A estranha vida de Elya Ehrenburg
Por Mark Weber*
"(...) não existe nada mais divertido para nós que uma
pilha de cadáveres alemães."
Ilya Ehrenburg: Líder agitador judeu-soviético
Ilya Ehrenburg, o principal propagandista soviético da Segunda Guerra Mundial, foi uma figura contraditória. Um recente artigo no semanário canadense Jewish News lança nova luz na vida deste “homem de mil máscaras.”[1]
Ehrenburg nasceu em 1891 em Kiev em uma família judaica não religiosa. Em 1908 ele fugiu da Rússia czarista por causa de suas atividades revolucionárias. Embora ele voltou para visitar após a revolução bolchevique, ele continuou a viver no exterior, incluindo muitos anos em Paris, e não se estabeleceu na União Soviética até 1941. Um escritor prolífico, Ehrenburg foi o autor de quase trinta livros. A figura central de uma novela, The Stormy Life of Lazik Roitschwantz, é um patético “luftmensch”, um recorrente personagem na literatura judaica que parece viver “do ar” sem visíveis meios de apoio.
Como um judeu e um dedicado comunista, Ehrenburg foi um inimigo implacável do Nacional Socialismo Alemão. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi um membro principal do Comitê Soviético Anti-Facista judaicamente financiado. (Nos comícios para levantar fundos nos Estados Unidos para o esforço de guerra soviético, dois líderes principais do comitê mostraram barras de sabão supostamente manufaturadas pelos alemães com material proveniente dos cadáveres de judeus assassinados.)
Ehrenburg é talvez o mais famoso e viciosamente anti-alemão da propaganda durante o período de guerra. Nas palavras do Canadian Jewish News: “Como jornalista líder soviético durante a Segunda Guerra Mundial, os escritos de Ehrenburg contra os invasores alemães circularam entre os milhões de soldados soviéticos.” Seus artigos apareceram regularmente no Pravda, Izvestia, no diário militar soviético Krasnaya Zvezda (“Red Star”), e em numerosos folhetos distribuídos para as tropas na frente de batalha.
Em um folheto intitulado “Kill”, Ehrenburg incitou os soldados soviéticos para tratar os alemães como sub-humanos. O parágrafo final conclui[2]:
“Os alemães não são humanos. A partir de agora a palavra alemão significa utilizar o mais terrível juramento. A partir de agora a palavra alemão nos atinge para a ação. Não vamos falar mais nada. Não vamos ficar animados. Nós iremos matar. Se você não tem matado um alemão por dia, você tem desperdiçado seu dia... Se você não matar seu alemão com uma bala, mate ele com sua baioneta. Se existe calma de sua parte na frente de batalha, ou se você está esperando para lutar, mate um alemão neste meio tempo. Se você deixar um alemão vivo, o alemão irá enforcar um russo e estuprar um mulher alemã. Se você matar um alemão. Mate outro – não existe nada mais divertido para nós que uma pilha de cadáveres alemães. Não conte os dias, não conte os quilômetros. Conte somente o número de alemães mortos por você. Mate os alemães – este é o pedido de sua avó. Mate o alemão – esta é a oração de sua criança. Mate alemães – este é o pedido sonoro de sua pátria. Não falte. Não deixa passar. Mate.”
Os escritos incendiários de Ehrenburg certamente contribuíram em não pequena medida para a orgia de assassinato e estupro dos soldados soviéticos contra os civis alemães.
Até sua morte em 1967, “seu apoio para com o Estado soviético, e por Stalin, nunca vacilou,” observa o Canadian Jewish News. Sua lealdade e serviço foram reconhecidos em 1952 quando ele recebeu o Prêmio Stalin. Em consonância com a política oficial soviética, ele publicamente criticou Israel e o Sionismo.
O Canadian Jewish News escreveu ainda:
“... a recente divulgação que Ehrenburg providenciou a transferência de seus arquivos privados para o arquivo e a biblioteca de Jerusalém Yad Vashem, enquanto ainda vivo, vem como uma surpreendente revelação. A razão para esta informação vir à luz somente agora é que Ehrengburg concordou em transferir seu arquivo na condição que a transferência, e sua vontade, permanecesse segredo por 20 anos após sua morte. Em 11 de dezembro de 1987 , com o prazo de 20 anos expirado, o periódico israelense Maariv relatou a história de Ehrenburg...”
A coleção inclui material sobre o importante movimento judaico partizan no período da guerra, Entre os documentos na coleção está uma referente a um pogrom [é como se chama o ataque da população local contra os judeus] em Malalchovka, um vilarejo próximo à Moscou, ocorreu em 1959.
Esta nova revelação sobre uma das mais influentes figuras do regime Stanilista mostra que, o que quer que ele possa ter dito para o consumo público, Eherenburg nunca deixou de confessar privativamente o sionismo ou esqueceu sua ancestralidade.
Tradução por Tannhauser
Fonte: http://www.ihr.org/jhr/v08/v08p507_Weber.html
Informação Bibliográfica:
Autor : Mark Weber
Título : A Estranha Vida de Ilya Eherenburg
Fonte : The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org)
Data : Inverno 1988 - 1989
Fascículo : Volume 8 número 4
Localização : Página 507 – 509
ISSN :0195-6752
* Sobre o autor:
Mark Weber é um historiador americano, escritor, palestrante e analista de questões atuais. Ele estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), na Universidade de Munique (Alemanha), e na Portland State University. Ele possui um mestrado em História Europeia da Universidade de Indiana. Desde 1995 ele tem sido diretor do Institute for Historical Review, um centro independente de publicações, educação e pesquisas de interesse público, no sul da Califórnia, que trabalha para promover a paz, compreensão e justiça através de uma maior consciência pública para com o passado.
Notas:
[1] Nota do autor: Rose Kleiner , “Archives to throw new light on Ehrenburg”, Canadian Jewish News (Toronto), 17 de março de 1988, página 9.
[2] Nota do autor: Alfred de Zayas, Nemesis at Postdam (Londres: Roudedge & Kegan Paul, segunda edição , 1979), página 6546, 201; Erich Kern (ed.), Verheimlichte Dokumente (Munich: F Z – Verlag, 1988), páginas 260 – 61, 353 – 55.
Sobre o Holocausto alemão ver: http://nazismo-verdades-e-mentiras.blogspot.com.br/2014/04/rastros-do-holocausto-alemao.html
Fonte : http://nazismo-verdades-e-mentiras.blogspot.com.br/2014/04/a-estranha-vida-de-elya-ehrenburg-por.html
Veja também : http://desatracado.blogspot.com/2014/01/milhares-de-alemas-estupradas-pelos.html
Abraços
Um verdadeiro estadista e diplomata!...
ResponderExcluirCertamente, dão aquela justificativa: "Eram tempos de guerra. Fazia-se o necessário para 'elevar o moral' das tropas." Serve para ele, Stalin, Churchill, etc. Aos alemães, Nuremberg e similares; execração e execução.
Viva a "democratura"!
Abraço.