terça-feira, 18 de abril de 2023

10 Contos (02)

1) Jeferson Miola: Gastos dos militares no orçamento equivalem ao que União dispende com os ministérios da Educação e Saúde juntos

A reivindicação das cúpulas fardadas e do ministro da Defesa José Múcio Monteiro de aumento do orçamento das Forças Armadas obriga a que o governo, o Congresso e a sociedade civil se ponham a discutir os gastos militares do país à luz do perfil de Forças Armadas necessárias para o Brasil na terceira década do século 21.

O ministro Múcio declarou que:

“hoje nós gastamos 1,3% do nosso PIB nos investimentos das Forças Armadas […], e estamos preparando uma proposta combinada com os três comandantes para apresentar primeiro um orçamento de 1,5% [do PIB], depois de 1,8%, depois de 2%, que é o número recomendado pela OTAN”.

O pleito de aumento de 70% do orçamento das Forças Armadas nos próximos três anos com a manutenção dos vícios e desvios vigentes é injustificável e profundamente equivocado.

A farda representa um fardo extremamente alto bancado pelo povo brasileiro no orçamento nacional.

Além de elevados, tais gastos são muito mal empregados – e não somente devido à corrupção com compras superfaturadas, desvios, aquisição de carnes de boutique, itens nobres e de luxo e toda sorte de mordomias.

Os estamentos fardados gozam de inúmeros privilégios, vantagens e favorecimentos que foram ampliados sobremaneira no período do governo fascista-militar presidido por Bolsonaro – aumentos salariais diferenciados, aposentadorias e pensões imorais, vantagens indecorosas e carreira turbinada com promoções injustificáveis, como noticiado ultimamente pela imprensa sobre R$ 770 mil recebidos pelo atual comandante do Exército, general Tomás.

Em 2022, dos R$ 106 bilhões do orçamento executado pelo ministério da Defesa, R$ 87,4 bilhões, 82,4% do total, foram só para pagamento de pessoal [Portal da Transparência].

(...)

Em 2022, a União dispendeu R$ 127,8 bilhões para o pagamento de aposentadorias e pensões à totalidade de servidores públicos civis e militares da União, sendo que somente para os militares foram dispendidos R$ 54,1 bilhões, equivalente a 42,3% de tal despesa geral do Tesouro Nacional.

Os pagamentos a filhas de militares – 144.607 privilegiadas que recebem pensões vitalícias – representam a maior parcela das pensões militares pagas, muito acima das viúvas/cônjuges, que totalizam 64.050.

(...)

Por outro lado, também chamam atenção as despesas das Forças Armadas no Exterior, envoltas num orçamento secreto.

No exercício de 2022, foram R$ 3,9 bilhões [tabela] para a participação militar brasileira em programas no mínimo controversos e cercados por uma nuvem de opacidade e obscurantismo.

(...)

Fonte: https://www.viomundo.com.br/politica/jeferson-miola-gastos-dos-militares-no-orcamento-equivalem-ao-que-uniao-dispende-com-os-ministerios-da-educacao-e-saude-juntos.html

Leitura complementar: Sipaios Verde-Oliva "Forças Empacadas, fracas e desarmadas" 

https://desatracado.blogspot.com/2023/04/sipaios-verde-oliva.html

2) "Anauê!" é resultado de vários anos de viagens e pesquisas em acervos de cidades do Vale do Itajaí e Vale do Itapocu, região de forte colonização alemã. O tema central são os movimentos Integralista e Nazista em Santa Catarina antes, durante e pós Segunda Guerra Mundial. Um dos destaques do filme são as entrevistas com acadêmicos, protagonistas, moradores da região e militares, que falam sobre o que de fato aconteceu em Blumenau. É um retrato que contribui para se compreender o cenário dos dias atuais. “Com o filme, quero estimular a discussão sobre a importância do diálogo num momento em que a intolerância cresce em todo o mundo”, afirma Zeca Pires. (Será?! E o tal "crescimento da intolerância" é monopólio de uns ou é generalizado, vem de todos os lados?)

3) Os campos de concentração do Nordeste como experiência aos Direitos Humanos

Marcelo Vasconcelo

Em 1915 e 1932 o Brasil já possuía campos de concentração, não pelos mesmos motivos que iria ocorrer na Alemanha nazista, mas não menos grave. Se não eram exterminados propositalmente, eram por omissão do Estado, proporcionando uma terrível experiência aos propósitos dos Direitos Humanos na gerência de calamidades desta natureza.

Quando ouvimos algum relato sobre campos de concentração, inevitavelmente nosso cérebro trata de nos fornecer tudo que já ouvimos sobre o assunto, como fazem os algoritmos no mundo virtual. Nosso banco de dados alojado na nossa memória irá nos entregar somente referências sobre os horrores do terceiro reich nazista, o que é compreensível. Entretanto, temos na nossa história eventos quase idênticos na forma de operar e tratar um certo grupo social usando a mesma lógica no modo de acondicionar os indesejáveis, apenas com a diferença de que, por aqui, as pessoas não eram exterminadas propositalmente.

No ano de 1915 o Nordeste passou por um período de grave escassez de água, já começado por volta de 1913. Assim, como já ocorria quase anualmente naquela região, a seca não provocou grande alvoroço no começo. O período de estiagem daquele ano, porém, não foi como nos anos anteriores, o volume pluviométrico esperado pra que o povo pudesse nutrir alguma esperança não veio, de tal sorte que a possibilidade de morrer em decorrência da seca começou a assustar os sertanejos. 

Mas, não era a primeira vez que tal calamidade pública acontecia no Ceará por conta de grande período de estiagem. Outrora ocorrera situação semelhante, quando milhares de pessoas triplicaram a população da capital, em 1877. Estima-se que, na seca citada do século XIX, mais de cem mil sertanejos foram pra Fortaleza em busca de socorro e sobrevivência, enquanto uma grande parte migrou pro Norte, época conhecida como o primeiro ciclo da borracha nesta região (VASCONCELO, 2022, meio virtual).


Fortaleza, Crato, Ipu, Quixeramobim, Cariús e Senador Pompeu. Nesses seis municípios do Ceará, há noventa anos, durante a grande seca de 1932, foram construídos sete campos de concentração com o propósito de conter os retirantes do interior do estado que tentavam chegar à capital

Na chamada grande seca de 1877, foi a primeira vez que o país se deparou com os horrores da catástrofe climática provocada pelas secas no norte do país, uma vez que a região ainda não era conhecida como Nordeste, nome que só veio a surgir no século XX. Há uma frase que se atribui a Dom Pedro II, que teria afirmado que não restaria uma só joia da coroa, mas que não deixaria o povo "nordestino" perecer por conta das secas. Como dito, não havia tal termo nordestino na época de Dom Pedro II, como é comum afirmarem, porém, a grave crise chegou ao seu conhecimento e teria provocado espanto e preocupação.

Já no século XX, com o advento da República proclamada no final do século XIX, o país tentava se consolidar como um Estado regido pela coisa pública, mesmo que só fosse mais um projeto de intenção que de prática. O Imperador se foi, as joias da coroa se foram e as secas voltaram com toda sua fúria, pois a natureza sempre cobra o boleto na data que ela quer. A data era 1915, pra começar. 

