sábado, 27 de setembro de 2014

A avançada Idade Média

As 10 principais razões para não considerar a Idade das Trevas tão sombria
Por Jamie Frater

Castelos históricos do mundo - Atrações Turísticas - Europa Europeu Castelos Pictures14
Nota do blog Desatracado: Compare-se a arquitetura deste castelo medieval, que não é das mais elaboradas e belas, com as do comunista Oscar Niemeyer entre outros arquitetos recentes, sugere que involuímos. 

Acredito que possamos seguramente dizer que o período da história humana de 476 a 1.000 d.C. é o mais maligno de todos. Este período, conhecido dos historiadores como Idade Média, é ainda conhecido pela maioria dos leigos como Idade das Trevas. De fato, o termo “idade das trevas” é quase tão velho quanto o próprio período – ele foi cunhado em 1330 por Petrarca, o erudito italiano, para se referir ao declínio da literatura latina. Mais tarde, ele foi usado pelos reformistas protestantes (século XVI) e então pelos membros do Iluminismo (século XVIII) como um termo depreciativo com implicações muito maiores, pois eles viam seu próprio “iluminismo” como ausente do período anterior. Dificilmente um julgamento justo do passado. Felizmente, para os modernos estudantes de história, o termo é agora oficialmente conhecido como Alta Idade Média – um nome que não tem nenhuma conotação. Assim, tendo dado a vocês um histórico dos termos empregados, aqui estão dez razões porque a idade das trevas foi, de fato, um período de grande progresso e conhecimento.

10 – As Universidades foram criadas

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A Educação Clássica (ainda hoje utilizada em algumas escolas) foi o sistema usado pelas Universidades que foram criadas na Alta Idade Média (as primeiras na história). As universidades ensinavam artes, direito, medicina e teologia (o estudo da religião). A Universidade de Bolonha (fundada em 1088) foi a primeira a conceder títulos. Além da estrutura clássica (baseada na educação grega clássica), estas universidades medievais foram fortemente influenciadas pela educação islâmica que era próspera na época. Enquanto as mulheres não eram admitidas nas universidades no início, a educação feminina existia. Os conventos da época educavam as garotas que frequentemente entravam na escola com pouca idade. Uma delas, chamada Hildegard Von Bingen, é uma das mulheres mais celebradas da era medieval e que teve grande influência no poder.

9 – Estabelecimento das Fundações da Ciência

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Enquanto o progresso da ciência era lento durante este período no Ocidente, o progresso era uniforme e de alta qualidade. A fundação foi estabelecida aqui para o maravilhoso florescimento da ciência que ocorreria na Baixa Idade Média. Pode ser dito seguramente que, sem o estudo de ciência da Alta Idade Média, estaríamos consideravelmente atrasados em nosso conhecimento científico hoje. O professor Ronald Numbers, da Universidade de Cambridge, diz:  “Noções como ‘o surgimento do Cristianismo matou a ciência’, ‘a Igreja Católica medieval criou obstáculos para o crescimento das ciências naturais’, ‘os cristãos medievais achavam que o mundo era plano’ e que ‘a Igreja proibiu autópsias e dissecações durante a Idade Média’ são exemplos de mitos populares ainda vendidos como verdade histórica, mesmo que eles não sejam apoiados por pesquisa histórica.”

8 – Renascimento Carolíngio

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O renascimento carolíngio foi o período de avanços na literatura, escrita, artes, arquitetura, jurisprudência, estudos litúrgicos e das Escrituras que ocorreram no final dos séculos oitavo e nono. Os carolíngios eram francos[1] e o mais conhecido deles foi Carlos Magno. O império carolíngio foi considerado um renascimento da cultura do Império Romano. Na época, o latim vulgar estava começando a ser substituído pelos vários dialetos como línguas faladas principais na Europa, de modo que a criação de escolas foi vital para espalhar conhecimento adiante entre o povo. Foi também o período que nos deu a fundação da Música Clássica Ocidental.

