Tudo se passou há uns 2.500 anos no reino da Pérsia e da Média, que compreendia da Índia até a Etiópia. O seu rei, Xerxes ou Achashverosh ou Assuero, depois de uma discussão com sua esposa e rainha Vasti ou Vashti, decidiu escolher uma nova. Convocou por todo o reino e muitas jovens, belas e virgens compareceram. Entre elas estava a filha adotiva de Mordecai ou Mardoqueu, Ester, órfã de pai e mãe. Devido sua grande beleza, foi a escolhida. O curioso foi a ordem do tio (e pai adotivo) de não revelar sua origem nem nacionalidade (Ester 2: 10) o que seguiu à risca. Mas por que o rei e ninguém da corte podiam saber de sua origem ? Já haviam sentimentos de repulsa aos judeus naqueles tempos tão idos? A Bíblia não explica, ou seja, no caso, os judeus que escreveram o Livro de Ester não explicam.
Mas lemos nestas escrituras que haviam desavenças e desrespeito por parte de Mordecai e do povo judeu em relação às leis e costumes dos povos cujo em seu seio viviam livres, constituíam família, criavam seus filhos e prosperavam. E esse desrespeito chamou a atenção de Hamã, o segundo na hierarquia do reino. Os escritos de Ester o tratam como malvado, inimigo dos judeus e ambicioso. Talvez tenha sido na verdade um nacionalista, um patriota preocupado com os acontecimentos do reino, do governo e do povo (Ester 3: 8). Não devemos esquecer que no Livro de Ester só um lado dos envolvidos narra os fatos. A parte contrária não tem voz, nem defesa.
Em Ester 3: 6a, lemos esta interessante passagem de Hamã: "Contudo, sabendo quem era o povo de Mardoqueu ...". O que o primeiro-ministro Hamã estava dizendo com "sabendo QUEM ERA o povo"? Novamente um silêncio dos autores judeus do Livro de Ester. Percebe-se que muita coisa não está narrada neste livro que em momento algum cita Deus ou o Senhor.
Sabemos que nesta vida palaciana e nas atuais repúblicas, as intrigas, traições, mentiras e outros infelizes e reprováveis vícios humanos existem. Neste reino não foi diferente. E iniciaram-se intrigas entre Mardoqueu e Hamã que resultou do primeiro-ministro pedir ao rei o extermínio dos judeus. Pedido consentido. Ciente dos fatos, a rainha-espiã que mantinha sua identidade real sob sigilo inexplicável, entrou em ação como lemos em Ester 5: 1-7. Tem a ideia ela de preparar um banquete faustoso regado a muito vinho para o rei e insiste pela presença do primeiro-ministro. Convite aceito.
No banquete, depois do rei já torpe pelo vinho, faz Ester seus pedidos de revogação dos intentos de matança de judeus feitos por Hamã, pedindo também pela cabeça do mesmo e caluniando-o com uma suposta tentativa de violentá-la. Bêbado e sem noção da realidade, o rei crê e aceita tudo o que Ester diz e pede. Aproveitando-se do fato do rei estar nesta manguaça, pede ainda que seu povo possa se vingar dos seus desafetos espalhados pelo reino com salvo-conduto e apoio militar real. Pedidos aceitos.
Vemos como a rainha de falsidade ideológica Ester arma um cenário de prazeres, encantos e bebidas para criar um clima de descontração e sedução para arrancar do rei promessas que, pela estratégia usada, deduz-se que sóbrio ele, ela não conseguiria. Vemos que os próprios escritores judeus deste livro confessam o uso de mentiras e de droga, no caso o álcool, para anestesiar a vontade própria independente e a lucidez do rei. Confessam o ludibrio de uma falsa acusação de estupro para atiçar o ciúme do rei, tirando-o do equilíbrio emocional já minado pela bebida. Tudo isso corrobora com o "sagrado" livro do Talmud, onde tais artifícios são mencionados como aceitáveis para alcançar os fins necessários e/ou desejados. Ester é um clássico, uma heroína para eles.