A longa estiagem começou a provocar baixas entre as pessoas mais vulneráveis, o que se estendeu a todas as demais famílias do sertão, quando a alimentação e a água acabaram, principalmente no Ceará. O prolongamento da estiagem foi chegando a um ponto em que as famílias sertanejas não viam outra alternativa senão procurar ajuda na capital, Fortaleza. Eram milhares de sertanejos decididos a lutar por suas vidas, tendo em vista que o Estado brasileiro não agia efetivamente pra ajudá-los. O êxodo rural se deu por meio da linha de trem, principal referência que os camponeses tinham pra se orientar em direção à capital.

Ao chegarem em Fortaleza, que vivia uma espécie de belle époque, não foram bem recebidos. As ruas da cidade se enchiam, as pessoas pediam ajuda e o poder público, agora, tinha um grande problema pra resolver, uma vez que os moradores da capital, predominantemente ricos, não gostaram nada do que viam.

Diz-se que as oligarquias locais foram ouvidas primeiro que o próprio povo flagelado. As elites da capital exigiam uma solução pra conter a grande massa de gente que lotava grandes espaços públicos como praças, ruas e largos. Tanto a chamada alta sociedade formada por médicos, políticos quanto até pela imprensa local, passaram a exigir uma medida imediata pra conter aquela multidão de flagelados  (TRAVASSOS, 2011, p. 718).

Há um conhecido discurso do deputado de Fortaleza, Ildefonso Albano, no qual relata toda crueldade daquele cenário desolador, proferido na Câmara dos Deputados Federais, denunciando a gravidade do problema ao governo federal da época (ALBANO, 1917). A classe política, como sempre, preocupava-se mais em como afastar a massa de sertanejos moribundos das vias públicas que, de fato, promover política de enfrentamento e superação do problema vivido pelo povo que agonizava.

No ano de 1915 foi criado o campo de concentração de Fortaleza em Alagadiço, nos dias atuais denomina-se bairro São Gerardo, com o intuito de manter a multidão controlada e acalmar a pressão da alta classe local. O lugar onde os sertanejos ficaram concentrados era chamado de "curral do governo", uma referência que traduzia bem como as pessoas eram tratadas, chegando a acondicionar cerca de oito mil flagelados (CÂNDIDO, 2014, p.109).

A multidão faminta e sedenta clamava em alta voz aos guardas e agentes responsáveis pelo controle da massa, uns gritavam, outros reclamavam e tantos outros apenas choravam. Não podiam sair do local do confinamento, pois havia rígido controle, inclusive, com relação a quem causasse alguma confusão (TRAVASSOS, 2011, p. 719). Era uma espécie de contenção de crise, mas sem uma proposta de resolução eficaz e humana.

Tal cenário de horror climático inspirou um dos maiores clássicos da nossa literatura, O Quinze, de Rachel de Queiroz. No romance, a autora relata o drama de quem viveu naquela época, traduzindo ao leitor toda a carga de sofrimento, angústia e devastação silenciosa causada pela fome e sede. Assim, os campos de concentração do Ceará, embora não tivessem o objetivo de exterminar suas presas de forma deliberada, precederam até mesmo os campos nazistas.

Se não houve atuação direta e intencional pra exterminar os pobres sertanejos alojados nos campos de concentração do Ceará, sobrou a mesma prática por omissão. Há relatos de que cerca de 400 pessoas morriam em determinados dias, o que não possibilitava o enterro individual dos flagelados. Assim, as valas comuns eram abertas e depositados os corpos tão raquíticos quanto os dos judeus anos depois.

Após a seca devastadora de 1915 veio outra em 1932, tão severa quanto a última e tão mal gerida quanto a experiência anterior. Embora ainda não houvesse uma política de atuação de Direitos Humanos, esse grave fato serve de experiência histórica pra que crises como essa possam ser melhor administradas com a valorização humana que as pessoas mereciam e não tiveram.

Bibliografia:

CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes. Proletários das secas: arranjos e desarranjos nas fronteiras do trabalho (1877-1919). 2014. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2014. 

Famintos aglomerados na estação de Iguatu. In: ALBANO, Ildefonso. O secular problema do Nordeste: discurso pronunciado na Câmara dos Deputados em 15 de outubro de 1917. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917.  Biblioteca Maria Beatriz Nascimento/Arquivo Nacional. OR 4472

TRAVASSOS, Lidiany Soares Mota. Uma história não contada: o campo de concentração para flagelados de 1915 em Fortaleza - Ceará. In:  An Eletrônicos do V Colóquio de História "Perspectivas Históricas: historiografia, pesquisa e patrimônio". Luiz C. L. Marques (Org.). Recife, 16 a 18 de novembro de 2011. p. 717-730. 

VASCONCELO, Marcelo. Intolerância Regional no Brasil: uma visão histórica e jurídica. Kdp/Amazon, 2022 [meio virtual].

Marcelo Vasconcelo - Advogado, jornalista credenciado no CRP, articulista de portais, autor independente, membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa e da Comissão de Direitos Humanos da 3° subseção da OAB/SP.

Fonte: https://www.migalhas.com.br/depeso/382915/os-campos-de-concentracao-do-nordeste 

4) Nakba é uma palavra árabe que significa "Catástrofe" ou "Desastre" e designa o êxodo palestino de 1948, quando pelo menos 711.000 árabes palestinos (outros dizem semitas palestinos), segundo dados da ONU, fugiram ou foram expulsos de seus lares, em razão da guerra civil de 1947-1948 e da Guerra Árabe-Israelense de 1948. (Mais outra violência siono-maçônica democrática que continua impune.)

Setenta e dois anos da Nakba: história de uma expansão colonial e limpeza étnica contínuas

Sex, 15/05/2020 (atualizando para 2023, são 75 anos da Nakba)


Por Soraya Misleh

“Os que lavam as mãos o fazem numa bacia de sangue.” A frase do dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898-1956) não poderia representar melhor a contínua Nakba (catástrofe) a que estão submetidos os palestinos há 72 anos. Ou seja, desde a criação do Estado de Israel mediante limpeza étnica planejada em 15 de maio de 1948, que culminou na expulsão violenta de 800 mil palestinos de suas terras e destruição de cerca de 500 aldeias. Foram ainda cometidos genocídios em dezenas de aldeias nesse processo que foi a pedra fundamental do projeto colonial inaugurado em fins do século XIX e em expansão contínua.

A referência é ao sionismo político moderno, cujo pai foi Theodor Herzl, judeu nascido na Hungria, que exercia em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro (1867-1918), a função de jornalista e autor teatral. Integrado à sociedade local, não tinha interesse pelo judaísmo ou por questões correlatas. O ponto de virada foi, conforme relatado em sua obra Der Jundenstaat [O Estado judeu], de 1896, o “Caso”, como ficou conhecido na França o caso Dreyfus. Refere-se à acusação de traição que sofreu naquele país o oficial Alfred Dreyfus, em 1894, por ser de origem judaica.

A partir desse acontecimento, Herzl teria concluído que não haveria qualquer esperança de assimilação. Assim, a única solução seria que os judeus vivessem em seu próprio estado. Essa alegação, contudo, é questionada por estudiosos israelenses, como descreve o historiador Ilan Pappé, em "A limpeza étnica da Palestina" (Editora Sundermann). Segundo indicam diversos teóricos, Hertz separava, assim, a emancipação dos judeus da luta geral contra as opressões na Europa, com uma proposta reacionária, colonial. E, para tanto, realizaria acordos com aqueles que justamente promoviam o antissemitismo - característica que manterá ao longo da história.