7 – Era de Ouro Bizantina

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Sob Justiniano, este período nos deu o Corpo de Lei Civil (Corpus Juris Civilis) – um enorme compêndio de Lei Romana.  A alfabetização era alta, a educação elementar era comum (mesmo no interior do país), o ensino básico estava disponível a muitas pessoas e a educação superior (como discutida acima) era também altamente acessível. No império bizantino durante este período assistimos a uma maciça efusão de livros – enciclopédias, dicionários e antologias. Apesar de não terem criado uma grande nova quantidade de informações, eles solidificaram e protegeram para o futuro muito do que já era conhecido.

6 – Unidade Religiosa

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Este é um assunto  controverso, mas o fato é que, durante a Idade Média, a Europa tinha uma única Igreja e concordava com o cânone da Bíblia, e tinha uma tradição filosófica bem desenvolvida. Isto levou (como podemos imaginar) a um grande período de paz dentro das nações ocidentais. Enquanto o Islã não estava de acordo com as doutrinas ocidentais, muito compartilhamento de informações ocorreu e a contribuição islâmica no Ocidente ainda hoje é sentida. Esta união de crenças permitiu um progresso intelectual não visto desde a época do Império Romano em seu auge. De uma certa forma, podemos considerar este período como a calmaria antes da tempestade, já que apenas cem anos depois a Primeira Cruzada haveria de ser convocada para tomar Jerusalém dos muçulmanos – um evento que terminou o compartilhamento de conhecimento entre os dois grupos.

5 – A Chegada da Álgebra

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Graças ao aprendizado do povo islâmico no oriente, o mundo recebeu seu primeiro livro de álgebra. O Compêndio sobre Cálculo por Conclusão e Balanceamento foi escrito por Al-Khwarizmi [*] (790-840) e o título árabe do livro nos deu a palavra “álgebra”. Ela vem do nome de Al-Khwarizmi. Este livro nos deu a primeira solução sistemática de equações lineares (de primeiro grau) e quadráticas (de segundo grau). Traduções posteriores de seus livros nos deram o sistema numérico posicional que ainda hoje utilizamos. Al-Khwarizmi, junto com Diofanto de Alexandria, é considerado o Pai da Álgebra.
[*]  http://www.somatematica.com.br/biograf/khwarizmi.php

4 – Arte e Arquitetura

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Durante a Alta Idade Média, a arquitetura era eclética e inovadora. Ela introduziu ideia de imagens realistas na arte e preparou o terreno para o período romanesco que viria na Baixa Idade Média. O período também incluiu a introdução e absorção de formas e conceitos clássicos na arquitetura. Pode seguramente ser dito que este período foi o primeiro de alta arte – com estilos prévios (período migratório) sendo muito mais funcional e menos “artístico”. Na Alta Idade Média presenciamos o nascimento de uma incrível e bonita história da arte e engenharia civil.

3 – Clima fantástico

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Trivial quanto pareça ser, o clima teve um papel importante nas vidas das pessoas durante a Idade Média e além. Pensamos em “Idade das Trevas” como tempestades de neve, chuvas, trovões e escuridão – tal como vimos em filmes como “O Nome da Rosa”. O fato é que, na Alta Idade Média, a região do Atlântico norte estava aquecendo -  tanto que no início da Baixa Idade Média (1100), a região estava há 100 anos em um evento conhecido como Período de Aquecimento Medieval. Este aquecimento derreteu muito gelo e permitiu aos vikings começar a colonização da Groenlândia e outras nações nórdicas. Ironicamente, da Reforma Protestante (século XVI) até o século XIX, a Europa passou por uma pequena era glacial – o período do Iluminismo era literalmente sombrio e mais frio que a idade das “trevas”. Durante este período, reformas e melhor conhecimento da agricultura forneceram um melhoramento no armazenamento de comida.

