Por Ivan Figueiredo
O primeiro fato que precisa ser considerado é que nosso dinheiro hoje não possui lastro algum em ouro ou prata. A fração não é 54%, nem 15%. É 0%! Nosso dinheiro já percorreu o caminho de todas as moedas fracionárias anteriormente na história e já se degenerou em dinheiro totalmente fiduciário. O fato de que a maior parte dele esteja em forma de crédito digital, em vez de em notas de papel, é apenas uma tecnicidade. E o fato de os banqueiros falarem sobre “coeficientes de reserva” é para esconder a situação. As assim chamadas reservas são na verdade títulos e outros certificados de dívida do Tesouro.
O que, então, torna confiáveis estes instrumentos – cartões de crédito, cheques, notas e moedas – aceitáveis em valor de face no pagamento de todas as dívidas e outros usos monetários? Principalmente, é a confiança que as pessoas têm que poderão trocar esse dinheiro por outros ativos financeiros, ou por bens e produtos reais sempre que quiserem. Isto parcialmente é uma questão de lei: a moeda foi designada “meio legal de pagamento” pelo governo e em face disso, ela precisa ser aceita!
É difícil para as pessoas compreenderem o fato de que toda a base monetária ( a quantidade de dinheiro no país, tanto na forma de notas, moedas e depósitos em contas bancárias ), está lastreada por nada, exceto em dívidas, e causa ainda mais perplexidade visualizar que , se todos pagassem tudo o que tomaram emprestado , o dinheiro deixaria de existir! É verdade, não existiria um único centavo em circulação, pois todas as notas e moedas seriam devolvidas aos cofres dos bancos! E não haveria uma única moedinha em nenhuma conta corrente de nenhuma conta bancária de ninguém, e assim, o dinheiro deixaria de existir.
Deve-se compreender que embora o dinheiro possa um patrimônio para pessoas selecionadas, quando ele é considerado como um agregado da base monetária total, ele não é um ativo de forma alguma. Uma pessoa que tome emprestado R$ 1 .000,00 pode pensar que aumentou sua posição financeira nesta quantia, mas não é verdade. O ativo de R$ 1.000,00 está compensado por sua dívida de R$ 1.000, 00 e sua posição líquida é ZERO! As contas bancárias são exatamente a mesma coisa em uma escala maior. Acrescente todas as contas bancárias no país e seria fácil assumir que todo aquele dinheiro representa um gigantesco conjunto de ativos que suportam a economia. Todavia, cada pequena fração desse dinheiro é devida por alguém. Algumas pessoas não devem nada. Outras, devem muitas vezes o valor de seu próprio patrimônio. Quando tudo é somado, o saldo nacional tende a ser zero, e o lucro dos bancos aumenta em “tantos” %. O que resta é dívida!
Quando recorremos a um emprestador, seja um bancou ou pessoa física, e pedimos um empréstimo em dinheiro, estamos dispostos a pagar juros porque reconhecemos que o dinheiro que estamos tomando emprestado é um ativo que queremos usar. Parece justo pagar um aluguel para a pessoa que é proprietária daquele ativo. Não é fácil adquirir um automóvel, assim como não é fácil adquirir dinheiro real, em espécie. Mas o que devemos pensar do dinheiro que é criado por um simples aceno de caneta ou por uma rápida digitação em um teclado de computador? Porque alguém deveria receber juros pelo empréstimo deste dinheiro, apenas para gerar mais dívida? Quando os bancos injetam crédito numa conta corrente, estão meramente fingindo emprestar determinada soma! Na realidade, os bancos nada têm a emprestar! Até mesmo o dinheiro que os depositantes com saldo positivo colocaram em suas contas foi originalmente criado a partir do nada em resposta ao empréstimo tomado por outra pessoa! Portanto, o que dá aos bancos o direito de cobrar juros sobre nada? É irrelevante que as pessoas em todo o mundo sejam forçados pela lei a aceitar estes certificados de “nada” para poderem obter bens, serviços e produtos reais! Falo aqui não sobre o que é legal, mas sobre o que é moral, justo e ético!
FONTE : http://blogmenteslivres.blogspot.com.br/2013/09/sistema-mandrake-como-criar-dinheiro.html
Abraços
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Um comentário:
"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano
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