Em "O Estado judeu", Hertz não sugeriu exclusivamente a Palestina para sua criação. Coloca a questão: “Devemos preferir a Palestina ou Argentina?” Sua resposta é de que a “Sociedade (dos Judeus) aceitará o que lhe derem, tendo em consideração as manifestações da opinião pública a este respeito”. Na sua análise, nos dois locais houve experiências bem-sucedidas de “colonização judaica”. Em 1897, ano seguinte à publicação, durante o I Congresso Sionista realizado na Basiléia, Suíça, que reuniu 200 delegados do Leste da Europa, a Palestina acabou por ser escolhida: (data, local, hora, geoposição etc, tudo igual onde foram feitos os Protocolos dos Sábios de Sião que negam ser documento judaico)

Esse nome por si só seria um toque de reunir poderosamente empolgante para o nosso povo. (…) Para a Europa, constituiríamos aí um pedaço de fortaleza contra a Ásia, seríamos a sentinela avançada da civilização contra a barbárie. Ficaríamos como Estado neutro, em relações constantes com toda a Europa, que deveria garantir a nossa existência.

Herzl empreendeu esforços para obter o apoio das elites judaicas e governantes europeus ao projeto sionista. Segundo o historiador israelense Avi Shlaim em "A muralha de ferro", seu pressuposto “não declarado” e de seus sucessores era que o movimento alcançaria o seu objetivo “não através de um entendimento com os palestinos locais, mas por meio de uma aliança com a grande potência dominante do momento”.

Esse parceiro seria a Grã-Bretanha, que vislumbrava a Palestina como sua “futura aquisição”. Como parte de sua estratégia de convencimento, Herzl explanou que os britânicos poderiam se beneficiar da criação em região de Gaza de um “oásis sionista”, ao que seria necessário levar água do Nilo através de um canal, como explicita Pappé. Num primeiro momento, esse plano foi frustrado, dada a objeção do lorde inglês Cromer, que comandava o Cairo. Herzl propôs, como alternativa, a instituição do Estado judeu temporariamente em Uganda, então colônia inglesa, para depois passar à Palestina. O que foi visto como traição por outras lideranças sionistas, como Chaim Weizmann (1874-1952), uma vez que o próprio idealizador do Estado de Israel havia nacionalizado o judaísmo, sinalizando o local definido no I Congresso Sionista. O plano de Uganda, consequentemente, não foi levado adiante.

A Palestina voltou a ser central na proposta sionista. Após o congresso, dois rabinos foram enviados para lá para reconhecimento do local. Em telegrama, eles descreveram o cenário com que o movimento que visava criar um estado judeu naquelas terras teria que lidar: “A noiva é bela, mas está casada com outro homem.” Em outras palavras, os visitantes anunciavam que a Palestina não era um descampado, um lugar deserto e inabitado. Como conta Pappé,

Nas vésperas da Guerra da Criméia (1853-1856), cerca de meio milhão de pessoas viviam na terra da Palestina. Eram de língua árabe. A maioria era muçulmana, mas cerca de 60 mil eram cristãos de várias denominações e cerca de 20 mil eram judeus. Além disso, tinham que tolerar a presença de 50 mil soldados e funcionários otomanos, assim como de 10 mil europeus. (E diziam sem pudor algum que era "uma terra sem povo para um povo sem terra"[*])

(...)

Em seu livro Expulsions of the Palestinians – The Concept of “Transfer” in Zionist Political Thought, 1882-1948, Nur Masalha apresenta uma série de citações de lideranças sionistas que demonstram a predominância da ideia de transferência voluntária ou compulsória da população árabe local como base para a constituição de um estado exclusivamente judeu na Palestina. Segundo ele, essa ideia foi articulada desde cedo. “Theodor Herzl forneceu uma referência prévia à transferência mesmo antes de delinear sua teoria de renascimento sionista em seu Judenstaat.” Ainda conforme Masalha, em 12 de junho de 1895, visando a transição de uma “sociedade de judeus” a Estado, Herzl escreveu em seu diário:

“Quando nós ocuparmos a terra, nos traremos imediatamente benefícios ao Estado que nos receberá. Nós precisamos expropriar com cuidado a propriedade privada nos estados alinhados conosco. Nós tentaremos, quando a população paupérrima cruzar a fronteira, procurar emprego a eles na mudança de países, enquanto vamos negar-lhes qualquer emprego em nosso próprio país. Os proprietários de terra virão para o nosso lado. Ambos, o processo de expropriação e a remoção dos pobres, precisam ser feitos discreta e circunspectamente.” (Nada assim tem escrito em Mein Kampf)

Em um diálogo entre dois pioneiros do Hovevie Zion (Amantes de Sião), em 1891, também foi exposta a ideia de transferência. Um deles afirmou que a terra “na Judéia e Galiléia está ocupada por árabes”. Seu interlocutor respondeu: “É muito simples. Vamos assediá-los até que eles partam. Vamos deixa-los ir à Transjordânia.” Ainda de acordo com Masalha, Israel Zangwill – criador do lema “Uma terra sem povo para um povo sem terra” – apresentou a remoção de árabes da Palestina como pré-condição para a realização do projeto sionista. Como indica o autor, o criador do poder militar do Yishuv [comunidade judaica] e primeiro premiê de Israel em 1948, David Ben Gurion, indicou a importância da ideia de transferência em várias citações em seu diário.

Também segundo Masalha, em carta a seu filho Amos, de 5 de outubro de 1937, Ben Gurion escreveu que

“Devemos expulsar os árabes e tomar seu lugar […] e se temos que usar a força, não para despojar de suas propriedades aos árabes do Negev e Transjordânia, mas para garantir nosso próprio direito de assentamentos em ditos lugares, a força estará a nossa disposição.”

Em 2 de novembro de 1917, o sionismo recebeu as bênçãos da (siono-maçônica) Grã-Bretanha, com a emissão da Declaração Balfour. Nesta, a Inglaterra declarava-se favorável à constituição de um lar nacional judeu na Palestina, sobre a qual recebeu o mandato como espólio de guerra ao fim da Primeira Guerra Mundial (1939-1945) e a derrota do Império Otomano, que dominava a região. Inaugurava-se ali a aliança sionismo-imperialismo e uma longa história de cumplicidade internacional com os crimes contra a humanidade que são basilares ao Estado de Israel. A Declaração Balfour foi determinante para a execução do projeto colonial que tentaria – e segue a tentar – apagar do mapa os palestinos. E à época havia não mais do que 6% de judeus na Palestina.

Declaração Balfour, um documento ridículo, sem timbre, sem carimbo de repartição pública, sem qualquer código de registro oficial, nada. Mero papel datilografado que virou um apoteótico documento e licença para praticar terrorismo, genocídio, grilagem e pilhagem aos palestinos. 

(...)

O destino da Palestina era selado na promessa ao imperialismo de o sionismo ser o que chamava de o posto avançado da civilização contra a barbárie. Ou seja, seu enclave militar na região do Oriente Médio e Norte da África, para seguir usurpando suas riquezas, numa região rica em petróleo e água subterrânea.

A história da Palestina é repleta dessas negociatas, à margem de uma vida palestina que seguia e se dava sobretudo nas áreas rurais, onde habitava a maioria de seus habitantes. E é sobre esta realidade que se impõe o terceiro crime determinante: a recomendação de partilha da Palestina em um Estado judeu e um árabe, praticamente meio a meio, com Jerusalém sob administração internacional, pela Assembleia Geral da recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) em 29 de novembro de 1947, presidida pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha. (É outro que deve ter sua vida e obra revista.)