2 – A Lei se torna Justa

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A Alta Idade Média tinha um sistema complexo de leis que não eram frequentemente relacionadas entre si, mas elas eram eficientes e justas para a maioria. Para os mercadores viajando ao redor do mundo, havia a Lei Mercante (Lex Mercatoria) que evoluiu com o tempo, ao invés de ser criada. Esta lei incluía a arbitragem e promovia as boas práticas entre os negociantes. Simultaneamente, a Lei Anglo-Saxônica foi criada com foco em manter a paz na terra. Enquanto isto eventualmente levou a leis muito duras, viver sob o sistema legal na Alta Idade Média foi provavelmente a melhor época para viver – já que ele era ainda flexível e justo com a maioria. O terceiro sistema legal importante era a Lei Germânica que permitia que cada pessoa fosse julgada pelo seu próprio povo – de modo a não ser uma desvantagem pela ignorância ou diferenças culturais marcantes.

1 – Explosão Agrícola

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Se quiséssemos matar um mártir pela fome, a Alta Idade Média não era a época de fazê-lo! Como resultado do clima excelente e grande conhecimento agrícola, o Ocidente estava muito bem na foto. Ferramentas de ferro foram extensamente usadas no império bizantino, o feudalismo em outras partes do mundo introduziu um eficiente gerenciamento da terra e excedentes maciços foram criados de modo que os animais eram alimentados com grãos e não grama. A segurança pública também era garantida sob o sistema feudal e assim a paz e a prosperidade atingiu a maioria das pessoas.

  Jamie Frater

Fonte: http://listverse.com/2008/06/09/top-10-reasons-the-dark-ages-were-not-dark/

Nota:

[1] Os francos formavam uma das tribos germânicas que adentraram o espaço do Império Romano a partir da Frísia como federados e estabeleceram um reino duradouro na área que cobre a maior parte da França dos dias de hoje e na região da Francônia na Alemanha, formando a semente histórica de ambos esses países modernos.

Fonte:  http://epaubel.blogspot.com.br/2014/06/as-10-principais-razoes-para-nao.html
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Série da EWTN apresentada por Thomas E. Woods, autor do livro "Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental". Legenda em português por Canal de Kandungus (https://www.youtube.com/user/kandungus).

Thomas Woods graduou-se na Universidade de Harvard e é doutor em História pela Universidade de Columbia.

             

Episódio 1
Introdução: Desmentindo mitos sobre a Igreja Católica e seu impacto na Civilização Ocidental.

Episódio 2
Igreja e Ciência: A Ciência deve muitas de suas descobertas a sábios monges e padres católicos.

Episódio 3
Padres como pioneiros da ciência: Os principais pioneiros da astronomia, geologia e sismologia foram padres católicos.

Episódio 4
O caso Galileu: Uma leitura crítica do caso.

Episódio 5
O Sistema Universitário: A Igreja Católica tem sido há muito defensora do conhecimento e da ciência.

Episódio 6
Deus existe?: Estudiosos da Igreja usam a razão para propor a existência de Deus.

Episódio 7
Os monges: Os monges foram os guardiões do ensino e do conhecimento durante as invasões bárbaras e na Idade Média.

Episódio 8
A Caridade Católica: um vislumbre da imensidade de atos de caridade católica ativa e altruísta, praticados por fiéis de todos os séculos. Mesmo os anticatólicos mais inflamados assombraram-se ante semelhante generosidade.

Episódio 9
A Moralidade Ocidental: a Igreja Católica foi absolutamente crucial à formação dos padrões ocidentais de moralidade.

Episódio 10
O Conceito de Direito: os sistemas legais modernos são como que um resíduo secular das atitudes conformes aos ritos e doutrinas da Igreja, como também do próprio entendimento católico do direito.

Episódio 11
As origens do Direito Internacional: a descoberta do Novo Mundo impeliu alguns teólogos católicos ao estudo e formulação de princípios gerais ao direito e tratamento dos povos. Esse estudo lançou as bases do Direito Internacional.

Episódio 12
Atrocidades anticatólicas: No decorrer da história, muitos católicos sofreram por sua fé. Alguns desses eventos não são muito comentados. Outros estão praticamente esquecidos, como os Afogamentos de Nantes e a Guerra dos Cristeros.

Episódio 13
Recapitulação: revisão das influências católicas na cultura e sociedade ocidental.

