Durante algum tempo relutei em acreditar que o Judaísmo – assim
como acontece no islamismo – possui um lado pouco conhecido dos leigos.
Por trás do ritualismo cerimonial, rico em tradições e costumes dos
antigos, existe uma forte tendência ao ocultismo e ao misticismo puro e
simples. Lendas, unicórnios, astrologia e cabalismo são apenas alguns
dos aspectos que caracterizam a vida secreta do povo judeu.
Alguns
pesquisadores procuram contornar a situação ao relegar o cabalismo à
periferia, ou seja, um movimento dentro de outro movimento. Citam como
exemplo o sufismo, que embora subsista dentro do Islamismo, não é
reconhecido como parte da fé islâmica. No entanto, isso não serve para
explicar todos os aspectos da fé islâmica em comparação ao judaísmo. É
fato concreto que à medida que mais se afasta de Meca, mais sincrético e
pagão torna-se o islamismo. Basta apenas uma simples visita aos
muçulmanos do norte e sul da África para se constatar este fato. Há,
também, inúmeras diferenças entre sunitas e xiitas.
O
Judaísmo faz parte do dia a dia do povo judeu, pois rege todos os
aspectos de sua vida e conduta social. Não há como separar o judeu de
sua fé. Também é verdade o fato que o Judaísmo esta imerso em folclore,
misticismo, superstições, tradições e, pasmem, em ocultismo declarado.
Um caso típico do misticismo judeu é a lenda do Beemote. Segundo a
mitologia judaica, o Beemote é um animal gigantesco por excelência, em
oposição ao Leviatã. Diz uma lenda judaica que Beemote e Leviatã se
enfrentarão no final dos tempos, matando-se um ao outro; então, sua
carne será servida em banquete aos humanos que sobreviverem. Há uma
referência ao mostro Beemote no capítulo 40 do livro de Jó.
"Contemplas agora o beemote, que eu fiz contigo, que come a erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada.Em verdade os montes lhe produzem pastos, onde todos os animais do campo folgam. Deita-se debaixo das árvores sombrias, no esconderijo das canas e da lama. As árvores sombrias o cobrem, com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.Eis que um rio transborda, e ele não se apressa, confiando ainda que o Jordão se levante até à sua boca. Podê-lo-iam porventura caçar a vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?"
Existem
inúmeras interpretações sobre este monstro, desde um simples Hipopótamo
até um dinossauro saurópode. Entretanto, o que há de consenso entre
alguns pesquisadores é que o Beemote é uma versão hebraizada de um
animal mitológico da cultura persa, conhecido como boi Hadhayosh. Assim
como o bezerro de ouro de Araão (Êxodo 32), mais uma vez um elemento do
paganismo foi absolvido pelo folclore israelense.
A Cabala
A
Cabala é, sem dúvida alguma, um dos aspectos mais tenebrosos da
religião judaica. Uma definição correta mostrara que a Cabala é a
prática de “transmissão” de conhecimentos esotéricos pela palavra
falada. Acredita-se que os reis Davi e Salomão teriam sido iniciados na
Cabala e o Rabi Shimon Bem Yohai teria dado os primeiros passos no
sentido de escrever os primeiros tratados sobre a Cabala. Coube ao Rabi
Eleazar e seus seguidores reunirem os documentos e deles compor o Zohar,
a fonte do cabalismo.
http://www.youtube.com/watch?v=7xUGmZ39q6k
Outras fontes indicam que a Cabala teria sido importada da
Babilônia, quando os judeus lá estiveram desterrados. Durante os setenta
anos de cativeiro, os sacerdotes judeus teriam sido iniciados nos
mistérios babilônicos, adaptando-os posteriormente a cultura e religião
judia. Sociedades secretas do mundo todo foram influenciadas pela
Cabala, além de governos e lideres nazistas. Dentre os países
influenciados, nenhum supera os Estados Unidos da América. Dan Brown
revela parte dessa conexão ocultista em seu novo livro, O Símbolo
Perdido, onde desvenda passo a passo os mistérios que envolvem o
Capitólio (Congresso), a Biblioteca do Congresso, a Catedral Nacional e o
Centro de Apoio dos Musues Smithsonian. Por toda a capital dos EUA
existem referências ao paganismo e cabalismo judaico.
Johnny T. Bernardo
é apologista, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã e do jornal norteamericano The Christian Post
e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais
de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos seus
campos de atuação a fenomenologia religiosa e religiosidade brasileira.
É
também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do
Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética
Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida
revista.
Contato
pesquisasreligiosas@gmail.com
johnnypublicidade@yahoo.com.br
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"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
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