Trinta e três países votaram a favor a partilha (Resolução 181): África do Sul, Austrália, Bélgica, Bolívia, Brasil, Bielorrússia, Canadá, Costa Rica, Dinamarca, República Dominicana, Equador, Estados Unidos, Filipinas, França, Guatemala, Haiti, Holanda, Islândia, Libéria, Luxemburgo, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Polônia, Suécia, Tchecoslováquia, Ucrânia, URSS, Uruguai e Venezuela. Treze votaram contra: Afeganistão, Cuba, Egito, Grécia, Iêmen, Índia, Irã, Iraque, Líbano, Paquistão, Arábia Saudita, Síria e Turquia. E dez anularam: Argentina, Chile, China, Colômbia, El Salvador, Etiópia, Honduras, México, Reino Unido e Iugoslávia. Um estado não participou, a Tailândia.

O sinal verde para a limpeza étnica planejada, que se iniciaria 12 dias depois e culminaria na criação do Estado de Israel em 78% do território histórico da Palestina.

(...)

O Plano Dalet foi colocado em operação pelas organizações paramilitares Stern Gang, Irgun e Haganah. A tropa de elite dessa última, Palmach, passou de 700 membros em 1941 para 7 mil em 1948. Mais tarde, as três se fundiram para constituir as forças de ocupação.

Cada brigada, escreve Pappé, “recebeu uma lista das aldeias que deveria ocupar. A maioria estava destinada à destruição, e somente em casos excepcionais os soldados receberam ordens para deixá-las intactas”. A primeira operação, denominada Najsón, contou com a participação não apenas de todos os grupos paramilitares, mas incorporou veteranos judeus de guerra oriundos da Europa Oriental e outros recém-chegados. O objetivo foi a expulsão massiva da população das áreas rurais a oeste das montanhas de Jerusalém. A primeira aldeia a sucumbir nessa operação chamava-se Qastal (El Castillo). (Isso e muito mais crimes, assassinatos, guerras, pilhagem etc, a caricata Declaração Balfour, a burlesca ONU, Osvaldo Aranha e muitos outros divinizados pela propaganda sionista causaram e continuam causando.)

(...)

As operações dos grupos paramilitares privilegiaram no começo centros urbanos, como Haifa, então o principal porto do país, designada na partilha ao que viria a ser o estado judeu. A elite já havia abandonado a cidade, quando dos primeiros ataques em dezembro de 1947. Em abril do ano seguinte, os sionistas tomaram a cidade, o que culminou no êxodo dos habitantes palestinos – que somavam mais de 50 mil. Outras grandes cidades, como Acre e Safed, tiveram o mesmo destino. Jerusalém também não ficou impune. À sua captura, as forças sionistas conduziram 30 operações, sendo sete delas entre dezembro de 1947 e 15 de maio de 1948 – todas em áreas destinadas na partilha ao Estado árabe. Os bairros do lado oeste foram atacados e ocupados no período. Segundo Salim Tamari em "Jerusalem 1948",

Os objetivos dessas operações eram dois: (1) limpar o caminho entre Tel Aviv, Jaffa e Jerusalém para livre movimentação das forças judaicas; (2) limpar as vilas árabes do flanco oeste de Jerusalém da população palestina para prover déficit demográfico e um vínculo entre a proposta do Estado judeu e a cidade de Jerusalém, conforme o Plano Dalet.

Os britânicos permaneceram na Palestina até 15 de maio de 1948 – um dia depois da unilateral Declaração de Independência de Israel. Assim que a Inglaterra partiu, os Estados Unidos reconheceram o Estado sionista. Dois dias depois, foi a vez de a União Soviética fazê-lo, de fato e de direito. Na sequência, mais países deram o mesmo passo. As consequências para os palestinos não foram levadas em conta. Naquele momento, dois terços da população árabe local foram deslocados. Embora houvesse dezenas de observadores da ONU, conforme Pappé, eles nada fizeram a respeito. Exceção ao emissário Conde Folke Bernadotte (por isso assassinado pelo "povo eleito"), que propôs a revisão da divisão do país em duas partes e o retorno incondicional dos refugiados palestinos. Tendo chegado à Palestina em 20 de maio de 1948, foi assassinado por “terroristas judeus” em setembro do mesmo ano, quando repetiu sua recomendação no informe final que apresentou à ONU.

Ao final, foram três fases da limpeza étnica, descritas por Pappé. A primeira foi inaugurada em dezembro de 1947, dias após a partilha recomendada pela ONU, e se prolongou até maio de 1948. A segunda, entre esse mês e janeiro de 1949, incluiu bombardeios aéreos indiscriminados e disparo de canhões em bairros com populações mistas. Durante essa etapa, foram assinadas duas tréguas e, ao final, um armistício entre os exércitos árabes e Israel. A terceira fase do Plano Dalet se prolongou até 1954. Na parte designada pela ONU ao recém-criado Estado de Israel, de 818 mil palestinos, restaram apenas 160 mil. A despeito das diferenças, conforme a metodologia adotada, fato é que a paisagem foi totalmente transformada, como escreve Pappé:

A Palestina tornara-se agora uma nova entidade geopolítica, ou antes, três entidades. Duas delas, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, encontravam-se mal definidas, a primeira totalmente anexada à Jordânia, mas sem o consentimento ou entusiasmo da população; a segunda num limbo, sob um regime militar, com os seus habitantes impedidos de entrar em território egípcio propriamente dito. A terceira entidade era Israel, decidida a judaizar todas as partes da Palestina e a construir um novo organismo vivo, a comunidade judaica de Israel.

Ocupação avança

De lá para cá, a expansão colonial segue impunemente, sob a cumplicidade criminosa da mesma “comunidade internacional” que a ratificou. Em 1967, Israel ocupou o restante da Palestina (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental), no que é conhecido como "Guerra dos Seis Dias". Mais 350 mil novos refugiados. Não obstante o argumento sionista de que a ocupação se deu em resposta a tal "guerra", fato é que integra historicamente o projeto de colonização de toda a Palestina.

(...)

(Jornalista Ramona) Wadi é categórica: “Se a comunidade internacional se opusesse à Nakba de 1948 ou tentasse responsabilizar Israel, a desconexão entre as violações históricas e as atuais não teria ocorrido. Em vez disso, a ONU implementou uma narrativa falsa que dissocia a história da atual violência política, como se a primeira não fosse um produto da tomada de decisões colonial e, portanto, política.”

(...)

Apesar da trágica situação imposta pela colonização e racismo, os palestinos seguem dando exemplo ao mundo. Enfrentam a pandemia mesmo com todas as restrições e obstáculos, ao mesmo tempo em que fortalecem a resistência à anexação de mais terras, à Nakba contínua. Israel intensifica a repressão e violência: as prisões políticas, sobretudo de crianças, já se expandiram em 6% no último período, totalizando 194 menores, submetidos a tortura institucionalizada e maus tratos. Isso ocorre enquanto Israel liberta 500 de seus presos comuns em função da pandemia. Mantém, por outro lado, encarcerados 5 mil palestinos, em situação de ampliada negligência, vulnerabilidade, em celas mal ventiladas e superlotadas. Já há casos confirmados de Covid-19 entre os presos políticos, cujo único crime é resistir heroicamente.