Morto na forca Hamã e toda a sua família e os seus bens expropriados em favor de Mardoqueu, os judeus de todas as províncias do reino da Pérsia e da Média que se estendia da Índia até a Etiópia, passaram a assassinar todos os seus desafetos com a ajuda das tropas do rei e dos governadores e sátrapas. Pois todos temiam Mardoqueu e Ester. Os judeus depois das perseguições, matanças e pogrons contra estas populações nativas, se apropriavam de todos os seus bens e propriedades. Conseguindo assim, grande riqueza. E por que não dizer também grande ódio dos sobreviventes?
Foram mortos 75.000 pessoas não judias. O número pode parecer pequeno aos padrões de genocídio atuais, mas devemos considerar que a população mundial naqueles tempos era bem inferior a atual. Portanto, crê-se que 75.000 mortos foi algo astronômico. Um genocídio. 75.000 pessoas é muito desafeto, muita gente não gostava de judeus. Por que? Novo silêncio.
Ano após ano em todo lugar do planeta, nos últimos 25 séculos, os judeus comemoram esta matança originada por intrigas palacianas, calúnias e álcool, sendo que muita fatos e perguntas ficaram sem explicações. Chamam-na de Festa de Purim. É a única festa onde sua religião libera o consumo de bebidas alcoólicas e outros prazeres carnais. Bebem, cantam, dançam, se fantasiam e proferem palavras de insulto a Hamã. Purim, a festa da vingança é o maior feriado judaico. O maior feriado do Cristianismo é o nascimento de Jesus, o nascimento do amor de Deus pela Humanidade. Quanta diferença! É possível dizer que as duas religiões seguem o mesmo Deus?
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"Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido somente num único país e só numa determinada época, seria fácil identificar as razões dessa aversão. Mas, ao contrário, essa raça é, desde há muito tempo, antipatizada pelos habitantes de todas as terras e nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões distantes entre si e eram regidos até por leis determinadas por princípios opostos e se não tinham os mesmos costumes, e eram distintos no espírito de suas culturas, então as causas do antissemitismo devem ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus antagonistas."
Bernard Lazare anarquista judeu em "Antisémitisme, son histoire et ses causes", Paris 1934, Tomo I, pág. 32.
Abraços
sábado, 12 de outubro de 2013
5 comentários:
"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano
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ResponderExcluir"NÓS DERROTAMOS A RAÇA BRANCA E JUSTAMENTE SUA, PARA NÓS MUITO PERIGOSA, ELEVADA INTELIGÊNCIA ATRAVÉS DO MULTICULTURALISMO" henry kissinger, chanceler americano sionista
Pegando o gancho da atual situação política nacional, imagine se "um Lula da vida" tivesse dito algo assim. Veja como seria abissal o tratamento dado pelo Jornalismo, 3 Poderes, Governo e/ou oposição em relação com o verdadeiro autor da frase. Depois vem falar sobre "defesa da democracia" blá blá blá.
ExcluirDiscordo dessa suposição do texto, pois acredito Hamã não era um patriota preocupado com seu país, mas um idólatra que se aproveitou da sua posição para obrigar as pessoas a adorá-lo e que Mordecai e Ester fizeram o correto ao não fazer isso... eu sei que os talmudistas adoram essa história e tal, mas a lição que se tira disso é que eles elogiam Mordecai mas na verdade estão seguindo os passos de Hamã
ResponderExcluirBem, não é contraditório ser idólatra e patriota. Até porque naqueles tempos, os deuses eram particulares. Cada povo ou região/nação, tinha seu(s) deus(es) pessoal. Assim como Ester e Mordecai tinham seu deus particular e nunca se preocuparam em "evangelizar" o povo medo-persa. E acaso não está confundindo a idolatria de Hamã com egolatria?
ResponderExcluirhttps://desatracado.blogspot.com/2023/04/10-contos-05.html
ResponderExcluirhttps://desatracado.blogspot.com/2023/04/10-contos-04.html