Corrida da tocha olímpica: uma ideia dos nazistas
Longe de ser um ritual da Grécia antiga, o revezamento da tocha olímpica foi introduzido pelo regime de Hitler. A Deutsche Welle entrevistou Siegfried Eifrig, um dos primeiros a carregar este símbolo dos Jogos Olímpicos.
Ex-atleta Günther Zahn acende chama olímpica em Munique
Pela primeira vez percorrendo os cinco continentes, a chama olímpica retornou à Alemanha nesta terça-feira (29), 32 anos após a Olimpíada de Munique. A tocha foi carregada através da capital bávara por 125 corredores. Para cada um deles é uma grande honra portá-la por pelo menos um quilômetro. Desde 25 de março ela está sendo levada a todas as cidades que já foram sede dos Jogos. A próxima estação é Berlim, onde está chegando nesta quarta-feira.
Apesar das aparências, o ritual não data da Antigüidade clássica, tendo origem bem mais recente. A Deutsche Welle entrevistou uma das primeiras pessoas a participar do revezamento da tocha olímpica: Siegfried Eifrig, hoje com 94 anos, carregou a tocha em 1º de agosto de 1936 até o centro de Berlim, então sede do nacional-socialismo. "O revezamento da tocha foi inventado aqui em Berlim. A ideia pegou de tal forma que é repetida desde então, em todos os Jogos Olímpicos", explica Eifrig.
Carl Diem é considerado o autor da idéia. O velho estudioso e burocrata dos esportes foi secretário-geral do comitê organizador da Olimpíada de 1936. Ele inspirou-se num vaso antigo, ornamentado com corredores que carregavam uma tocha. O que muitos preferem esquecer é que o impulso inicial partiu do Ministério da Propaganda do Terceiro Reich, encabeçado por Joseph Goebbels.
De Olímpia até Berlim
O trajeto da chama foi de mais de três mil quilômetros, atravessando sete países. De Olímpia, cidade sagrada dos Jogos Olímpicos, ela passou por Atenas, Delfos e Salônica, Sofia, Belgrado, Budapeste, Viena, Praga, Dresden e, finalmente, Berlim. Participaram desse revezamento 3075 atletas, cada qual cobrindo mil metros.
No dia 1º de agosto de 1936, Hitler participou da cerimônia de abertura dos 11º Jogos Olímpicos de Verão, em Berlim. Inaugurando um novo ritual olímpico, um corredor solitário chegou trazendo uma tocha acesa, a qual havia sido trazida de Olympia, o local original dos Jogos na Grécia Antiga, e passada de mão em mão por atletas diversos, até chegar à Alemanha. Esta foto mostra o último deles chegando a Berlim para acender a Pira Olímpica, marcando o início dos 11º Jogos Olímpicos de Verão. Berlim, Alemanha, 1º. de agosto, 1936. (National Archives and Records Administration, College Park, Md.)
O ex-atleta recorda seu trecho: "Desci a avenida Unter den Linden com a tocha, passei pelo monumento a Frederico, o Grande, a Universidade Humboldt, a Deutsche Wache – na época já era memorial de guerra. Ali entrei, prestei homenagens e segui pela ponte Schlossbrücke até o parque Lustgarten".
A corrida foi um megaevento juvenil. Eifrig atravessou um corredor formado por cerca de 30 mil jovens de diversos países e finalmente, no Altes Museum, acendeu a chama montada num altar da altura de um homem.
Símbolo vazio?
O acampamento internacional para jovens fora promovido pelo ministério de Goebbels, que a esta altura bradou, com a melodramática estridência característica do regime nazista: "Sagrada flama, arde, arde e não te apagues jamais!". Os Jogos de 1936 foram abertos por Hitler em pessoa, na tarde daquele 1º de agosto, no Estádio Olímpico de Berlim.
Ainda hoje Eifrig tenta convencer-se de que aquela Olimpíada nada teve a ver com política: "Também na Antigüidade era assim: durante os Jogos eram suspensas todas as eventuais atividades bélicas. Nesse período a paz reinava em todo o mundo. É o que se simboliza hoje com essa chama, que deve trazer a paz mundial. É claro que é uma ilusão, basta abrir o jornal".
A ideia já era ilusória há 68 anos, pois na época a Guerra Civil Espanhola dominava as manchetes dos jornais. Hitler apoiava o general Francisco Franco, que liderara o golpe militar: a Espanha constituiu uma espécie de ensaio geral para a Segunda Guerra Mundial. E o mundo não se tornou mais pacífico desde então: durante a Olimpíada 2004 de Atenas as armas não cessarão de disparar em diversas partes do mundo.
Fonte : http://www.dw.de/corrida-da-tocha-ol%C3%ADmpica-uma-id%C3%A9ia-dos-nazistas/a-1251190
Cena da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 1936. Berlim, Alemanha, 1° de agosto de 1936.(National Archives and Records Administration, College Park, Md.)
Mais uma contribuição nacional-socialista plagiada. Só sabem resumir este grande evento nas vitórias de Jesse Owens que "humilharam" o nazismo.
Veja : http://desatracado.blogspot.com.br/2014/01/avenida-jesse-owens-berlim.html
http://inacreditavel.com.br/wp/tocha-olimpica-tem-o-espirito-de-hitler/
http://web.archive.org/web/20090814165735/http://www.telegraph.co.uk/sport/othersports/olympics/6008196/Adolf-Hitler-did-shake-hands-with-Jesse-Owens.html
Abraços
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
2 comentários:
"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."
George Orwell
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador."
Eduardo Galeano
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ResponderExcluirSe eu fosse um "neo-sionista", eu odiaria cada vez mais os Nacional-Socialistas! Ô, cambada que inventou tanta coisa, foi precursora de tantas outras e inovou em ainda outras mais!! E diria mais ou menos o que os aspones que vivem nos perturbando dizem:
"FILHOS DUMA P...!!!! Chega de nos humilhar assim!!!" rsrsrsrs...
Abraço.
Isso quando não trollam dizendo que temos inveja do sucesso deles kkkkkkkkkkkk
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