Os palestinos se negam a desaparecer do mapa, há 72 anos. Nas memórias da Nakba, que mantêm viva, na sua poesia e literatura, nas pedras contra tanques e nos chamados a campanhas de solidariedade internacional – como a de BDS (boicote, desinvestimento e sanções) a Israel –, a resistência é permanente. Segue a inspirar oprimidos e explorados em todo o mundo. Que neste 15 de maio eleve-se a solidariedade internacional rumo à Palestina livre. Tremulem em todo o mundo bandeiras palestinas, símbolos das lutas justas em todo o mundo.

(...)

Fonte: https://icarabe.org/node/3833

[*] Israel Zangwill (1864-1926), para definir a Palestina, criou o slogan “uma terra sem povo para um povo sem terra”, propagado pelas principais lideranças sionista (Theodor Herzl, Ben-Gurion e Chaim Weizamann). Com este slogan os sionistas popularizaram e deram “ares de verdade” a concepção de que os árabes palestinos não eram um povo a ser considerado.  Partia-se do princípio que a Palestina era uma terra praticamente desabitada, que deveria ser dada ao seu povo por direito, os judeus, que não tinham território próprio e, por isso, estavam espalhados pelo mundo. Segundo Weizmann (1874-1952) para os britânicos os árabes palestinos eram apenas centenas de milhares de negros (kushim) sem valor.  

Fonte: https://sites.unipampa.edu.br/lehmai/o-que-e-sionismo/

5) Decisão fez do brasileiro Osvaldo Aranha um falso herói

MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO

ESPECIAL PARA A FOLHA - São Paulo, 29 de novembro de 1997

Em 1946, em decorrência do regime de rotatividade, coube ao Brasil assumir a presidência do Conselho de Segurança da ONU, que realizaria em abril a sua primeira Assembléia Geral.

O embaixador brasileiro no órgão, Osvaldo Aranha, foi indicado como candidato de conciliação entre EUA e União Soviética. No ano seguinte, foi reeleito para presidir a Assembléia.

O destino reservara a Aranha a oportunidade de vir a ser considerado um grande benemérito da criação do Estado de Israel.

Sua indicação estava muito mais atrelada às suas boas relações com os EUA e à posição do Brasil como país sul-americano do que ao seu passado humanista, até então não apontado.

Foi a partir desse fato político que se processou a "construção" da imagem de Osvaldo Aranha como aliado do povo judeu, mito que ganhou força após a sua morte, em 1960.

A imagem de grande benemérito -que sobrevive até hoje- continua sendo alimentada pelas múltiplas biografias que, somadas às comemorações oficiais, repetem apenas o que interessa à história oficial: é um dos melhores exemplos do silêncio premeditado da história.

Todas as obras biográficas publicadas sobre Aranha exaltam a sua trajetória como revolucionário aliado a Getúlio Vargas e ao Estado Novo e, finalmente, como o representante do Brasil que presidiu a Assembléia da ONU e bateu o martelo que dividiu a Palestina.

O passado de Aranha, na verdade, foi comprometido pela política imigratória antissemita sustentada por circulares secretas do governo Vargas, da qual ele não foi um mero servidor, mas colaborador ativo na posição de ministro das Relações Exteriores.

Segundo alguns entendidos da questão, essa parte do passado não deve ser divulgada, pois "anula importantes referenciais (ainda que falsos) da comunidade judaica brasileira e internacional". É a força do mito.

Se analisarmos pontualmente as consequências de sua política, que impediu milhares de judeus de serem salvos do Holocausto, podemos afirmar que o Brasil foi conivente (por omissão) com o plano de extermínio nazista. (O mitológico evento só foi "descoberto" após o término da 2ªGM. Portanto, acusar que o "Brasil foi conivente" é totalmente improcedente.)

Em 1947, circular secreta emitida pelo Itamaraty, que impedia a entrada de judeus no Brasil, expressava a relutância do governo Dutra em incorporar uma cota dos sobreviventes do Holocausto, o que gerou protesto do Congresso Mundial Judaico.

Tais questões merecem ser reestudadas à luz dessa documentação brasileira, até então considerada confidencial.

As implicações são múltiplas, possibilitando uma revisão do papel desempenhado pelas grandes potências, pelo Brasil e pelo próprio Aranha na Assembléia da ONU que culminou com a formação do Estado de Israel.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/29/mundo/14.html

6) Foi Israel, não Lehi, que matou o mediador da ONU Folke Bernadotte em 1948?

24 de outubro de 2022

Em meados da década de 1940, o diplomata sueco Folke Bernadotte coordenou a libertação de cerca de 31 mil prisioneiros dos campos de concentração nazista. Portanto, em 1948, quando a conjuntura pediu à incipiente Organização das Nações Unidas (ONU) por um mediados ao caos estabelecido na Palestina histórica, Bernadotte se tornou o nome ideal para a missão – dado o respeito consagrado entre sionistas e seu contundente trabalho de paz, sobretudo ao resgatar judeus dos campos de extermínio.

Contudo, em 17 de setembro, quatro meses após Israel autodeclarar seu estado, às vésperas de anunciar seu plano de paz, Bernadotte foi assassinado por agentes sionistas.

Mas quem, exatamente? Pressupõe-se atribuição de culpa ao grupo Lehi, também chamado de gangue Stern, dado que não há dúvida de que a organização paramilitar o queria morto. Porém, documentos confidenciais que recentemente vieram a público sugerem que, embora terroristas do Lehi tenham puxado o gatilho, foi o próprio Estado de Israel que encomendou o assassinato.

       Folke Bernadotte no aeroporto de Karlstad, em 1946

Naquele dia trágico, Bernadotte e seus assessores deixaram o aeroporto de Rodes em direção a Qalandiya – hoje, na Cisjordânia ocupada. A Legião Árabe então o escoltou em segurança a seu comboio de três veículos – até chegar aos limites israelenses de Jerusalém, recém tomada pelas forças sionistas. Israel, por outro lado, ciente das ameaças a sua vida, não enviou escolta.

O comboio foi parado em um checkpoint israelense e forçado a “manobrar de maneira tal a ser interpretada mais tarde como [provável] sinal [a seus assassinos] para apontar que Bernadotte estava sentado no terceiro veículo”. Logo em seguida, um jipe com homens armados obstruiu a rota; um agente sionista foi direto ao banco traseiro onde estava Bernadotte e atirou contra ele e o colega a seu lado. Mais tarde, surgiram panfletos do desconhecido grupo “Frente da Pátria”, para reivindicar responsabilidade pelo atentado.

Comboio de ônibus de campanha organizado por Folke Bernadotte para resgatar prisioneiros judeus nos campos de concentração nazista, na região de Hamburgo, no início de 1945

Vale notar, a esta altura, a dinâmica política de então: a declaração de independência de Israel, em maio, pouco importaria sem seu devido reconhecimento da comunidade internacional e sua eventual admissão nas Nações Unidas. Seu fracasso em impedir o assassinato de Bernadotte – a mais infame entre as diversas execuções conduzidas por forças sionistas – chocou o mundo. No entanto, uma resposta supostamente compenetrada poderia mostrar a eventuais aliados que o estado nascente seria, a partir de então, uma nação responsável, em contraste com sua gênese notoriamente terrorista.

Como então podemos explicar o que aconteceu?

