A História repete-se
As pessoas moram em gaiolas para coelhos a preços exorbitantes. Já não se pode circular nas ruas. Quando penso em que é que Roma se tornou, fujo para longe. Os milhões que ganham os promotores. Vindos dos quatro cantos do Mediterrâneo, ei-los que adquirem as melhores casas para delas se apoderarem.
Desprezam os nossos gostos e valores; o mau gosto torna-se sinônimo de requinte, o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano.
Na rua os estrangeiros agridem-nos. E, depois, ainda por cima, são eles que te acusam e levam-te a tribunal.
Onde estão os ritos antigos? A religião é publicamente vilipendiada. Quem teria ousado, outrora, fazer troça do culto dos deuses? Não nos devemos surpreender que a desonestidade seja geral. Já ninguém tem palavra, porque todos perderam a fé. Mesmo os crentes já não crêem na virtude. Outrora, um desonesto era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio.
Juvenal in «Sátiras», século I d.C.
Fonte : http://accao-integral.blogspot.pt/2012/11/a-historia-repete-se.html
Tirando o linguaguem da época, estamos hoje praticamente como nos tempos da Roma antiga citado por Juvenal. Tinham gladiadores, hoje tem MMA; tinham bacanal, hoje tem carnaval; tinham panteísmo, hoje tem ateísmo, relativismo e por aí vai. E as pessoas ainda acham que evoluimos. Estamos é andando em círculos há séculos e ninguém se dá conta disso.
Abraços
Impressionante. Parece um relato do Brasil de hoje.
ResponderExcluirAcredito que este filme já foi visto várias vezes em diversas sociedades ao longo da história.
A pergunta é: porque alguns povos superaram essa situação e hoje estão bem e alguns povos parecem incapazes de lutar contra esse estado de coisas.
Obrigado pela visita, caro Toth.
ExcluirInteressante também o título da obra de Juvenal, "Sátiras". Parece mesmo como que a debochar da triste condição humana. Como alguém disse: o povo que não aprende consigo mesmo, está fadado a se enforcar na própria história.
A sua pergunta daria um excelente debate.
Um abraço.