto mais elevado na hierarquia da Igreja, melhor e mais eficazes - que são maçons ou filo-maçônicos. Por isso, é lógica a significativa reação dos maçons, e inclusive de alguns pouco religiosos e Bispos, ante a restrição indicada na conclusão da Declaração sobre as associações maçônicas da Congregação para a Doutrina da Fé (1983), embora seja uma excelente forma de prudência e unidade pastoral: "Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido".
Seguramente, dentro de poucos anos serão conhecidos os objetivos e projetos das distintas Obediências ou ramos maçônicos programados por conta da celebração do terceiro centenário da fundação da Maçonaria, assim como o grau de sua realização.