Israel jamais isolou a cena do crime ou conduziu qualquer perícia. O veículo em que Bernadotte foi executado somente foi examinado após seu reparo; o primeiro carro não passou por análise. Nenhum esforço foi feito para identificar o jipe ou a fonte dos panfletos da “Frente da Pátria”. Suspeitos do Lehi foram convocados a depor, mas tudo parecia uma farsa, dado que prisão logo se converteu em um cenário de festa. Como relatou a revista Time: “Cerveja gelada. Sternistas abriram as portas de suas celas e desarmaram os guardas … foram acompanhados à praia para um mergulho. Outros relaxavam com seus carcereiros em um café local”.

Pouco depois do assassinato, os serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha tomaram conhecimento de que o Consulado da Tchecoslováquia em Tel Aviv havia emitido uma série de vistos para que os verdadeiros criminosos deixassem o país em direção a Praga, em um avião fretado do regime tcheco, com passaportes falsos e pseudônimos.

O caso se encerrou ali – até que, em 2005, o governo britânico removeu o sigilo do arquivo FO 371/75266, que continha uma carta assinada pelo cônsul-geral belga M. Jean Niewenhuys, com data de 1949, segundo a qual “uma fonte – considerada confiável, em contato secreto com um certo funcionário tcheco” corroborou que o assassinato foi perpetrado por agentes a serviço de Israel e não do grupo paramilitar Lehi.

Segundo a carta: “Parece que o cônsul-geral tcheco foi abordado pelo Reuven Shiloah, membro do gabinete de política externa israelense … uma semana antes do assassinato, para arranjar os vistos tchecos e as passagens aéreas a sete judeus, com destino a Praga … Shiloah, em nome do governo israelense, coordenou o assassinato”. Reuven Shiloah, pouco mais tarde, foi nomeado primeiro diretor da agência israelense de espionagem Mossad.

Conforme os relatos, um “membro sênior” do Lehi confirmou que sua organização não deteve responsabilidade pelo assassinato, “mas que seus sete agentes foram contratados pelo governo e muito bem remunerados, para evitar que a influente e poderosa figura do conde Bernadotte influenciasse a opinião global sobre os planos expansionistas de Israel”.

As palavras da fonte anônima de Niewenhuys comprovam indubitavelmente que Israel ordenou a morte de Bernadotte. Ademais, evidências circunstanciais se acrescentam à tese:

1 - Dois dias antes do atentado, Niewenhuys o aconselhou a não entrar em Jerusalém pelos próximos dias, sem conceder explicação. Bernadotte não acatou ao alerta, cujo sentido tornou-se claro após sua morte;

2 - As informações da fonte sobre a fuga dos criminosos a Praga coincidem com a análise de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, à qual não poderia ter acesso;

3 - É inverossímil que o Lehi sozinho tenha se infiltrado no consulado tcheco e assegurado a fuga mediante arranjos complexos do ponto de vista logístico e burocrático;

4 - Os assassinos pesadamente armados aguardaram a chegada do mediados por ao menos uma hora, sem qualquer empecilho imposto pelos checkpoints israelenses – tanto na ida quanto na volta –, bastante próximos do quartel-general que abrigava Bernhard Joseph, então governador militar do estado sionista;

5 - A fonte cita nominalmente Shiloah como mandante uma coincidência improvável, dado que não haveria como saber que Shiloah fundaria em breve o Mossad – notório por atos similares de assassinato político;

6 - O Lehi sempre assumiu crédito por seus atentados; de fato, buscou se vangloriar delas – desta vez, todavia, negou envolvimento. O nome “Frente da Pátria” continua incógnito, provavelmente um grupo ficcional.

O rastro para solucionar definitivamente o assassinato de Folke Bernadotte esfriou há décadas. Não obstante, independente de quem contrato seus assassinos, a normalização das execuções conduzidas por grupos sionistas maculou as raízes do estado israelense. A resposta de Tel Aviv tampouco pôde ser explicada.

Reuven Shiloah, futuro diretor do Mossad e mandante do assassinato de Bernadotte, segundo a fonte de Niewenhuy, no gabinete de comunicação do governo israelense, em 1948

Bernadotte declarou apoio a três princípios diplomáticos capazes de arruinar o projeto sionista: o direito de retorno dos refugiados palestinos; o status de Jerusalém; e fronteiras permanentes – isto é, um impedimento ao expansionismo colonial israelense. Avancemos ao tempo presente e suas demandas continuam atuais. Apesar de três quartos de século de retórica internacional e sucessivas resoluções das Nações Unidas, a ocupação israelense ainda persiste.

O crime parece ter se apagado da memória coletiva: ninguém que “obedece” ao regime sionista – espontaneamente ou não – carrega em seus ombros o fantasma de Folke Bernadotte. Porém, o êxito angariado por Israel para asseverar anuência global mediante terrorismo – ao destruir reputações, manipular eleições, forçar demissões etc. – tornou-se o legado cumulativo dos atos de intimidação e morte perpetuados pela entidade sionista.

A rotina de assassinatos cometidos por Israel escalou à conjuntura atual, incluindo ícones como a jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, personalidades políticas e ativistas locais e internacionais que lutam por direitos humanos fundamentais. Não obstante, o alvo favorito de Israel é notório: jovens executados diariamente, exterminados por meramente demonstrar um princípio ou talento para liderança, cujos nomes raramente sequer são mencionados na mídia.

Este artigo é baseado em um trecho do livro do autor, intitulado “Palestine Hijacked”.

Fonte: https://www.monitordooriente.com/20221024-foi-israel-nao-lehi-que-matou-o-mediador-da-onu-folke-bernadotte-em-1948/

7) Abraham Lincoln, simpatizante comunista e amigo por correspondência de Karl Marx

Dois homens que causaram rios de sangue branco enquanto "defendiam os oprimidos" 

Lincoln e Marx — nascidos com apenas nove anos de diferença — foram contemporâneos. Eles tinham muitos amigos em comum, liam as obras um do outro e, em 1865, trocavam cartas.

(fonte: https://www.washingtonpost.com/history/2019/07/27/you-know-who-was-into-karl-marx-no-not-aoc-abraham-lincoln/)

Quando Lincoln cumpriu seu único mandato no Congresso no final da década de 1840, o jovem advogado de Illinois tornou-se amigo íntimo de Horace Greeley, um colega whig que serviu brevemente ao lado dele. Greeley era mais conhecido como o fundador do New York Tribune, o jornal grande responsável por transmitir os ideais e ideias que formaram o Partido Republicano em 1854.

E quais eram esses ideais e ideias? Eles eram antiescravagistas, pró-trabalhadores e às vezes abertamente socialistas, de acordo com John Nichols, autor do livro “The 'S' Word: A Short History of an American Tradition... Socialism”. O New York Tribune defendeu a redistribuição de terras no oeste americano para os pobres e a emancipação dos escravos.

“Greeley deu as boas-vindas à desaprovação daqueles que defendiam o livre mercado em detrimento dos interesses da classe trabalhadora, uma classe que ele reconhecia como incluindo tanto os escravos oprimidos do sul quanto os trabalhadores industriais degradados do norte”, escreve Nichols.

Marx estava intensamente interessado na situação dos escravos americanos. Em janeiro de 1860, ele disse a Engels que as duas maiores coisas acontecendo no mundo eram “por um lado, o movimento dos escravos na América iniciado com a morte de John Brown e, por outro, o movimento dos servos na Rússia”.