Vídeo completo e legendado de "A Igreja Católica: Construtora da Civilização":


Livro "Como A Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental":

             

Se perguntarmos a um estudante universitário o que sabe do contributo da Igreja Católica para a sociedade, a sua resposta talvez se resuma a uma palavra: "opressão", por exemplo, ou "obscurantismo". No entanto, essa palavra deveria ser "civilização".

O autor destas páginas, Thomas Woods, doutorado pela Universidade de Columbia, mostra como toda a Civilização Ocidental nasceu e se desenvolveu apoiada nos valores e ensinamentos da Igreja Católica. Em concreto explica, entre muitas outras coisas:

- Porque o milagre da ciência moderna e de uma filosofia que levou a razão à sua plenitude só puderam nascer sobre o solo da mentalidade católica;
- Como a Igreja criou uma instituição que mudou o mundo: a Universidade;
- Como ela nos deu uma arquitetura e umas artes plásticas de beleza incomparável;
- Como os filósofos escolásticos desenvolveram os conceitos básicos da economia moderna, que trouxe para o Ocidente uma riqueza sem precedentes;
- Como o nosso Direito, garantia da liberdade e da justiça, nasceu em ampla medida do Direito canônico;
- Como a Igreja criou praticamente todas as instituições de assistência que conhecemos, dos hospitais à previdência;
- Como humanizou a vida, ao instituir durante séculos nos direitos universais do ser humano - tanto dos cristãos como dos pagãos - e na sacralidade de casa pessoa.

Num momento em que se propaga uma imagem da igreja como inimiga dos progressos da ciência e da técnica, e da liberdade do pensamento, este é um livro que desfaz preconceitos, corrige clichês e ensina inúmeras verdades teimosamente omitidas no ensino colegial e universitário.

ÍNDICE

I. A IGREJA INDISPENSÁVEL

II. UMA LUZ NAS TREVAS
"Idade das trevas"
A conversão dos primeiros bárbaros
A Renascença Carolíngia
A lenta reconquista do conhecimento

III. COMO OS MONGES SALVARAM A CIVILIZAÇÃO
Inícios do monaquismo
As artes práticas
Os monges como consultores técnicos
Obras de caridade
A palavra escrita
Centros de educação

IV. A IGREJA E A UNIVERSIDADE
Uma instituição única na história
Cidade e toga
Vida acadêmica
A idade Escolástica
Um "rio de ciência"

V. A IGREJA E A CIÊNCIA
Galileu
Deus "dispôs todas as coisas com medida, quantidade e peso"
O problema do momento inercial
A Escola Catedral de Chartres
O sacerdote cientista
Conquistas cinentíficas dos jesuítas
As catedrais como observatórios astronômicos

VI. A ARTE, A ARQUITETURA E A IGREJA
O ódio às imagens: iconoclasmo
A Catedral
O Renascimento
Arte e ciência

VII. AS ORIGENS DO DIREITO INTERNACIONAL
Uma voz no deserto
Francisco de Vitória
Igualdade segundo a lei natural
Bartolomé de las Casas
Direito internacional versus Estado moderno

VIII. A IGREJA E A ECONOMIA
Os fundadores da ciência econômica
A teoria do valor subjetivo
Católicos e protestantes

IX. COMO A CARIDADE CATÓLICA MUDOU O MUNDO
Uma atitude assombrosa
Os pobres e os doentes
Os primeiros hospitais e os cavaleiros de São João
Assistência eficaz

X. A IGREJA E O DIREITO OCIDENTAL
A separação entre Igreja e o Estado
A doutrina da expiação
As origens dos direitos naturais

XI. A IGREJA E A MORAL NO OCIDENTE
Moral católica e morais não-católicas
O duelo
O tema da guerra justa
Castidade e dignidade da mulher
A vida virtuosa

CONCLUSÃO
A "condescendência" divina
Um mundo sem Deus

AGRADECIMENTOS

BIBLIOGRAFIA


Fonte: http://igreja-civilizacao.blogspot.com.br/p/livro-como-igreja-catolica-construiu.html

Abraços

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