Ele equiparou os proprietários de escravos do sul aos aristocratas europeus, escreve Blackburn, e pensou que acabar com a escravidão “não destruiria o capitalismo, mas criaria condições muito mais favoráveis ​​para organizar e elevar o trabalho, seja branco ou negro”.

Marx também era amigo de Charles A. Dana, um socialista americano fluente em alemão que era o editor-chefe do New York Tribune. Em 1852, Dana contratou Marx para ser o correspondente britânico do jornal.

Na década seguinte, Marx escreveu quase 500 artigos para o jornal. Muitas de suas contribuições se tornaram colunas não assinadas aparecendo na primeira página como a posição oficial da publicação. Mais tarde, Marx “emprestou liberalmente” de seus escritos do New York Tribune para seu livro “O Capital”, de acordo com Nichols.

Como muitos republicanos nascentes, Lincoln era um “leitor ávido” do Tribune. É quase garantido que, na década de 1850, Lincoln lia Marx regularmente.

Em 1860, dois fatores importantes ajudaram a impulsionar Lincoln - um congressista de um mandato e advogado do país mais conhecido por perder uma campanha para o Senado - à indicação republicana para a presidência. Primeiro, o apoio dos ex-revolucionários alemães que se tornaram peças-chave no Partido Republicano; e segundo, o apoio do jornal do partido, o Tribune.

Depois que Lincoln assumiu o cargo, sua aliança com os socialistas não parou. Dana deixou o Tribune para se tornar os olhos e ouvidos de Lincoln no Departamento de Guerra, acompanhando os movimentos das tropas e dizendo a Lincoln o que pensava de seus generais. Um soldado que trabalhava no escritório do telégrafo escreveu mais tarde que “Lincoln esperou ansiosamente” pelos “longos despachos de Dana”.

E Greeley continuou a instar Lincoln a adotar uma postura mais dura contra a escravidão, a fazer da Guerra Civil não apenas uma questão de preservação da união, mas também da abolição. Marx fez o mesmo nas páginas do Tribune.

Em 1863, eles conseguiram o que queriam quando Lincoln emitiu a Proclamação de Emancipação.

Em janeiro de 1865, Marx escreveu a Lincoln em nome da Associação Internacional dos Trabalhadores, um grupo de socialistas, comunistas, anarquistas e sindicatos, para “parabenizar o povo americano por sua reeleição”.

Ele disse que “uma oligarquia de 300.000 senhores de escravos” contaminou a república e que “os trabalhadores da Europa têm certeza de que, assim como a Guerra da Independência Americana iniciou uma nova era de ascendência para a classe média, a Guerra Anti Escravidão Americana fará pela classe operária."

Algumas semanas depois, uma resposta veio por meio de Charles Francis Adams - filho do ex-presidente John Quincy Adams, neto do ex-presidente John Adams e embaixador dos EUA na Grã-Bretanha sob o comando de Lincoln.

Ele disse a Marx que Lincoln havia recebido sua mensagem, e foi “aceita por ele com um desejo sincero e ansioso de que ele possa provar que não é indigno da confiança que recentemente lhe foi estendida por seus concidadãos e por muitos dos amigos da humanidade e do progresso em todo o mundo”.

Notavelmente, Adams indicou que Lincoln considerava Marx e a empresa “amigos”. Ele continuou dizendo que a União “deriva [s] novo encorajamento para perseverar do testemunho dos trabalhadores da Europa”.

Ambas as cartas foram publicadas em jornais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Marx ficou encantado, dizendo a Engels que isso criou “tal sensação” que a “burguesia” em clubes privados estava “balançando a cabeça com isso”.

Lincoln também se reuniu com o capítulo de Nova York da Associação dos Trabalhadores, dizendo a seus membros em 1864: “O mais forte vínculo de simpatia humana, fora da relação familiar, deve ser aquele que une todos os trabalhadores, de todas as nações, línguas e parentes.” O que talvez seja uma tradução mais eloquente do famoso grito de guerra de Marx: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”

Lincoln nunca assumiu o manto do socialismo. Ele acreditava no sistema de trabalho assalariado mesmo quando propunha reformas para ele; Marx a rejeitou como outra forma de escravidão. Mas Lincoln certamente via os socialistas como aliados, e Nichols escreve: “É indiscutível que o Partido Republicano teve em sua fundação uma veia vermelha”.

Embora esse fato possa ser pouco conhecido agora, não tem sido um segredo para outras figuras da história americana. Quando o orador socialista e frequente candidato presidencial Eugene V. Debs fez uma parada de campanha em Springfield, Illinois, em 1908, ele disse à multidão: “O Partido Republicano já foi vermelho. Lincoln foi um revolucionário.”

Também foi observado pelo reverendo Martin Luther King Jr. Em fevereiro de 1968, em uma  celebração da vida  de WEB Du Bois no Carnegie Hall, King mencionou que o co-fundador da NAACP se tornou comunista em seus últimos anos.

“Vale a pena notar”, disse King, “que Abraham Lincoln acolheu calorosamente o apoio de Karl Marx durante a Guerra Civil e se correspondeu com ele livremente. … Nosso anticomunismo obsessivo e irracional nos levou a muitos pântanos para sermos retidos como se fosse um modo de pensamento científico.”

Fonte: https://johndenugent.com/abraham-lincoln-communist-sympathizer-and-pen-pal-with-karl-marx/

8) John Wilkes Booth atirando no hipócrita incendiário e assassino Lincoln; Abe era meio judeu?

Falando cada vez mais abertamente sobre estupidez liberal (é como chamam os esquerdistas/progressistas/lacradores nos EUA) no final, Lincoln emancipou os escravos negros sem resolver o problema racial nem um pouco por um minuto sequer.

Apenas enviar os negros para outro país, ou de volta para a África, teria feito isso, não libertá-los e soltá-los - violentos, amargos, sexuados, feios, de baixo QI, impulsivos, ressentidos e parasitas não qualificados - para os homens brancos, mulheres , crianças, idosos e contribuintes desta nação, que foi claramente concebida como um desdobramento da Europa.

Recriação de John Wilkes Booth atirando no homem que causou a morte de 750.000 outros homens por nada. (Booth, um ator importante nas décadas de 1850 e 1860, especialmente nas peças de Shakespeare, pode ter tido um pouco de sangue judeu - mas ele era um confederado fervoroso e também muito antissemita.) 

É como se os judeus “pegassem” nele mais tarde ou ele sempre fosse um liberal secreto sobre raça e o escondesse, e talvez fosse um marrano enrustido.

Suas primeiras declarações como candidato político e como presidente pareciam moderadas e sobre como tudo o que ele queria fazer era “salvar a União”. Isso parecia refutar a acusação do sul de que ele era um amante de cripto-ngr.

Lincoln tinha cabelos pretos e em muitas fotos um nariz quase judeu, embora também olhos azuis como Jeffrey Epstein.

No julgamento do assassinato, Booth já estando morto ou o que quer que seja, outros réus sulistas disseram que Lincoln havia falado espontaneamente da sacada da Casa Branca para prometer aos negros a plena cidadania americana (significando votar, servir em júris e ocupar cargos, o que até os brancos mulheres não podiam fazer, mesmo que fossem para Harvard).

Essa promessa de fortalecer os negros enfureceu os sulistas na platéia, que viram sua região ser devastada tanto pela guerra quanto pela perversa política de terra arrasada do general Sherman. Uma geração inteira, 300.000 soldados sulistas, jazia morta e muitos civis foram baleados ou enforcados. Suas fazendas e campos foram queimados e seu gado foi morto ou roubado.

(...)

Continue lendo acessando a fonte: https://johndenugent.com/john-wilkes-booth-shooting-the-sanctimonious-arsonist-and-murderer-lincoln-was-abe-part-jewish/

9) Famosa cerveja americana Budweiser lança anúncio patriótico depois que anúncio transgênero lhes traz perdas no valor de bilhões


A Budweiser supostamente perdeu bilhões em sua campanha travesti politicamente correta. Agora, a cervejaria lançou um comercial patriótico quase paródico que, em vez disso, celebra “o espírito americano”, relata o New York Post.

As vendas da Bud Light, a cerveja mais popular da América, despencaram depois que a Budweiser patrocinou o travesti Tiktok Dylan Mulvaney enquanto ele comemorava “365 dias como mulher”.

Proprietários de bares americanos testemunharam que quase todos os que costumam beber Bud Light escolheram uma cerveja diferente após o incidente.

Agora, a Budweiser lançou um comercial patriótico, aparentemente destinado a amenizar o golpe do fiasco PK.

“Esta é uma história maior que a cerveja. É a história do espírito americano”, diz o narrador do filme.

O vídeo mostra como um cavalo passa por alguns dos marcos americanos mais emblemáticos, mas também por pequenas cidades e campos americanos típicos.

Além disso, um homem e uma mulher são mostrados levantando uma bandeira americana. A mulher coloca a mão sobre o coração.

Nos comentários nas redes sociais, a Budweiser é ridicularizada pelo comercial sentimental, e vários usuários afirmam que o estrago já foi feito.

Fonte: https://www.eutimes.net/2023/04/famous-american-budweiser-beer-launches-patriotic-ad-after-transgender-ad-brings-them-losses-worth-of-billions/

10) Por que a Grã-Bretanha e a Alemanha se tornaram inimigas?

No final do século XIX, a Alemanha exigiu "um lugar ao sol", o que exigia colônias e uma marinha maior que a da Grã-Bretanha. A revolução diplomática resultante na virada do século resultou em dois países se enfrentando como inimigos jurados durante duas guerras mundiais 

Antes da Primeira Guerra Mundial, Churchill não estava entre os agitadores em Londres, mas quando o país começou a perder um grande número de soldados em 1914, ele se tornou um defensor implacável da guerra, insistindo que "a Alemanha deve sentir que é espancada."

Como a França puniu a Alemanha após a Primeira Guerra Mundial?

O Tratado de Versalhes puniu a Alemanha derrotada com essas disposições. Alguns desarmaram os militares alemães, enquanto outros despojaram a nação derrotada de território, população e recursos econômicos, forçando-a a admitir a responsabilidade pela guerra e concordar em pagar reparações.

Qual foi a atitude da Alemanha em relação ao Tratado de Versalhes?

O Tratado de Versalhes era odiado pelos alemães. Rathenau, o ministro das Relações Exteriores, foi assassinado em 1922 por assinar o tratado. O Armistício não levou a um acordo justo. Os políticos de Weimar que o assinaram foram chamados de Criminosos de Novembro porque as pessoas sentiram que haviam traído a Alemanha.

Winston Churchill resumiu o Tratado de Versalhes como "monstruoso" e "maligno". Paul von Hindenburg, chefe do Estado-Maior alemão durante a Primeira Guerra Mundial, foi questionado sobre o tratado; ele respondeu dizendo que às vezes não conseguia "deixar de sentir que era melhor morrer do que assinar uma paz tão humilhante".

Quem ficou mais satisfeito com o Tratado de Versalhes?

A França ficou mais satisfeita com o tratado - ele ficou satisfeito com o fato de a Alemanha ter se tornado mais fraca, com uma força militar reduzida e perdido território e recursos, ele ficou muito satisfeito, mas não tanto quanto poderia porque também queria a Alemanha a ser transformado em muitos estados menores, o que surpreendentemente não aconteceu.

Por que a Alemanha estava descontente com o Tratado de Versalhes?

O Tratado de Versalhes resultou na derrota da Alemanha: a terra perdida foi uma das mais produtivas. A Alemanha precisava da receita dessas áreas para reconstruir o país e pagar £ 6,6 bilhões de reparações. A maioria dos alemães viu as restrições impostas ao exército alemão como uma retirada do direito da Alemanha de se defender.

Como o Tratado de Versalhes foi injusto para a Alemanha?

A chamada cláusula de “culpa de guerra” do tratado forçou a Alemanha e outras Potências Centrais a assumir toda a culpa pela Primeira Guerra Mundial . Isso significou uma perda de territórios, redução das forças militares e pagamentos de reparações às potências aliadas.

Por que a França odiou a Alemanha depois da 1ª Guerra Mundial?

A França foi o principal proponente de duros termos de paz contra a Alemanha na Conferência de Paz de Paris. Como a guerra foi travada principalmente em solo francês, destruiu grande parte da infraestrutura e da indústria no norte da França, e a França sofreu o maior número de baixas proporcional à população.

Quanto dinheiro a Alemanha teve que pagar depois da Primeira Guerra Mundial?

O Tratado de Versalhes não culpou apenas a Alemanha pela guerra - exigiu uma restituição financeira por tudo, no valor de 132 bilhões de marcos de ouro, ou mais de US$ 500 bilhões em valores de junho de 2019.

Quem ficou mais satisfeito com o Tratado de Versalhes?

Clemenceau ficou satisfeito com a maioria dos termos finais do Tratado, pois eles cumpriam a maioria dos objetivos da França. Os temores da França de futuras ameaças da Alemanha foram afastados pela ocupação e desmilitarização da região da Renânia, criando uma barreira entre os dois países.

Qual nação queria fortemente punir a Alemanha no Tratado de Versalhes?

De acordo com os desejos franceses e britânicos , a Alemanha foi submetida a medidas punitivas estritas nos termos do Tratado de Versalhes. O novo governo alemão foi obrigado a entregar aproximadamente 10% de seu território pré-guerra na Europa e todas as suas possessões ultramarinas.

A Alemanha foi o vilão da Primeira Guerra Mundial?

Não, eles eram a única grande potência com queixa real e desculpa no início da guerra . Eles declararam guerra apenas porque a França e a Rússia declararam guerra à Áustria e a Alemanha foi obrigada a fazê-lo.

O Tratado de Versalhes foi cruel?

É amplamente aceito que o Tratado de Versalhes falhou porque estava cheio de punições severas e expectativas irrealistas de enormes pagamentos de reparações e desmilitarização imposta à Alemanha por seus erros.

O que David Lloyd George não queria do Tratado de Versalhes?

Lloyd George também disse que queria “fazer a Alemanha pagar” – mas apenas porque sabia que era isso que os britânicos queriam ouvir. Ele queria 'justiça', mas não queria o tipo de 'justiça dura' buscada pela França (que ele achava que causaria outra guerra em 25 anos).

Então em agosto de 1939, 21 anos depois do Tratado de Versalhes, estoura o que podemos chamar de continuidade da Primeira Guerra Mundial.

Abraços

Um comentário:

  1. THE SECRET DRIVING FORCE OF COMMUNISM By Maurice Pinay

    https://ia601002.us.archive.org/33/items/MauricePinayTheSecretDrivingForceOfCommunism/Maurice%20PINAY-%20The%20Secret%20Driving%20Force%20of%20Communism-%281963%29.pdf

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"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell

"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano

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